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Augusto Melo reconhece derrota em votação de impeachment, mas descarta renúncia à presidência do Corinthians

  • Por Henrique Pereira / Redação da Central do Timão

Na noite desta segunda-feira, 26, o Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians se reunirá no Parque São Jorge para dar continuidade à votação do pedido de impeachment do presidente Augusto Melo. Pouco antes da reunião, o ainda presidente do clube discursou à imprensa presente no Parque São Jorge e reconheceu a provável derrota.

No entanto, apesar do tom de despedida adotado ao longo do discurso, o mandatário esclareceu na parte final que isso não significa uma renúncia ao cargo. Augusto Melo ainda afirmou que seguirá buscando a manutenção da presidência do Corinthians independente do resultado e argumentou com os feitos que considera positivos de sua gestão.

“O jogo não acabou, mas saio de cabeça erguida por enquanto. Dizendo que fiz meu melhor. Tivemos erros e acertos, isso é normal. Mas eu falo de forma clara. Eu saio do Corinthians, pelo menos por enquanto, com salários em dia há sete meses. Com um superavit, um ano que tinha tudo pra dar certo. Saio do Corinthians com um contrato de estacionamento que daria de 30 a 40% pro Corinthians. Saio do Corinthians deixando um contrato pronto pro nosso CT, pro alojamento da base, sem o Corinthians gastar um real. E saio daqui muito feliz por mais um desafio.”, iniciou.

“Contrato pronto da Adidas. Saio daqui muito feliz. Uma negociação maravilhosa, dentro dos valores de Barcelona, Real Madrid… Saio com mais de 3 bilhões de receitas no Corinthians. Saio deixando tudo pronto. Espero que venha uma administração boa, porque o Corinthians está num patamar muito bom. Meu trabalho foi muito bem feito. Teria mais um ano, mas se esse é o desejo… A auditoria está feita, está na mão do conselho fiscal e espero que a torcida cobre.”, continuou Augusto.

Está comprovado que tem erro no balanço de 2023. Peço desculpas se teve alguma falha. Amanhã tem um grande jogo e amanhã vou torcer pela vitória do meu clube, que é minha vida. Passei por cima de desafios pesados. Precisava de alguém dar esse pontapé e eu dei. Ninguém nunca trouxe tanta receita pra um clube como eu trouxe. Tive cinco meses de negociação pra TV e consegui. Saio de cabeça erguida, missão cumprida. O próximo presidente tem obrigação de dar sequência. Hoje o Augusto pode não ser lembrado, mas vão sentir saudade. por que eu dei o pontapé pra tudo isso”, prosseguiu.

“Não é renúncia. Não vou participar dessa palhaçada. Já que eles querem brigar, não vou dar de mão beijada, vou lutar. Vamos até o final pelo Corinthians”, finalizou o presidente do clube.

Pedido de impeachment 

O pedido de impeachment do presidente Augusto Melo foi formalizado em agosto do ano passado, após a rescisão do contrato com a VaideBet. A casa de apostas acionou uma cláusula anticorrupção, alegando danos à sua imagem após a revelação de um escândalo envolvendo uma empresa de fachada na intermediação do acordo. Com a ruptura, o Corinthians deixou de receber mais de R$ 300 milhões pelo patrocínio, que seria válido até 2026, totalizando R$ 370 milhões, o maior contrato do futebol brasileiro até então. 

Cerca de 85 conselheiros do clube assinaram o requerimento de destituição do presidente, que foi anexado ao processo disciplinar aberto pela Comissão de Ética e Disciplina. A medida foi recomendada pela Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo após uma investigação interna sobre o contrato de patrocínio com a casa de apostas e seus desdobramentos.

Possíveis cenários após a votação 

Se o impeachment não for aprovado no plenário do Conselho Deliberativo, o processo será arquivado. No entanto, se houver maioria a favor da destituição de Augusto Melo, ele será afastado imediatamente do cargo, sendo substituído pelo primeiro vice-presidente, Osmar Stábile. 

Contudo, o afastamento definitivo de Augusto dependerá da ratificação dessa decisão pelos sócios do clube. O presidente do Conselho terá até cinco dias para convocar uma assembleia geral dos associados, sem um prazo definido para a votação, que, espera-se, aconteça dentro de trinta dias.

Caso os sócios rejeitem o impeachment, Augusto Melo retoma a presidência e o processo é arquivado. Contudo, se a destituição for aprovada pelos sócios, o Conselho Deliberativo será convocado para escolher o novo presidente do clube por meio de eleição indireta, na qual somente os membros do órgão poderão concorrer e votar.

Vale lembrar que, além do atual processo de impeachment, há outros procedimentos em andamento contra o presidente dentro do clube, incluindo um pedido de afastamento imediato, elaborado pela Comissão de Justiça após a reprovação das contas de 2024, que o acusa de gestão temerária com base na Lei Geral do Esporte.

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Impeachment no Corinthians: entenda a votação que pode afastar o presidente Augusto Melo

  • Por Larissa Beppler | Redação da Central do Timão

Nesta segunda-feira, 26, o Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians se reunirá no Parque São Jorge para dar continuidade à votação do pedido de impeachment do presidente Augusto Melo. No último dia 20 de janeiro, o órgão aprovou a admissibilidade das acusações contra o dirigente, com 126 votos a favor e 114 contra. No entanto, devido ao avançado da hora e a um acordo entre os órgãos do clube e a defesa do mandatário, a reunião foi suspensa com base no artigo 85 do estatuto, o que a mantém permanentemente aberta e permite sua conclusão na noite de hoje.

A acusação aponta para irregularidades cometidas pela gestão, especialmente no caso envolvendo a VaideBet, patrocinadora máster do clube entre janeiro e junho de 2024. O presidente do Corinthians responde por sua conduta nas negociações e pelo contexto da rescisão do contrato, encerrado de forma unilateral pela casa de apostas após a revelação de um escândalo: a comissão destinada à intermediária indicada pela diretoria foi desviada para contas de empresas de fachada ligadas ao crime organizado.

O assunto tem agitado os bastidores do Corinthians há meses e despertado dúvidas entre os torcedores. Para ajudar a esclarecer essas questões, a Central do Timão preparou uma explicação detalhada sobre o processo de destituição do mandatário.

Pedido de impeachment 

O pedido de impeachment do presidente Augusto Melo foi formalizado em agosto do ano passado, após a rescisão do contrato com a VaideBet. A casa de apostas acionou uma cláusula anticorrupção, alegando danos à sua imagem após a revelação de um escândalo envolvendo uma empresa de fachada na intermediação do acordo. Com a ruptura, o Corinthians deixou de receber mais de R$ 300 milhões pelo patrocínio, que seria válido até 2026, totalizando R$ 370 milhões, o maior contrato do futebol brasileiro até então. 

Cerca de 85 conselheiros do clube assinaram o requerimento de destituição do presidente, que foi anexado ao processo disciplinar aberto pela Comissão de Ética e Disciplina. A medida foi recomendada pela Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo após uma investigação interna sobre o contrato de patrocínio com a casa de apostas e seus desdobramentos.

Requisitos estatutários 

O estatuto do clube determina que são motivos para requerer a destituição do presidente da diretoria:

a) ter praticado crime infamante, com trânsito em julgado da sentença condenatória; b) ter acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians; c) não terem sido aprovadas as contas da sua gestão; d) ter infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária; e) prática de ato de gestão irregular ou temerária.

Os signatários do pedido sustentam que, em razão da atuação e omissão de Augusto Melo, a imagem da instituição foi lançada em um contexto de notícias degradantes, além de alegarem que ele também teria violado o estatuto e a Lei Geral do Esporte.

Parecer da Comissão de Ética e Disciplina 

Após analisar o caso e ouvir a defesa do dirigente, o comitê disciplinar do clube emitiu um parecer ao Conselho Deliberativo recomendando a suspensão do processo até a conclusão do inquérito policial que estava em andamento.

