Ícone e lenda do basquete brasileiro, o ‘Diabo Loiro’, foi eleito pelo Comitê Olímpico Brasileiro entre os dez atletas que serão eternizados pela entidade
Wlamir Marques, o ‘Diabo Loiro’, hoje com 82 anos, ídolo no Corinthians e uma das maiores lendas da história do basquete brasileiro, agora é do Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Nesta terça-feira (28), o ex-atleta do Timão, e nome do Ginásio de esportes do Parque São Jorge, foi anunciado pela entidade como um dos homenageados do ano.
A cerimônia ainda não tem data para acontecer, devido à pandemia de coronavírus. O ex-jogador recebeu a notícia pelo presidente da Confederação Brasileira, Guy Peixoto Jr.
“Estou muito feliz com a indicação. É o reconhecimento por uma vida dedicada ao basquete e também a uma geração que fez história com a camisa da seleção brasileira, colocando o Brasil no topo do basquete mundial por duas décadas. Agradeço ao COB e a CBB pela iniciativa – disse Wlamir Marques, emocionado.
A lenda Wlamir Marques, é considerado um dos maiores jogadores de basquete do brasileiro de todos os tempos, já que fez parte da época em que a equipe nacional era uma das mais fortes do mundo.
Antes de tentar sucesso no basquete, o jogador tentou carreira no futebol como goleiro, chegando a treinar no Santos Futebol Clube, com Pepe, lendário jogador do clube do litoral paulista.
Wlamir chegou ao Timão de forma inusitada: o então mandatário Alvinegro, Vicente Matheus, o trouxe após troca por um jovem jogador de futebol de aspirantes com o XV de Piracicaba, dono do passe de Wlamir. O Diabo Loiro jogou por dez anos no Corinthians, de 1962 a 1972.
Bicampeão mundial pela Seleção Brasileira, em 1959 e 1963, mas considera seu jogo memorável foi contra o até então poderoso Real Madrid (ESP), onde anotou 51 dos 118 pontos do Timão.
O confronto denominado por Wlamir como “o maior jogo realizado no Brasil até hoje”, o Esquadrão Mosqueteiro recebeu o então bicampeão europeu no Ginásio do Parque São Jorge, em 05 de julho de 1965, quando venceu por 118 a 109.
O “Diabo Loiro”, como era conhecido na época, confessa que atuou praticamente “de olhos fechados”, em virtude de uma forte alergia, provinda de uma gripe que o atingiu às vésperas da partida.
“Lembro que, quando entrei no Ginásio, já tinha corrido a notícia de que eu não iria jogar. Falei ‘vou jogar nem que seja de olho fechado’. Então joguei com o olho esquerdo não totalmente aberto.”
O Diabo Loiro foi destaque do Corinthians atuando com sua camisa 5, que segue exposta no Ginásio Poliesportivo Wlamir Marques, que carrega seu nome desde 2016, como forma de homenagem e agradecimento do clube aos serviços e glórias prestadas ao Alvinegro.
Além de ceder seu nome ao ginásio principal da sede social do clube, Wlamir Marques também foi eternizado na Calçada da Fama do Parque São Jorge, em agosto de 2012, ao lado de Amaury Passos.
Wlamir Marques é um dos maiores vencedores da história do basquete brasileiro. Pela seleção, foi bronze nas Olimpíadas de Roma 1960 e Tóquio, 1964, quando, inclusive, foi Porta-Bandeira do Brasil na Cerimônia de Abertura. Ainda venceu dois Mundiais, no Chile em 1959 e no Brasil em 1963, além de duas pratas, nos mundiais de 1954 e 1970. Wlamir Marques ainda tem três medalhas em Jogos Pan-Americanos, a prata em São Paulo 1963 e dois bronzes, um em 1955 e e outro em 1959.
Com a camisa do Corinthians conquistou cinco Campeonatos Paulistas (sete ao todo); sete Campeonatos Paulistanos (nove ao todo); três Campeonatos Brasileiros e três Sul-Americanos de Clubes.
O Hall da Fama do COB foi criado em 2018 para eternizar atletas e treinadores que ajudaram a construir a história olímpica do Brasil. Com a eleição deste ano, um total de 11 modalidades esportivas dos 24 homenageados até o momento foram contempladas.
Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão
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