Bruno Octávio estava no Corinthians em 2007 e viu ascensão de Lulinha e de outros jogadores da base
O ex-jogador Bruno Octávio esteve no programa ‘Mesa Corinthiana’, da TV Central do Timão, na última sexta-feira (10). Na conversa, Bruno falou sobre Lulinha, seu ex-companheiro de elenco no Corinthians. Habilidoso e artilheiro na base, o meia acabou não tendo o mesmo sucesso no profissional do clube.
“O Lulinha, a grande maioria conheceu ele por aquele monte de gol que ele metia na base. Era Lulinha, Dentinho, Caju, aquela molecada estava fazendo seus nomes. E começou a subir uma galera para o elenco. Os moleques sempre tiveram muita qualidade, a fama tinha procedência”, explicou Bruno sobre os jovens do Corinthians na época.
Período difícil
Segundo Bruno Octávio, os jogadores foram chamados para o profissional em um momento muito difícil para o clube. Naquela temporada de 2007, o Corinthians lutava contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, e viu na base uma esperança para os jogos.
“Eles começaram a ser lançados no meio do furacão, quando no Corinthians não tinha uma base para recebê-los. Totalmente diferente de quando subiu o Rosinei e eu. Nós tínhamos um time já formado, com caras experientes e prontos para receber a molecada da base. Ali, a molecada da base estava tendo que assumir a bronca dos experientes”, citou o ex-jogador.
Para o ex-volante, os próprios jogadores do elenco não conseguiram dar conta da pressão e ainda ajudar os garotos da base, que acabaram ficando ‘abandonados’ nessa transição para o profissional.
“Não dava para a gente dar conta da experiência, com 20, 21 anos, segurar um time nas costas. Era Lulinha, Everton Ribeiro, Dentinho, era incrível o poder de jogo desses meninos, só que lançados no momento errado. Você lançar nas costas de um moleque de 17 anos, a chance de dar errado era grande. Não deram tempo suficiente”, completou Bruno.
Problemas no planejamento
Na opinião de Bruno Octávio, foi muito pesado para os jovens o fato de terem sido lançados naquela situação. Para o ex-volante, fazer o que Lulinha fez na base (quase 300 gols) não é fácil. Porém, o atleta não teve o mesmo tempo para se desenvolver no profissional.
“Foi simplesmente o momento, a falta de confiança, que não deu tempo deles terem. Era porrada em cima de porrada. ‘Bota o moleque. Perdeu? Tira o moleque. Bota o moleque de novo’. Ele não sabia se era titular, se era reserva, se estava vendido ou não”, citou o jogador sobre os jovens da base.
Falou demais?
Em 2007, logo após subir para os profissionais, Lulinha deu uma declaração que se tornou polêmica.
“Meu estilo é uma mistura de Kaká com Ronaldinho Gaúcho. Tenho uma arrancada parecida com o Kaká e sou habilidoso como o Ronaldinho”, disse o jovem na época.
Na visão de Bruno Octávio, a declaração foi um erro, já que colocou ainda mais pressão sobre o garoto.
“Ele foi mal-interpretado ou falou besteira. Você está subindo? Coloque-se no seu lugar, não venha se colocar no mesmo pedestal de caras que já fizeram tanta história. Chega de mansinho e depois você voa. Hoje ele se arrepende, mas ele sempre foi bola, tanto ele quanto todos os meninos que subiram na época”, declarou Bruno.
Lulinha permaneceu no Corinthians de 2007 a 2009, fazendo 85 jogos e marcando 4 gols. Conquistou três títulos: a Série B de 2008, o Paulista e a Copa do Brasil, ambos em 2009. Atualmente, aos 30 anos deidade, defende o Júbilo Iwata, da segunda divisão do Japão.
Veja a entrevista na íntegra:
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