Cabe pontuar que a Comissão de Ética não possui poder deliberativo, sendo responsabilidade do Conselho Deliberativo decidir se acata ou não suas recomendações. Diante disso, o presidente do CD Romeu Tuma Júnior, no uso de suas atribuições estatutárias, determinou que o processo fosse levado à votação no plenário do órgão.

Quem vota? 

Na reunião desta segunda-feira, a votação caberá aos membros do Conselho Deliberativo, composto por cerca de 300 conselheiros – sendo 200 trienais, eleitos no último pleito para representar os associados até 2026, e 100 vitalícios. Na primeira parte da sessão, iniciada em 20 de janeiro e ainda oficialmente aberta, 240 conselheiros estiveram presentes e analisaram o mérito das acusações.

A defesa do presidente Augusto Melo argumenta que apenas os conselheiros que participaram daquela ocasião estejam habilitados a votar nesta segunda, além de sustentar que os signatários do pedido de impeachment não deveriam ter direito a voto. No entanto, o presidente do Conselho Deliberativo ainda não se pronunciou sobre essas questões.

Como será a votação? 

De acordo com o edital de convocação e conforme determina o estatuto do clube, Roberson de Medeiros, presidente da Comissão de Ética e Disciplina, fará uma apresentação de até 30 minutos. O presidente Augusto Melo, ou um representante designado por ele, também terá até 30 minutos para apresentar sua defesa aos conselheiros.

Na sequência, será realizada a votação, que ocorrerá de forma sigilosa, com o uso de cédulas de papel. Embora alguns conselheiros tenham solicitado que o processo fosse nominal, o pedido foi recusado, pois o estatuto do clube determina o sigilo em situações como esta. A apuração dos votos será feita imediatamente após a votação, com a proclamação do resultado.

Também não está descartada a possibilidade de a votação ser adiada, caso o presidente do Corinthians consiga uma nova liminar para suspender a reunião, como já ocorreu antes, embora a decisão tenha sido derrubada posteriormente. Em entrevista coletiva, a defesa de Augusto Melo admitiu que há dois movimentos processuais em andamento em nome do mandatário: um tramita no Tribunal de Justiça e o outro está sendo encaminhado ao Supremo Tribunal Federal.

Possíveis cenários após a votação 

Se o impeachment não for aprovado no plenário do Conselho Deliberativo, o processo será arquivado. No entanto, se houver maioria a favor da destituição de Augusto Melo, ele será afastado imediatamente do cargo, sendo substituído pelo primeiro vice-presidente, Osmar Stábile. 

Contudo, o afastamento definitivo de Augusto dependerá da ratificação dessa decisão pelos sócios do clube. O presidente do Conselho terá até cinco dias para convocar uma assembleia geral dos associados, sem um prazo definido para a votação, que, espera-se, aconteça dentro de trinta dias.

Caso os sócios rejeitem o impeachment, Augusto Melo retoma a presidência e o processo é arquivado. Contudo, se a destituição for aprovada pelos sócios, o Conselho Deliberativo será convocado para escolher o novo presidente do clube por meio de eleição indireta, na qual somente os membros do órgão poderão concorrer e votar.

Vale lembrar que, além do atual processo de impeachment, há outros procedimentos em andamento contra o presidente dentro do clube, incluindo um pedido de afastamento imediato, elaborado pela Comissão de Justiça após a reprovação das contas de 2024, que o acusa de gestão temerária com base na Lei Geral do Esporte.

Estágio do inquérito policial 

Após um ano de investigações, a Polícia Civil de São Paulo concluiu o inquérito sobre o caso VaideBet com o indiciamento de quatro pessoas pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. Entre os indiciados está o presidente do Corinthians, Augusto Melo. Também foram indiciados Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing, Marcelo Mariano, ex-diretor administrativo, e Alex Cassundé, indicado pelo clube como intermediário no acordo com a casa de apostas.

A investigação, conduzida pelo delegado Tiago Fernando Correia, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), conseguiu rastrear o caminho do montante pago pelo Corinthians à suposta intermediária do contrato. Segundo a polícia, os valores foram desviados por meio de uma complexa rede de transferências bancárias – descrita no inquérito como um “percurso maquiavélico” – que terminou na empresa UJ Football Talent Intermediação. Essa empresa foi apontada por Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), como parte das operações do grupo criminoso no mundo do futebol.

Agora, o caso será encaminhado ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que analisará as conclusões do delegado e todas as evidências reunidas pela investigação desde maio do ano passado. Vale lembrar que um promotor do MP acompanhou de perto o trabalho da Polícia Civil ao longo do inquérito, participando inclusive das oitivas – uma prática comum, que busca dar mais agilidade e eficácia aos procedimentos investigativos.

O MP-SP tem total autonomia para decidir os próximos passos em relação à investigação conduzida pela Polícia Civil. A promotoria pode acatar integral ou parcialmente as recomendações de indiciamento, modificar alguma das acusações, incluindo crimes não apontados pela polícia, ou até mesmo rejeitar as conclusões do inquérito e solicitar seu arquivamento.

Nesta nova etapa, o Ministério Público pode solicitar novas diligências ou depoimentos, caso considere necessário para esclarecer os fatos. No entanto, também é possível que a decisão seja tomada com base apenas na análise dos autos do inquérito. Com isso, existe a possibilidade de que o presidente Augusto Melo nem chegue a ser ouvido pelos promotores.

Se o MP-SP decidir pela continuidade do inquérito, seja mantendo as acusações da polícia ou alterando-as, ele apresentará a denúncia dos envolvidos à Justiça, que deverá analisá-la e decidir sobre seu recebimento. Caso a denúncia seja aceita, será instaurado um processo na primeira instância, tornando os acusados, oficialmente, réus.

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Pressões por favorecimento e conflito de interesse ameaçam independência do Conselho Fiscal no Corinthians

  • Por Daniel Keppler / Redação da Central do Timão

Dentro da estrutura administrativa do Corinthians, um dos órgãos mais importantes na fiscalização do trabalho da diretoria é o Conselho Fiscal, composto no clube por três conselheiros eleitos a cada triênio. Quem confere essa importância ao CF, porém, não é apenas o estatuto alvinegro, mas também a legislação, principalmente a Lei Pelé (lei 9.615/1998) e a Lei Geral do Esporte (lei 14.597/2023).

As normas deixam clara a importância de que as entidades desportivas não apenas mantenham um Conselho Fiscal, mas também assegurem a esse órgão total autonomia em seu trabalho, livre de qualquer tipo de pressão política. No entanto, essa independência vem sendo ameaçada no Parque São Jorge, com tentativas da gestão de persuadir os membros do órgão a decidirem favoravelmente aos dirigentes em temas sensíveis, como as finanças do Corinthians.

Aproximação indevida

A informação foi obtida pela Central do Timão por meio de fontes ligadas ao clube, com trânsito livre no Parque São Jorge. A apuração indica que, nos últimos meses, os membros do Conselho Fiscal do Corinthians vêm sendo sistematicamente pressionados a se posicionar de forma alinhada à agenda da atual gestão.

Esse cenário teria se intensificado a partir de abril, quando cresceu a tendência de reprovação das contas de 2024, o que acabou ocorrendo no final daquele mês, e a subsequente tentativa da diretoria de reverter o quadro, ao propor a reabertura do balanço de 2023 para atribuir R$ 191,2 milhões em contingências àquele exercício e, assim, transformar o déficit de R$ 181,7 milhões registrado no ano passado em um superávit de R$ 9,5 milhões.

Segundo as fontes ouvidas pela Central do Timão, o principal interlocutor da diretoria no Conselho Fiscal é o presidente do órgão, Haroldo Dantas, que apoiou a candidatura do presidente Augusto Melo e que se candidatou a conselheiro trienal em 2023 pela Chapa 83 (Valores Corinthianos). Teria sido ele, por exemplo, o responsável por pautar o debate no CF que culminou no ofício em que o órgão aceita a reabertura das contas de 2023 do clube, mediante o cumprimento de determinadas condições.

