Após comprar uma casa, morador de Piracicaba encontra mala no sótão com dezenas de camisas e adereços históricos relacionados à história do Timão e Gaviões da Fiel
O que você faria se encontrasse um tesouro? Quanto vale o tesouro da honestidade nos dias atuais? São perguntas que nos fazemos após conhecer histórias de empatia como a que vamos discorrer nessa matéria.
Quando comprou um imóvel em Piracicaba, interior de São Paulo, Dalmir Rodrigues da Silva, corinthiano, 47 anos, sócio dos Gaviões da Fiel, jamais imaginava que a casa guardava um verdadeiro tesouro.
No último fim de semana, Dalmir e sua esposa Noemi resolveram verificar se o sótão precisava de uma limpeza. A surpresa veio ao encontrarem uma mala cheia de relíquias com os símbolos do Corinthians e dos Gaviões da Fiel.
Eram dezenas de camisas, faixas de campeão, bonés… Verdadeiras relíquias, como as faixas do bicampeonato Brasileiro de 98 e do tri de 1999, campeão Mundial de 2000 entre outras. Camisas eram mais de 50, variadas.
“Minha reação foi de espanto, de surpresa. Minha esposa diz que eu parecia bobo vendo aquelas peças. Cada peça que eu tirava da mala e estendia no chão, eu vivia uma emoção diferente, falava uma frase diferente, eu tentava imaginar que história que o verdadeiro dono teria vivido com elas no corpo”, relatou Dalmir à nossa redação.
Dalmir, corinthiano “das antigas”, daqueles que faz qualquer sacrifício pelo Corinthians, como ir para o Japão acompanhar o time no Mundial de Clubes de 2012, só conseguia pensar que precisava encontrar o verdadeiro dono das relíquias.
“Jamais pensaria em ficar com elas. Elas contam histórias de outra pessoa, outro corinthiano, outro Gavião.”
Tirou fotos, publicou em um grupo de amigos corinthianos e logo chegaram ao verdadeiro dono daquele tesouro. Enquanto isso, Noemi lavou tudo com muito carinho.
Há cerca de sete anos, ainda quando morava em Piracicaba, o também corinthiano Carlos Cristiano Mascari, 47 anos, técnico de manutenção numa empresa que fabrica equipamentos hospitalares, começou a sentir falta de algumas camisas de seu uso cotidiano e camisas, faixas e bonés que eram de seu pai, já falecido.
Em 2017, quando se separou, a ex-esposa não soube dizer onde estavam. Na verdade, ela havia escondido a mala no sótão da casa de uma tia.
“Coisas de ex magoada”, diz Carlos.
Dadas como perdidas, Carlos se mudou para São Bernardo do Campo e reconstituiu sua vida.
À redação da Central do Timão, Carlos contou que, na última segunda-feira (27), foi acordado pelo telefonema de um amigo de Santo André, também dos Gaviões. “Sim! São minhas! São as camisas do meu pai!“.
“Quando vi aquela foto, vi meu pai dentro da camisa que ele usava constantemente. Faz 14 anos que ele faleceu. O sentimento de saudade muito forte. Eu chorei, eu ri, eu não sabia o que fazer e o que dizer, porque essas camisas são o significado da relação de um corinthiano que aprendeu a ser corinthiano com seu pai desde a infância”, disse Carlos.
“Inclusive a camisa da ala dos convidados, que foi a primeira vez que desfilei na escola dos Gaviões, guardava com muito carinho.”
Sócio dos Gaviões desde 1989, com cerca de 14 anos, Carlos Cristiano ainda guarda sua primeira carteirinha.
“Foi uma troca de emoções muito grande, foi muito intenso. Eu sou Corinthians, ou estou com uma camisa do Corinthians, ou com uma bermuda, eu tenho tatuagem do Corinthians, é uma paixão que tenho desde a infância e tudo isso reviveu muito intensamente a presença do meu pai junto de mim.”
Frequentador assíduo da Arena Corinthians, Carlos espera ansioso para encontrar seu novo amigo, após a quarentena, e receber de volta seu tesouro. Muitas novas e antigas histórias serão contadas.
Quando perguntamos às pessoas o que elas fariam se encontrassem um tesouro, a maioria responde que “depende… como iria procurar o dono de um tesouro perdido?” Por isso, conforta o coração saber que ainda existem pessoas como Dalmir, que não precisam ficar com um tesouro achado, porque carregam consigo um tesouro maior: a honestidade e a empatia.
“Fosse qualquer outra pessoa que não soubesse o valor de ser Corinthians e Gavião, jamais essas camisas voltariam para o meu dia a dia“, afirmou Carlos, com a certeza de que ganhou um amigo que também é um verdadeiro tesouro.
Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão
Os comentários estão fechados.
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Que história espetacular, digna de um filme, ah quem me dera ter a chance de poder fazer esse filme.
Quer mais que isso para fazer mais um filme?
Vai pra cima Corinthians, é tiro certeiro, a história é real, Corinthiano vive de Corinthians.
Chorei. A emoção foi muita! Parabéns ao Dalmir por ser a pessoa que é. E Carlos que pode continuar a contar as lembranças que tem com o seu pai!
Que história é de arrepiar ali está muitas glórias só quem é Corinthians sabe 🏴🏳️
Simplesmente sensacional a história…
Grande , Dalmir!
Parabéns!
É nóis!
FTP (Fiel Torcida Piracicaba)
Parabéns Dalmir pela atitude
Cada vez mais te admiramos pelas suas conquistas e pela pessoa que vc é, tinha que ser um corinthiano igual a vc pra achar esta mala isto é Deus que ele continue abençoando sempre a sua vida e da Noemi bjusss meus e do Cláudio
Concordo com uma opinião q eu li aqui nos comentários, essa grande história vale um filme !
Emocionante.. lacrimejei aqui lendo. História fantástica e matéria a altura…