Tiago Nunes utilizou estilo de jogo mais defensivo para reproduzir títulos de Carille no Paulista? Veja análises e comparativos entre jogos dos treinadores
Em 2019, o Corinthians trocou Fábio Carille por Tiago Nunes – intermediado por Dyego Coelho. A expectativa era trazer um treinador mais ofensivo, por isso, o investimento no bem-sucedido e jovem técnico do Athletico.
Porém, Tiago começou apenas em 2020, já no início da temporada. Apesar dos primeiros jogos positivos, o time acumulou resultados ruins e foi eliminado já na pré-Libertadores. Após a paralisação do Paulista, ainda em março, o Corinthians se via em situação difícil, com poucas chances de se classificar e muitas de cair.
O Paulista retornou e Tiago venceu os dois jogos e se classificou às quartas. Entretanto, longe do futebol ofensivo que se esperava, diversos comentaristas citaram que o técnico utilizou o ‘modo Carille’ para ganhar as partidas decisivas.
“O Corinthians vai ser perigoso nessa fase porque voltou a jogar ‘à lá Carille’, por uma bola, marcando. Voltou a ser competitivo”, disse Muricy Ramalho ao ‘Bem Amigos’, dO SporTV.
“O Corinthians ganhou do Palmeiras no ‘estilo Carille’. Ontem, tinha que atacar o Oeste, não conseguiu”, citou Paulo Vinícius Coelho no Seleção SporTV.
Para verificar se há mesmo uma semelhança entre o ‘modo Carille’ e os últimos dois jogos de Tiago Nunes, a Central do Timão produziu um comparativo entre partidas dos dois técnicos. Veja os critérios e os resultados:
Na ‘era Carille’, o Corinthians foi criticado por criar pouco contra os times ditos pequenos. Nos últimos jogos de Tiago Nunes, essas críticas voltaram. Então, para comparar, a Central do Timão pegou o jogo de volta contra a Ferroviária pelo Paulistão 2019, em que o Corinthians venceu só nos pênaltis, e equiparou com os resultados do último jogo contra o Oeste.
Corinthians (4) 1×1 (3) Ferroviária
43% – posse de bola – 57%
14 – finalizações -7
4 – finalizações no gol – 2
6 – finalizações para fora – 3
4 – chutes travados – 2
10 – faltas – 17
1 – cartões amarelos – 2
4 – grandes chances – 0
3 – grandes chances perdidas – 0
8 – finalizações dentro da área – 4
1 – defesas do goleiro – 3
347 – passes – 474
256 (74%) – passes certos – 383 (71%)
28/58 (48%) – bolas longas – 23/61 (38%)
5/25 (20%) – cruzamentos – 3/18 (17%)
8/16 (50%) – dribles – 4/14 (29%)
142 – perda de posse de bola – 144
75 – disputa de bolas vencidas – 46
30 – disputas aéreas vencidas – 17
21 – desarmes – 16
23 – interceptações – 25
19 – cortes – 23
Oeste 0x2 Corinthians
38% – posse de bola – 62%
11 – finalizações – 5
3 – finalizações no gol – 1
7 – finalizações para fora – 1
1 – chutes travados – 1
17 – faltas – 16
4 – cartões amarelos – 2
5 – finalizações dentro da área – 3
1 – defesas do goleiro – 4
310 – passes – 510
237 (76%) – passes certos – 433 (85%)
28/57 (46%) – bolas longas – 33/60 (55%)
1/17 (6%) – cruzamentos – 1/17 (6%)
14/18 (78%) – dribles – 18/28 (62%)
137 – perda de posse de bola – 137
55 – disputa de bolas vencidas – 73
11 – disputas aéreas vencidas – 17
17 – desarmes – 23
14 – interceptações – 3
16 – cortes – 15
No jogo contra a Ferroviária, em 2019, apesar da posse de bola inferior, o Corinthians finalizou mais: 14 vezes, sendo quatro no gol. Em 2020, mesmo com 62% de posse, o Timão teve apenas cinco finalizações. Porém, foi mais cirúrgico, marcando dois gols.
No comparativo, dá para perceber o aumento da eficiência dos passes, de 71% para 85%, ainda mais se levar em conta que o Corinthians tocou bem mais a bola no jogo de 2020, com Tiago Nunes. Ainda há um ligeiro aumento da assertividade das bolas longas, de 48% para 55%.
O que se manteve também foi o poder de marcação. A equipe alvinegra venceu a maior parte das disputas, e mesmo com 62% da posse de bola teve um número alto de cortes e desarmes contra o Oeste.
Em 2020, o Corinthians tem mantido o bom retrospecto em clássicos, e ainda não perdeu para os rivais paulistas. Porém,o jogo contra o Palmeiras foi marcado pela atuação brilhante de Cássio e a postura defensiva do time. Por isso, a comparação será feita com a volta da semifinal de 2019, em que o Corinthians se segurou bastante na partida contra o Santos, no Pacaembu.
Santos (6) 1×0 (7) Corinthians
74% – posse de bola – 26%
25 – finalizações – 3
11 – finalizações no gol – 0
8 – finalizações para fora – 3
6 – chutes travados – 0
10 – faltas – 8
4 – cartões amarelos – 2
5 – grandes chances – 0
4 – grandes chances perdidas – 0
14 – finalizações dentro da área – 0
01 – defesas do goleiro – 10
548 – passes – 197
453 (83%) – passes certos – 120 (61%)
40/64 (63%) – bolas longas – 22/51 (43%)
8/39 (21%) – cruzamentos – 0/5 (0%)
10/20 (50%) – dribles – 12/18(67%)
171 – perda de posse de bola – 134
56 – disputa de bolas vencidas – 68
20 – disputas aéreas vencidas – 26
21 – desarmes – 21
6 – interceptações – 10
14 – cortes – 54
Corinthians 1×0 Palmeiras
44% – posse de bola – 56%
8 – finalizações -19
4 – finalizações no gol – 8
1 – finalizações para fora – 9
3 – chutes travados – 2
13 – faltas – 15
1 – cartões amarelos – 2
5 – finalizações dentro da área – 11
8 – defesas do goleiro – 3
456 – passes – 569
368 (81%) – passes certos – 494 (57%)
34/63(54%) – bolas longas – 42/70 (60%)
5/10 (50%) – cruzamentos – 3/18 (17%)
11/18 (61%) – dribles – 9/18 (61%)
124 – perda de posse de bola – 128
69 – disputa de bolas vencidas – 63
24 – disputas aéreas vencidas – 25
22 – desarmes – 17
14 – interceptações – 17
18 – cortes – 10
Nos dois jogos, o Corinthians ficou pouco com a bola e viu o adversário finalizar demais no gol alvinegro. Cássio foi decisivo nas duas partidas, fazendo 10 e 8 defesas; respectivamente. Logo, o time tomou pressão e se defendeu nos dois confrontos.
Novamente, é possível perceber o aumento de eficiência e alguns pontos, como porcentagem de acertos em passes, cruzamentos e dribles. Entretanto, de fato, algumas características se repetiram em 2020.
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Por: Gabriel Gonçalves / Redação Central do Timão
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