Outro ponto sensível na relação entre o Conselho Fiscal e a diretoria, segundo as fontes ouvidas, diz respeito a encontros dos quais os membros do órgão teriam participado, ao longo dos últimos meses, na residência do então diretor financeiro Pedro Silveira, onde seriam debatidos assuntos relativos às finanças do Corinthians.

Tais encontros representariam uma quebra da imparcialidade do CF diante da gestão, comprometendo a independência exigida por lei. “(O Conselho Fiscal) foi alertado sobre esta aproximação. O órgão precisa ter absoluta independência, nenhuma ligação com a diretoria. Não pode haver nenhum tipo de dependência”, afirmou uma das fontes.

Possível conflito de interesses

Por fim, outra questão relativa a esse tema diz respeito a Josué Lopes de Souza, auditor fiscal do Corinthians. A Central do Timão recebeu sete atas de reuniões do Conselho Fiscal, ocorridas entre abril e outubro de 2024, nas quais Josué atua como “assessor técnico” do órgão. A função não está prevista nem no estatuto do Corinthians nem nos regimentos internos dos órgãos do clube.

Oficialmente, Josué deixou de assessorar o CF no final de outubro e, no mês seguinte, passou a atuar como auditor fiscal do departamento financeiro do Corinthians, um cargo remunerado – a primeira nota fiscal emitida em seu nome data de 16 de dezembro. No entanto, segundo fontes ouvidas pela redação, há suspeitas de que sua colaboração com o setor financeiro do clube já vinha ocorrendo pelo menos três meses antes desta data.

Ainda segundo estas fontes, há suspeitas de que Josué, que é da mesma chapa que o presidente do CF, teria sido indicado por este para integrar o time financeiro da gestão, comandado à época por Pedro Silveira, também integrante da mesma chapa. A intenção seria fortalecer a agenda do departamento em defesa da atual diretoria.

A Central do Timão apurou ainda que o Conselho de Orientação (CORI) vem tentando, nos últimos meses, acessar o contrato firmado entre o Corinthians e o auditor fiscal. No entanto, o clube ainda não atendeu aos pedidos do órgão fiscalizador, que não pôde analisar o documento.

Ouvimos dois advogados para compreender melhor a situação, e ambos afirmaram que a rápida migração do profissional do Conselho Fiscal para o setor financeiro da diretoria configura um conflito de interesses que, em tese, prejudica a autonomia do órgão fiscalizador. Um deles chamou atenção para a falta de algo como uma “quarentena”, que é um período de impedimento para que autoridades públicas, após deixarem seus cargos, exerçam atividades no setor privado.

A prática, prevista na lei 12.813/2013, visa justamente evitar situações que possam gerar conflitos de interesses, impedindo que ex-funcionários utilizem seu conhecimento ou influência para obter vantagens pessoais no setor privado, em detrimento do interesse público. No Corinthians, este conflito estaria posto na medida em que Josué, como auditor, passou a defender os interesses da gestão que, antes, estava ajudando a fiscalizar, estando ciente de todos os debates internos promovidos no CF.

Um dos advogados ouvidos pela Central do Timão completou: “É uma posição de estrita moralidade, né. Em empresas grandes e sérias de auditoria e compliance, isso é afastado (a troca repentina de funções). Não há nenhum crime, nada ilegal, mas ofende alguns princípios básicos da integridade”, disse.

As respostas dos citados

A Central do Timão procurou os membros do Conselho Fiscal para se manifestarem a respeitos dos temas levantados nesta matéria. O presidente Haroldo Dantas não retornou ao chamado da redação, e caso o faça a resposta será incluída aqui. Paulo Schmidt Pimentel declarou que não pode responder pelo CF. Já Claudio Luiz Senise, secretário do CF, solicitou que as perguntas fossem encaminhadas ao e-mail institucional do órgão, e havendo retorno o texto será atualizado.

O auditor fiscal Josué também foi questionado e respondeu por meio da assessoria do presidente Augusto Melo. Ele confirmou sua passagem pelo CF como assessor, afirmando que deixou a função “devido a compromissos profissionais”. Negou ainda ter sido indicado por Haroldo Dantas para a gestão, afirmando que o convite partiu diretamente do ex-diretor Pedro Silveira.

O auditor afirmou ainda que o início de seu vínculo com o Corinthians se deu em 16 de novembro de 2024, válido até 31 de dezembro de 2026. Por fim, negou que a troca de funções represente um conflito de interesses, ressaltando a recomendação do Conselho Fiscal de reprovar as contas do clube.

“Esse fato (participação prévia no CF antes de integrar o financeiro corinthiano) não alterou a opinião do parecer do órgão, tendo em vista que o balanço 2024 foi reprovado pelos mesmos. (…) Meu relacionamento com o CF é ótimo e a viabilização dos questionamentos é facilitada pelo fato de eu entender a necessidade de compreensão do trabalho.”

Nota da redação: a matéria foi alterada em 29 de maio de 2025 para incluir a data de início do vínculo entre Josué Lopes e o Corinthians.

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Augusto Melo pede expulsão de ex-diretor do Corinthians, que reage em nota; acusações contêm contradições

  • Por Daniel Keppler / Redação da Central do Timão

No último dia 15, o presidente do Corinthians Augusto Melo solicitou à Comissão de Ética e Disciplina do clube a abertura de procedimento contra o ex-diretor financeiro Rozallah Santoro, que ocupou o cargo entre janeiro e junho de 2024. O mandatário alvinegro faz diversas acusações contra Rozallah e pede a sua expulsão do quadro associativo do Corinthians.

Além disso, Augusto Melo exige que a CED obrigue Rozallah a pagar mais de R$ 40 milhões ao clube, a título de reparação por prejuízos supostamente causados por ele durante sua passagem na diretoria. A Central do Timão teve acesso ao ofício, que tem sete páginas e é assinado por Augusto Melo na condição de presidente. Confira a seguir um resumo do texto:

Conduta criticada

O texto inicia recordando que Rozallah foi diretor financeiro do Corinthians até o início de junho de 2024, e aponta que, já na condição de conselheiro trienal, votou para rejeitar as contas daquele exercício. Augusto diz que tal atitude, apontada como “contradição”, feriu o artigo 6º do Regimento Interno Administrativo, que fala sobre o dever de “zelar pelos interesses do Corinthians”. Um artigo do estatuto também é citado, mas chama atenção que o texto da norma não tenha relação com os fatos imputados ao ex-diretor.

Além disso, o documento acusa Rozallah de não apresentar “planos de longo prazo, orçamentos, previsões e iniciativas de redução de custos, alinhados com os objetivos estratégicos do clube”, e ignorar “gestão de riscos com vistas a identificar e mitigar riscos financeiros, preparando o clube para cenários adversos”. No entanto, o pedido não incluiu elementos para sustentar tais acusações.

Caso Rojas

A denúncia, então, aborda o caso Rojas, meia paraguaio contratado pelo Corinthians em 2023 e que abandonou o clube em fevereiro do ano seguinte, após o descumprimento de um acordo firmado no início da gestão Augusto Melo para quitar dívidas de direitos de imagem. O Alvinegro foi condenado pela FIFA, em junho passado, a pagar R$ 40,4 milhões ao atleta – um recurso do clube ainda tramita na Corte Arbitral do Esporte (CAS).

Augusto acusa o ex-diretor de ter sido omisso e decidido, por conta própria, não pagar a parcela de fevereiro do acordo entre clube e jogador. Para sustentar a acusação, o pedido apresenta a cópia de um e-mail, enviado pelo advogado de Rojas em 21 de fevereiro de 2024, a membros da diretoria do Corinthians, no qual aponta o atraso na parcela. O valor do pagamento era de R$ 1.363.342,13 ao representante do atleta (Redland Marketing Esportivo) mais US$ 43.008,00 ao intermediário (Football One S.A.).

