Recém-contratado pelo Corinthians para substituir Sylvinho, o português Vítor Pereira participou do quadro “Perfil”, da Corinthians TV, e contou toda sua carreira no futebol em 42 minutos.
O treinador relembrou o período em que foi auxiliar de André Villas-Boas no Porto, de Portugal, e conquistou quatro títulos como assistente. Depois, recordou o convite dos Dragões para assumir como técnico efetivo após a saída do compatriota para o Chelsea, da Inglaterra, mantendo sua equipe jogando de forma agressiva, sem esperar pelos adversários.
“Quando saio do Santa Clara como treinador principal, sou convidado a ir para o Porto como assistente. Foi uma decisão difícil da minha vida, não queria ser assistente (auxiliar) de ninguém, já tinha passado dessa fase. Mas, como eu tinha uma dívida de gratidão com o clube, que eu me formei quando trabalhei na base, eu acabei por aceitar. Fui um ano para o Porto como assistente, foi um ano muito vitorioso, ganhamos tudo, era o André Villas-Boas o treinador, eu era o assistente“, disse o lusitano.
“Nesse ano, ganhamos quatro títulos: Liga Europa, Campeonato (Português), Copa (de Portugal) e Supercopa (de Portugal). Ganhamos tudo. Entretanto, o André tem convite para ir para o Chelsea e me convida para ir com ele, mas o Porto me convida para ficar como treinador principal. Assumi como treinador principal, continuamos sempre nesse registro, dominador, de pressão, de ter bola, de não esperar pelos adversários, ser sempre uma equipe que não especula com o jogo, faz parte da minha personalidade.”
Vítor Pereira seguiu dizendo que, por perfil pessoal, é intuitivo e gosta de arriscar. Para o treinador, seus times têm que dominar o jogo, ter a bola e controlar as partidas. Foi desta maneira que o técnico conquistou dois títulos do Campeonato Português, sendo um deles de forma invicta e outro com apenas uma derrota.
“Não consigo esperar pelo jogo, nem estar muito tempo de fora, sem treinar. Sou mais de risco, gosto de arriscar, sou muito intuitivo e quando sinto que tenho que arriscar, arrisco (…) Eu habituei-me a trabalhar em equipes grandes, dominadoras, que gostam de ter a bola e dominar o jogo tendo a bola, que gostam de ser agressivas em termo de vista defensivo, que gostam de ser controladoras. Foi assim que eu fiz minha formação enquanto treinador”, declarou.
“Então, assumi o Porto e ganhamos duas ligas, duas Supercopas, contra um grande Benfica. Foram dois campeonatos, uma derrota só nas duas épocas (temporadas). Depois, o Porto me convidou para renovar o contrato para continuar mais tempo, mas eu já tinha oito anos de Porto e pronto. Treinar equipe da nossa terra, o desgaste foi muito grande. Depois, comecei a pensar que, em Portugal, do ponto de vista financeiro, nunca teria o retorno que queria ter.”
Apesar de grande sucesso no Porto, o comandante disse que optou por não renovar seu contrato com o clube de seu país natal, já que alimentava o sonho de treinar alguma equipe da primeira divisão inglesa. Ele relembra que chegou a ter uma reunião com o Everton, da cidade de Liverpool, mas não entrou em um acordo com os Toffess e acabou fechando um contrato dez vezes mais valioso com o Al Ahli, da Arábia Saudita, para garantir o futuro financeiro de seus filhos.
“Decidi não renovar o contrato, e pensei que iria para a Premier League, achei que iria para o Everton, era meu sonho. Fui à reunião, mas acabei por não ficar. E então, bateu-me um príncipe à porta, literalmente, um príncipe da Arábia Saudita. Nunca imaginei ir treinar na Arábia na minha vida, não fazia parte dos meus planos.”
“O príncipe me colocou um contrato em branco e disse-me para eu colocar os valores que eu quisesse, e eu pus dez vezes o que ganhava no Porto para eles não aceitarem. Apertou-me a mão e disse ‘anda, vamos embora’, e fui parar na Arábia Saudita. Eu acho que uma das grandes missões pessoais da minha vida é garantir o futuro dos meus filhos, e eu pensei ‘tenho oportunidade de ganhar o que nunca ganhei na vida, e de começar a projetar a vida dos meus filhos’, e fui para Arábia Saudita”, concluiu Vítor Pereira.
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