No e-mail, o advogado Rafael Botelho explica que o vencimento da parcela havia ocorrido em 10 de fevereiro, e que desde o dia 15 o atleta estava livre para rescindir unilateralmente seu vínculo com o clube, de acordo com termos presentes no acordo e aceitos pela diretoria corinthiana. A rescisão, em si, acabou acontecendo no dia 28, também por e-mail. Rubens Gomes, ex-diretor de futebol, e Roberto Gavioli, ex-gerente financeiro do clube, também estavam copiados em ambas as mensagens.

Neste trecho da denúncia, também é apresentada uma tabela que representaria o fluxo financeiro do Corinthians entre os dias 16 e 24 de fevereiro do ano passado, apontando saldo positivo total de pelo menos R$ 3,7 milhões nas contas. Não há, porém, um demonstrativo similar para a semana anterior (9 a 15 de fevereiro), que abrangeria a data de vencimento da parcela e os dias subsequentes.

O documento também não apresenta evidências de alguma cobrança do presidente ao ex-diretor, por escrito, em qualquer data, seja antes ou depois do vencimento da parcela, da cobrança do advogado de Rojas ou do anúncio do rompimento unilateral do atleta, que gerou uma cobrança de R$ 8.030.008,00 – atualmente em disputa no CAS. Tal disputa, diz a denúncia, seria de responsabilidade de Rozallah, que com isso teria causado “grave dano” à imagem do Corinthians, citando o artigo 28 do estatuto:

Art. 28- É passível da pena de desligamento o associado que:
D – cometer ato grave contra a moral social desportiva ou contra dirigente em função de seu cargo
.

Outras acusações

O documento também afirma que Rozallah teria sido irresponsável no exercício da função de diretor, ao não controlar o fluxo de caixa do Corinthians. Augusto Melo acusa seu ex-diretor de não alertar a gestão sobre “possíveis descontroles no orçamento”, omitindo “prejuízos financeiros” ocorridos no período.

Vale apontar, porém, que em março de 2024, ainda com Rozallah como diretor financeiro, o clube promoveu a revisão do orçamento da temporada. O clube aumentou sua projeção de faturamento, prevendo arrecadar mais em patrocínios e venda de atletas, além de prever um aumento também nas despesas, mas ainda esperando um superávit de R$ 17,6 milhões no exercício.

Também é atribuída a Rozallah a responsabilidade pelos balancetes mensais do período, que não teriam sido publicados. No entanto, em rápida consulta ao site do Corinthians, é possível encontrar notícia de 19 de março de 2024, quando o clube anuncia a publicação do balancete mensal de janeiro. Apenas em junho, já com Rozallah fora da gestão, o clube anunciou os números dos meses seguintes, na forma de um balancete trimestral.

Possíveis divergências

As acusações de Augusto Melo são feitas 11 meses após a saída de Rozallah Santoro da diretoria e 15 meses após a rescisão unilateral consumada por Rojas. Até então, durante todo este período, em nenhum momento o presidente havia se manifestado em sentido parecido, assim como jamais havia atribuído ao ex-diretor má gestão no exercício do cargo.

Em maio de 2024, por exemplo, portanto após a saída do atleta, Augusto posou com Rozallah em vídeo para reforçar a permanência do ainda diretor, que havia pedido para deixar o cargo em razão de declarações do presidente no podcast do influencer Cross, naquele mesmo mês. Persuadido a permanecer após promessa de autonomia total na função, Rozallah acabou por repetir o pedido de demissão pouco depois, em 7 de junho.

Nesta entrevista em questão, inclusive, o presidente alvinegro fala sobre o caso Rojas, afirmando abertamente que tinha ciência do atraso no pagamento da parcela e que o dinheiro, provisionado inicialmente para honrar o acordo com o meia, foi usado para pagar as multas rescisórias da demissão de Mano Menezes e contratação de António Oliveira junto ao Cuiabá:

“Não tinha motivo pra ele sair, pô, era questão de um, dois dias, e eu tinha falado (que) a gente paga. Porque nós tivemos que usar esse dinheiro do Rojas pra pagar o treinador (António), pra ele poder (estrear) no dia, tá?”

A mesma versão foi relatada pelo próprio Rozallah no podcast Deu Zebra Cast, em 9 de maio deste ano. “Tinha acabado de acontecer a rescisão do Mano, eu tinha que pagar a primeira parcela, e tinha jogo sábado, a diretoria já queria que o António Oliveira estivesse sentado no banco, então tinha que pagar a liberação junto ao Cuiabá. Aí fui ao escritório do presidente e disse que o único o dinheiro que a gente tinha estava provisionado pra pagar o Matias Rojas”, disse.

O conselheiro prosseguiu, afirmando que a decisão de pagar as rescisões e atrasar o pagamento a Rojas foi do presidente: “(Ele disse) ‘Paga, depois a gente se vira’. Para o António Oliveira ser liberado. Cara, na quarta-feira não tinha dinheiro pra pagar o Rojas. A gente não se vira, né? Ah, mas entra a bilheteria. Está no fluxo de caixa, projetado. A decisão foi dele (Augusto).”

Augusto Melo foi ouvido sobre o caso Rojas outras vezes, ainda, nos últimos meses, sem jamais responsabilizar Rozallah pelo atraso na parcela do acordo. Em março de 2024, por exemplo, o presidente falou ao ge.globo que conversou pessoalmente com o atleta e seu empresário sobre o problema, sem sucesso.

“Ele não quer ficar mais, me explicou que queria ficar com a família. O mais pesado (da dívida) é (de direitos de) imagem, porque nunca foi pago. Acumulou muito. O salário dele, CLT, está em dia. É uma situação complicada. É daí (R$ 8 milhões) para mais. Falei com ele, falei com o empresário, eu mesmo tomei a frente e vamos resolver.”

Já em junho, à Gazeta Esportiva, Augusto culpou Rubens Gomes pela cláusula de rescisão por inadimplência. “O Augusto não participou de nenhuma reunião, nem com o Rojas e nem com nenhum jogador que o Rubão contratou. A assinatura do contrato foi feita porque ele (Augusto) confiava (em Rubão), e falaram que estava tudo certo”, informou a assessoria do presidente à época.

No entanto, Rafael Botelho, advogado e representante de Rojas, desmentiu a versão, afirmando que Augusto sabia da cláusula e estava à frente das negociações que firmaram o acordo, prometendo honrar os pagamentos: “O Augusto sabia de tudo, participava, falou comigo, participou por vídeo de uma reunião, sabia da cláusula. Fizemos o acordo pra pagar em seis vezes, sem juros, sem correção, sem multa, parcelas iguais, tudo para ajudar o clube. E o Augusto me disse ‘Agora, aqui tem palavra, eu cumpro, pode mandar o contrato’.”

Com a palavra, a CED

A Central do Timão entrou em contato com Roberson de Medeiros, presidente da Comissão de Ética e Disciplina do Corinthians, para apurar o andamento da denúncia feita por Augusto Melo contra Rozallah Santoro. Até o momento, no entanto, não houve retorno. As perguntas encaminhadas ao conselheiro foram:

O procedimento já foi oficialmente aberto pela Comissão?

O conselheiro Rozallah Santoro foi formalmente notificado?

Já foi estabelecido prazo para apresentação de defesa?

Há previsão de quando o caso será apreciado pela Comissão?

Havendo resposta, a matéria será atualizada.

Resposta de Rozallah

O ex-diretor financeiro e atual conselheiro divulgou nota em que rebate as acusações de Augusto Melo. No texto, Rozallah Santoro afirmou que o presidente falta com a verdade em sua denúncia. Também defendeu seu trabalho junto à diretoria financeira e recordou a rejeição de contas da atual gestão no Conselho Deliberativo e o indiciamento do dirigente alvinegro no caso VaideBet. Confira:

“Augusto Melo, para variar, mente.

E eu quero dizer aqui, com toda clareza: não meça os outros pela sua régua, Augusto.

Você é o presidente que foi indiciado. Você é o presidente que teve as contas reprovadas. Você é quem arrastou o Corinthians para as páginas policiais.

Por isso, repito: não meça os outros pela sua régua. Vamos aos fatos.

O contrato do Rojas foi você que assinou. Eu era Financeiro. Você e o Departamento de Futebol que criaram e assinaram esse contrato com uma cláusula muito prejudicial ao Corinthians.

E sabemos que não foi o único a que você fez sem antes avaliar se tinha capacidade financeira necessária para tal.

No dia em que vencia o pagamento do Rojas, haveria dinheiro em caixa. Mas você decidiu usar esse recurso para pagar a multa do Cuiabá, porque queria o Antônio Oliveira no banco. Essa foi a sua escolha.

E agora tenta jogar a culpa em mim — como se eu fosse responsável por uma situação causada única e exclusivamente pela sua completa falta de capacidade administrativa.

Você ainda diz que reprovei contas das quais participei. Mais uma vez, mente.

Até o momento em que estive lá, estávamos rigorosamente dentro do orçamento. Foi a sua gestão, depois da minha saída, que estourou em R$ 100 milhões a despesa operacional. É essa a verdade que você tenta esconder.

E Augusto, eu não entreguei as contas? Vamos lá, né… você NUNCA entregou documentos solicitado a pelo CORI. De novo, você!

Essa é, possivelmente, a semana mais triste da história do Corinthians. E ao invés de atacar quem fiscaliza, Augusto, você deveria pedir o boné.

Porque não sou eu quem está respondendo inquérito. É você. Com seus amigos. Também indiciados.

Não vou me calar. Não tenho rabo preso. Não tenho medo da verdade. Quem deveria ter é você.

Que o seu próximo movimento seja pedindo para sair e não acusando mais corinthianos sérios e preocupados com nosso Sport Club Corinthians Paulista, como eu.”

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Notícias do Corinthians

Aliados de Augusto Melo acionam Justiça e contratam ex-ministro para tentar barrar impeachment

  • Por Fabio Luigi e Larissa Beppler | Redação da Central do Timão

A Justiça de São Paulo negou, nesta sexta-feira, 23, o pedido de liminar feito pelo conselheiro Roberto William Miguel, conhecido como “Libanês”, para suspender a votação do impeachment do presidente do Corinthians, marcada para esta segunda-feira, 26. A decisão foi assinada pela juíza Ana Carolina Vaz Pacheco de Castro, da 5ª Vara Cível do Tatuapé.

Na ação, o conselheiro alegou que a convocação do pleito violaria o estatuto do clube, apontando supostas falhas como ausência de notificação formal ao presidente, falta de prazo para defesa e ausência de parecer da Comissão de Ética. No entanto, a magistrada considerou que não há indícios de irregularidades que justifiquem a suspensão da votação.

“As alegações invocadas pelo requerente não encontram respaldo em nenhum indício de prova de que houve descumprimento das exigências estatutárias relativas à convocação e condução do processo de destituição do Presidente”, diz trecho da decisão.

A juíza também destacou que a própria Justiça já havia analisado um caso anterior, movido pelo próprio presidente Augusto Melo, em que se discutiam procedimentos semelhantes. Na ocasião, o pedido foi julgado improcedente, e a decisão foi mantida em instância superior. Segundo a magistrada, a nova assembleia apenas dá continuidade à reunião iniciada em 20 de janeiro, interrompida por questões de segurança.

Dentro desse contexto, considerando que já existe decisão reconhecendo a ausência de irregularidades no procedimento de destituição do Presidente da Diretoria do SCCP, que a reunião agendada para o próximo dia 26/05/2025 é continuidade da primeira realizada em 20/01/2025 e que a “ordem do dia” pautada na convocação para a próxima reunião obedece aos ditames do art. 107 do Estatuto da Associação acerca da tramitação do processo de destituição, indefiro o pedido de tutela de urgência formulado.”

Com a negativa da Justiça, até o momento, a votação do impeachment segue mantida para segunda-feira, no Parque São Jorge. O pedido de destituição que será analisado pelo Conselho Deliberativo (CD) está relacionado ao caso VaideBet, cujo inquérito policial levou ao indiciamento do mandatário e de outros dois ex-dirigentes do clube por furto qualificado, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Além da ação movida por Roberto William Miguel, outros dois aliados do presidente Augusto Melo, Marcos Ragazzi e José Trucilio Júnior, também ingressaram com um processo na 5ª Vara Cível do Tatuapé, solicitando em caráter liminar a suspensão imediata do processo de impeachment. A informação foi publicada inicialmente pelo jornalista Tiago Salazar, da Gazeta Esportiva, e confirmada pela Central do Timão.

Ambos são associados do clube e optaram por reforçar a defesa jurídica com a contratação de José Eduardo Cardozo, um dos advogados mais renomados e caros do país. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, Cardozo foi presidente da Câmara Municipal de São Paulo, deputado federal, Ministro da Justiça no governo Dilma Rousseff (2011–2016) e também atuou como Advogado-Geral da União. Ganhou notoriedade ao liderar a defesa da ex-presidenta durante o processo de impeachment que resultou na sua saída do cargo, em agosto de 2016.

Agora, foi substabelecido no processo para auxiliar na argumentação jurídica contra a continuidade do processo de impeachment no Corinthians. Marcos Ragazzi, um dos autores da ação, já ocupou o cargo de presidente da Comissão de Ética dos Associados, nomeado pelo próprio Augusto Melo. Posteriormente, deixou a função para assumir como assessor da atual diretoria.

Além das ações já protocoladas na 5ª Vara Cível do Tatuapé, o conselheiro Peterson Ruan Aiello de Couto Ramos apresentou, na última quinta-feira, 23, um pedido formal de afastamento de Romeu Tuma Júnior, presidente do CD, junto à Comissão de Ética e Disciplina do clube.

Enquanto aliados tentam barrar a votação no Judiciário e no clube paulista, o próprio Augusto Melo busca apoio em instâncias superiores. O presidente do Corinthians viajou a Brasília por duas vezes nos últimos dias, na tentativa de obter uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) que possa suspender a votação marcada para esta segunda-feira. A estratégia foi confirmada pela defesa do presidente corinthiano.

Existem dois movimentos processuais em nome do presidente Augusto, ambos patrocinados por nós. Um tramita no Tribunal de Justiça e o outro está sendo encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, tratando de abusividades cometidas na reunião de janeiro, que foi suspensa e será retomada na segunda-feira“, afirmou Ricardo Cury durante entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, na Neo Química Arena.

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Notícias do Corinthians

Torcidas organizadas do Corinthians cobram renúncia de Augusto Melo após indiciamento

  • Por Jailson Menezes | Redação da Central do Timão

Nesta sexta-feira, 23, algumas torcidas organizadas do Corinthians se posicionaram publicamente sobre o indiciamento do presidente do clube, Augusto Melo. Gaviões da Fiel, Camisa 12, Fiel Macabra e Estopim da Fiel divulgaram notas oficiais solicitando o afastamento imediato do mandatário.

Indiciado pela Polícia Civil de São Paulo pelos crimes de furto qualificado, associação criminosa e lavagem de dinheiro no inquérito que investiga o caso VaideBet, Augusto Melo foi duramente criticado nas declarações das organizadas. Segundo os comunicados, o afastamento do presidente é necessário para preservar a imagem do clube.

A Gaviões da Fiel foi a primeira organizada a se manifestar cobrando o afastamento de Augusto Melo. A Central do Timão publicou uma matéria destacando a posição da torcida organizada. Clique aqui para ler.

Na sequência, a Camisa 12 classificou a permanência do presidente como “insustentável” diante das graves acusações, exigindo sua renúncia imediata. A Fiel Macabra, por sua vez, afirmou que não resta alternativa ao afastamento e defendeu que o dirigente coloque os “interesses do clube acima de quaisquer vínculos com ‘parceiros'”.

Já a Estopim da Fiel alertou que a continuidade de Augusto Melo na presidência pode gerar impactos negativos tanto dentro quanto fora de campo, e também solicitou formalmente seu afastamento imediato.

Apesar da pressão das torcidas organizadas, Augusto Melo afirmou em coletiva nesta sexta-feira que não pretende renunciar ao cargo e reafirmou sua inocência. A votação do pedido de impeachment pelo Conselho Deliberativo do Corinthians está marcada para esta segunda-feira, 26.

Confira a nota divulgada pela Camisa 12:

A Fiel Torcida Jovem Camisa 12, vem a público se posicionar diante dos últimos acontecimentos envolvendo o atual presidente Augusto Melo, acontecimentos que envergonha toda a FIEL TORCIDA.

O indiciamento do atual mandatário do Corinthians pela Polícia Civil do Estado, sob acusações gravíssimas, escancara um cenário de desonra e desrespeito a história centenária do nosso clube e milhões de torcedores.

Dentre as acusações temos:

1. Indiciamento criminal:
• Augusto Melo foi indiciado pela Polícia Civil por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro, no caso da antiga patrocinadora máster, VaideBet.

2. Esquema financeiro ilícito:
• Valores pagos pelo Corinthians à empresa Rede Social Media Design LTDA, de Cassundé, foram repassados a uma empresa ‘laranja’, e vinculados ao crime organizado.
• O contrato concedia 7% do valor total do acordo com a VaideBet à empresa intermediária, totalizando R$ 25,2 milhões.

3. Evidências materiais e movimentações suspeitas:
• Transferência de R$ 580 mil para uma empresa fantasma.
• Presença de Alex Cassundé no Parque São Jorge no mesmo dia das movimentações bancárias.

Sendo assim entendemos que a permanência de Augusto Melo na presidência, diante de tudo o que foi exposto pela Polícia Civil e pelo próprio Conselho Deliberativo, é insustentável.

Por respeito a toda a FIEL TORCIDA e a grande história do TIME DO POVO, exigimos a renúncia imediata de Augusto Melo do cargo de Presidente do Sport Club Corinthians Paulista.

FIEL TORCIDA JOVEM CAMISA 12

Confira a nota divulgada pela Fiel Macabra:

Diante do conturbado cenário político que assola o Corinthians, entendemos que não há outra alternativa senão o imediato afastamento do presidente Augusto Melo. Tal medida é necessária para que ele possa se defender, na Justiça, das graves acusações envolvendo seu nome e o de seus diretores no escândalo da Vai de Bet.

Vivemos um momento de profunda preocupação com os desdobramentos dessa situação, e é essencial que os responsáveis por assumir o clube interinamente ajam com total respeito à história do Corinthians. Esperamos que esses representantes ajam com responsabilidade e comprometimento com a instituição, colocando os interesses do clube acima de quaisquer vínculos com “parceiros”.

O Corinthians é o time do Povo e seguiremos vigilantes, atentos aos acontecimentos e firmes na defesa dos valores que construíram a grandeza da nossa história.

A Diretoria.

Confira a nota divulgada pela Estopim da Fiel:

A Estopim da Fiel vem, por meio deste comunicado, manifestar-se publicamente a respeito do indiciamento do presidente do Sport Club Corinthians Paulista, Augusto Melo, pela Polícia Civil.

Relembramos que, em 23 de novembro de 2023 — dois dias antes das eleições do clube —, posicionamo-nos de forma clara e transparente em nossas redes sociais, afirmando que não apoiávamos nenhum dos candidatos ou chapas concorrentes. À época, entendíamos que nenhuma das opções apresentava condições adequadas para conduzir o Corinthians, já que todas estavam envolvidas em situações de crise ainda sem os devidos esclarecimentos.

Naquela ocasião, deixamos claro que nossa neutralidade não significava omissão nem conivência. Pelo contrário: sempre buscamos mudanças estruturais e significativas para o Corinthians, independentemente de quem estivesse no poder.

Diante dos recentes acontecimentos, entendemos que a permanência de Augusto Melo na presidência pode gerar impactos negativos para o clube, tanto dentro quanto fora de campo. Por isso, solicitamos seu afastamento imediato do cargo. Acreditamos que, para que ele possa exercer seu direito à ampla defesa com serenidade, o afastamento é o caminho mais sensato — tanto para o Corinthians, que é nosso bem maior, quanto para o próprio Augusto Melo.

Com o objetivo de preservar a imagem do clube, garantir estabilidade à equipe nas competições em andamento e, acima de tudo, em respeito à Fiel Torcida, reafirmamos nosso posicionamento e solicitamos formalmente o afastamento de Augusto Melo da presidência do Sport Club Corinthians Paulista.

Estopim da Fiel

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Polícia Civil prepara novos relatórios sobre Caso VaideBet e pode abrir outro inquérito contra Augusto Melo

  • Por Henrique Pereira / Redação da Central do Timão

Após recomendar o indiciamento de Augusto Melo, presidente do Corinthians, Marcelo Mariano, ex-diretor administrativo, Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing, e Alex Cassundé, dono da Rede Social Media Design, indicada pelo clube como intermediária da negociação com a casa de apostas, na última quinta-feira, 22, a Polícia Civil de São Paulo prepara novos relatórios sobre o caso VaideBet.

A autoridade indiciou o presidente do Corinthians e os ex-dirigentes, além do intermediário citado no contrato, pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. Entretanto, conforme apurado pela Central do Timão nesta sexta-feira, 23, o documento assinado pelo delegado Tiago Fernando Correa ainda não é o relatório final das investigações, mas sim um despacho de indiciamento.

De acordo com informações da Gazeta Esportiva, o responsável pelo caso ainda irá adicionar ao processo, ao menos, mais dois relatórios com informações inéditas sobre depósitos financeiros e transferências bancárias. Além disso, o delegado não descarta a abertura de um novo inquérito.

Nesta situação, que ainda será explicada oficialmente pelas autoridades, a Polícia Civil deve investigar milhares de reais depositados em uma conta bancária pertencente a Augusto Melo. Os depósitos teriam sido feitos com dinheiro em espécie e podem ter tido a colaboração de Carlos Eduardo Melo Silva, o Kadu, sobrinho do presidente do Corinthians.

Os investigadores já estão em posse dos extratos bancários e será feito um cruzamento com relatórios feitos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Unidade de Inteligência Financeira (UIF) do Banco Central Brasileiro. O órgão encontrou uma conta bancária de Augusto Melo em Blumenau, Santa Catarina, onde foram registrados depósitos frequentes e em espécie desde que o mesmo se tornou mandatário no clube.

A redação da Central do Timão já havia apurado que o relatório final da investigação será apresentado na próxima semana, com mais contexto e detalhes sobre as conclusões das autoridades. De acordo com a Gazeta Esportiva, caso o delegado Tiago Fernando Correa entenda que há materiais relevantes que complementem a investigação sobre o contrato entre VaideBet e Corinthians, um novo inquérito deve ser aberto para aprofundar a apuração do caso.

Um dos pontos que devem ser esclarecidos no relatório final da Polícia Civil é o papel da VaideBet no imbróglio envolvendo a inclusão da Rede Social Media no acordo de patrocínio. A ex-patrocinadora do Corinthians foi pressionada por dirigentes do clube a assumir o pagamento das comissões à empresa de Alex Cassundé. Entretanto, a tentativa foi frustrada.

Essa tentativa está registrada em ao menos um documento, datado de 29 de dezembro de 2023, onde aparecem os dados da Rede Social Media e a previsão de que sua comissão seria paga diretamente pela patrocinadora. Esse formulário, cujas diretrizes acabaram não sendo incorporadas ao contrato final assinado entre as partes, sugere que, em algum momento das tratativas, os representantes da casa de apostas tinham o conhecimento de que a empresa indicada pelo Corinthians talvez não fosse a verdadeira intermediária do acordo.

Porém, a ausência de representantes da VaideBet entre os indiciados no despacho da Polícia Civil sugere que os elementos disponíveis não foram entendidos como suficientes para constatar que a empresa esteve envolvida no esquema que desviou recursos do clube.

O documento, que conta com pouco mais de 100 páginas, detalha as divergências nas versões apresentadas pelos envolvidos (Augusto Melo, Sérgio Moura, Alex Cassundé e Marcelo Mariano) sobre a falsa intermediação que desviou R$ 1,4 milhão do Corinthians para a UJ Football Talent, empresa apontada por delatores como ligada ao crime organizado.

Entretanto, vale lembrar que, a depender da análise do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), novas acusações podem ser feitas a qualquer um dos envolvidos no caso. Caberá ao órgão decidir se acata, total ou parcialmente, as conclusões do delegado e oferece denúncia à Justiça, ou se opta por rejeitá-las, solicitando o arquivamento do inquérito.

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Notícias do Corinthians

Conselho Fiscal aceita reanalisar balanços de 2023 e 2024 do Corinthians, mas impõe condições à diretoria

  • Por Daniel Keppler e Larissa Beppler | Redação da Central do Timão

Os bastidores do Parque São Jorge foram movimentados nesta quarta-feira, 21, por mais posicionamentos da diretoria e dos órgãos fiscalizadores do Corinthians em relação ao imbróglio envolvendo as contas reprovadas do clube, em especial sobre a pretensão da gestão de atribuir R$ 191 milhões em contingências registradas no balanço 2024 ao exercício de 2023, o último da gestão Duilio Monteiro Alves.

Logo cedo, um documento denominado “Nota Técnica sobre os questionamentos acerca das demonstrações financeiras referentes ao exercício findo em 31 dezembro de 2024” começou a circular na imprensa, assinado pelo departamento financeiro do Corinthians. No texto, de 13 páginas, a diretoria resume suas ideias sobre as contas do último exercício, reforçando a tese de que, sem as citadas contingências, o clube obteve superávit de R$ 9,5 milhões no ano passado.

Trecho da nota técnica sobre as demonstrações financeiras de 2024. Foto: Reprodução

Segundo apurado pela Central do Timão, o documento não foi entregue a nenhum órgão fiscalizador do clube como o Conselho Deliberativo (CD). De fato, a nota técnica não está datada, nem é endereçada a nenhum órgão específico, embora cite em sua introdução não apenas o CD, como os Conselhos Fiscal (CF) e de Orientação (CORI).

Poucas horas depois, foi a vez de o Conselho Fiscal se manifestar, por meio de um ofício assinado pelo presidente Haroldo José Dantas da Silva. Nele, o conselheiro confirma que o financeiro corinthiano respondeu ao ofício anterior do órgão, que tratava da pretensão da diretoria de reapresentar as contas de 2023, e confirma que o CF poderá reanalisar os números dos balanços de 2023 e 2024.

O documento, porém, faz uma ressalva, ao deixar claro que tal reanálise só ocorrerá caso os números sejam reapresentados no mesmo padrão que vêm sendo utilizado até agora, e estejam acompanhados dos documentos que comprovem a reclassificação das despesas em debate. Além disso, condicionou a reanálise ao envio, por parte da gestão, dos mesmos materiais ao CORI e ao CD.

Parte do ofício do Conselho Fiscal sobre a reapresentação das contas do clube. Foto: Reprodução

Na noite desta quarta-feira, o Conselho de Orientação se manifestou sobre o tema. Por meio de um comunicado assinado pelo presidente Miguel Marques e Silva, o órgão diz que ainda não recebeu quaisquer informações sobre a reanálise de demonstrações financeiras. O documento diz ainda que a reanálise, caso ocorra, deverá ser objeto de uma “avaliação técnica rigorosa”, tendo em vista as normas contábeis envolvidas.

O presidente do Conselho Deliberativo Romeu Tuma Júnior também se manifestou por meio de um comunicado à imprensa, posicionando-se contra a reabertura das contas de 2023 e 2024. Segundo ele, “o único órgão que julga contas da Diretoria é o Conselho Deliberativo”. Em relação às contas de 2024, Tuma esclareceu que elas já foram analisadas e reprovadas, com base em parecer do Cori que apontou gestão temerária.

O dirigente ainda informou que a presidência do conselho já comunicou à gestão a intenção de encaminhar um ofício ao Conselho Regional de Contabilidade (CRC), solicitando a apuração da atuação dos profissionais de contabilidade vinculados ao clube, assim como das empresas responsáveis pela auditoria e contabilidade. No entanto, o envio do ofício aguarda uma resposta da diretoria, que, segundo ele, ainda não forneceu as informações requisitadas há mais de uma semana.

Já a antiga administração do Corinthians se pronunciou por meio de Wesley Melo, ex-diretor financeiro na gestão Duilio. Em nota encaminhada à Central do Timão, ele afirmou que não recebeu qualquer notificação do Conselho Fiscal a respeito do tema e destacou que as contas da gestão anterior foram aprovadas por três anos consecutivos e que o balanço de 2023 já foi encerrado e apresentado pela atual diretoria, motivo pelo qual, em suas palavras, “não há mais o que dizer sobre os nossos balanços”.

Não temos qualquer informação oficial e tomamos conhecimento dessa disposição do Conselho Fiscal pela imprensa. Entendemos que a atual diretoria tem dificuldade de explicar seus números de 2024 e procura narrativas para desviar a atenção. Talvez tenham descoberto agora, com as contas reprovadas, que as normas contábeis são claras e exigem atenção rigorosa. Aprovamos contas em todos os órgãos por três anos consecutivos usando esse rigor, sendo que as contas de 2023 foram fechadas e apresentadas pela atual gestão por isso não há mais o que dizer sobre os nossos balanços”, afirmou.

A expectativa da gestão alvinegra é de que, sendo bem sucedida na reclassificação das contingências de R$ 191 milhões, transferindo-as para o balanço de 2023, possa ter suas contas de 2024 reanalisadas pelos órgãos fiscalizadores do Corinthians, desta vez apresentando um superávit e, portanto, sendo passíveis de aprovação. Membros da gestão passada já afirmaram que questionarão a estratégia, podendo levar o caso aos órgãos de classe da contabilidade ou mesmo à Justiça, se necessário.

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Notícias do Corinthians

Justiça mantém bloqueio de R$ 14 milhões em disputa entre Corinthians e agente de Yuri Alberto

  • Por Jailson Menezes / Redação da Central do Timão

A A Justiça de São Paulo negou o pedido para liberar os R$ 14 milhões bloqueados nas contas do Corinthians e enviados ao Regime de Centralização de Execuções (RCE), para o pagamento de uma dívida com o empresário André Cury, empresário de atletas e representante do atacante Yuri Alberto.

De acordo com informação divulgada pela ESPN, a decisão foi publicada na última terça-feira, 20, e o juiz responsável entendeu que não há urgência na liberação dos valores, optando por postergar a análise até o julgamento do mérito da ação. Já a defesa de Cury pleiteava a liberação imediata do montante.

Em contrapartida, André Cury ingressou com um embargo de declaração, contestando a decisão da Justiça. O pedido de efeito suspensivo feito por sua defesa ainda não foi analisado, apenas a solicitação de tutela, que buscava a antecipação do direito, foi apreciada.

Corinthians e André Cury travam uma intensa disputa judicial desde 2024, em razão de uma dívida de aproximadamente R$ 30 milhões que o empresário tem a receber do clube alvinegro. Além da cobrança, a defesa de Cury também acusa o Timão de fraude processual em contratos firmados com a Caixa Econômica Federal. Segundo o agente, o clube estaria utilizando mecanismos previstos nesse acordo com a estatal para driblar credores que obtêm decisões favoráveis de penhora em ações judiciais.

O excesso de bloqueios e penhoras foi um dos fatores que motivou o Corinthians a ingressar com uma ação para a abertura do Regime de Centralização de Execuções (RCE), com o objetivo de parcelar dívidas que totalizam cerca de R$ 370 milhões.

André Cury figura entre os credores do Corinthians na lista enviada ao RCE. No entanto, o empresário tem atuado para tentar derrubar o processo e, nos últimos meses, passou a contar com o apoio de outros agentes e advogados com interesses semelhantes. Em resposta, o clube solicitou ao tribunal a aplicação de uma multa contra Cury no valor de 10% da causa, o equivalente a R$ 37 milhões, alegando litigância de má-fé por parte do agente.

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Notícias do Corinthians

Conselho do Corinthians marca nova data para julgar impeachment de presidente Augusto Melo

  • Por Fabio Luigi / Redação da Central do Timão

O Conselho Deliberativo do Corinthians marcou para o próximo dia 26 de maio a votação do pedido de impeachment do presidente Augusto Melo. A convocação oficial foi divulgada nesta terça-feira, 13, por meio de edital assinado pelo presidente do colegiado, Romeu Tuma Júnior. A informação foi publicada inicialmente pelo jornalista Tiago Salazar, da Gazeta Esportiva.

O processo em questão é o primeiro dos pedidos de afastamento apresentados contra o mandatário, e está relacionado ao caso VaideBet, ex-patrocinadora máster do clube, que rescindiu o contrato acionando uma cláusula anticorrupção após suspeitas envolvendo a intermediação do acordo. A reunião que analisaria o mérito da denúncia foi iniciada ainda em 20 de janeiro, mas teve seus trabalhos suspensos por decisão unânime do plenário, logo após a aprovação da admissibilidade do processo, pelo placar de 126 a 114. Desde então, a votação não foi retomada por razões de segurança, segundo o próprio presidente do Conselho.

A nova data estipulada prevê a continuidade da reunião no Salão Nobre da sede social do clube, no Parque São Jorge, às 19h (horário de Brasília), em segunda chamada. A ordem do dia inclui a fala dos presidentes da Comissão de Ética e da Diretoria, a votação do pedido de destituição em escrutínio secreto e a apuração do resultado.

A remarcação da votação ocorre em meio a uma grave crise política e administrativa no Corinthians. Recentemente, as contas do primeiro ano da gestão de Augusto Melo foram reprovadas pelos Conselhos Fiscal, de Orientação e Deliberativo, e um novo pedido de afastamento do mandatário foi protocolado, com base na Lei Geral do Esporte, sob a acusação de gestão temerária.

Segundo apuração da Central do Timão, Romeu Tuma Júnior tem sido pressionado por conselheiros e membros dos órgãos fiscalizadores do clube a afastar liminarmente Augusto Melo da presidência, com base no pedido protocolado pela Comissão de Justiça na última terça-feira, dia 6.

O documento fundamenta o pedido de destituição no inciso “c” do artigo 106 do estatuto social do Corinthians, que prevê o afastamento do presidente em caso de reprovação das contas da gestão. De acordo com o documento, trata-se de uma regra objetiva, que não exige interpretações: a simples rejeição das contas seria, por si só, suficiente para justificar a destituição do mandatário.

O pedido também se ampara no artigo 23 da Lei Pelé (9.615/1998), que teve parte de sua redação reescrita pela Lei do Profut (13.155/2015), e prevê a possibilidade de “afastamento imediato e preventivo” dos dirigentes “inadimplentes na prestação de contas da própria entidade” (alínea “c” do inciso II). Baseado nisto, a Comissão de Justiça requer o afastamento liminar de Augusto Melo da presidência do Corinthians.

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Notícias do Corinthians

Corinthians suspende contratações, promoções e reajustes por tempo indeterminado

  • Por Larissa Beppler | Redação da Central do Timão

A diretoria do Corinthians anunciou, na última segunda-feira, 5, a suspensão temporária de todas as movimentações funcionais no clube. A medida, que não tem prazo para ser encerrada, abrange contratações, promoções, reajustes salariais e quaisquer alterações semelhantes no quadro de funcionários.

O documento, assinado pelo presidente Augusto Melo e pelo diretor administrativo Ricardo Jorge, aponta que a decisão foi tomada em consonância com diretrizes já definidas pela administração e visa a preservação da responsabilidade fiscal e o restabelecimento do equilíbrio financeiro da instituição. “Tal política tem por objetivo assegurar a continuidade dos serviços com excelência, dentro dos princípios da legalidade, eficiência e economicidade”, diz trecho do comunicado.

A suspensão abrange todos os setores do clube, desde os níveis operacionais até os gerenciais e diretivos. Apesar de a medida ser ampla, o departamento de futebol tende a preservar maior flexibilidade para realizar movimentações pontuais. Exceções, segundo a diretoria, poderão ser avaliadas apenas em situações de urgência ou absoluta necessidade, desde que devidamente justificadas e formalizadas. Nesses casos, será exigida a comprovação inequívoca da qualificação técnico-acadêmica do profissional, além da estrita compatibilidade com o perfil exigido para a função.

A medida surge em um contexto de forte instabilidade política, agravada por dois novos pedidos de impeachment contra o presidente, e de reestruturação administrativa voltada à sustentabilidade financeira do clube após a reprovação das contas da atual gestão.

A diretoria finaliza o comunicado conclamando o comprometimento de todos os setores do clube na observância rigorosa da nova orientação, sinalizando que a política de austeridade administrativa deverá pautar a condução das atividades institucionais pelos próximos meses.

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Gaviões da Fiel deixa de se opor a impeachment de Augusto Melo e pressiona gestão por transparência

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Notícias do Corinthians

Gaviões da Fiel deixa de se opor a impeachment de Augusto Melo e pressiona gestão por transparência

  • Por Larissa Beppler | Redação da Central do Timão

A Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, anunciou nesta segunda-feira, 5, uma mudança de postura em relação à atual gestão do clube. Após reunião com seus associados, a diretoria da agremiação informou, por meio de nota oficial, que não irá mais se opor a nenhuma reunião que tenha como pauta a proposta de impeachment do presidente Augusto Melo. A decisão foi divulgada no mesmo dia em que um terceiro pedido de destituição contra o mandatário foi protocolado no Conselho Deliberativo (CD).

O novo posicionamento marca um afastamento do apoio concedido anteriormente, quando a torcida priorizava a estabilidade durante a luta contra o rebaixamento. Agora, diante do que classificam como um “cenário crítico”, os Gaviões da Fiel apresentam uma série de razões para a mudança de postura: a repetição de erros de gestões passadas, como problemas nas categorias de base e nomeações políticas; a instabilidade na diretoria, marcada por trocas constantes e pelo retorno de antigos opositores; e a falta de transparência e de respostas a questionamentos em instâncias como o Conselho Deliberativo.

A torcida organizada cobrou que Augusto Melo se manifeste publicamente, pelos canais oficiais do clube, apresentando respostas claras aos pontos pendentes, um plano de ação com prazos definidos, a divulgação do orçamento de 2025 e a publicação de relatórios trimestrais.

Também recomendou a criação de um comitê executivo da presidência, composto por corinthianos externos, sem vínculos políticos ou empregatícios com o clube, e com especialização em gestão esportiva e administrativa. A medida, segundo a torcida, é necessária para conter o que chamam de “contaminação” do poder no Parque São Jorge por disputas internas.

Por fim, afirmou que aguarda um posicionamento público de Augusto Melo nos próximos dias. Caso não haja resposta, promete convocar protestos no Parque São Jorge até que suas demandas sejam atendidas. Vale destacar que, durante a reunião com jornalistas nesta segunda-feira, para explicar as contas reprovadas da gestão, o presidente afirmou que já havia apresentado todas as explicações às torcidas, as quais, segundo ele, compreenderam os argumentos e não levantaram questionamentos.

Confira na íntegra a nota oficial da torcida organizada Gaviões da Fiel

No último sábado (03/05), a Diretoria do Gaviões da Fiel se reuniu com seus associados para apresentar o trabalho de fiscalização no Corinthians e expressar a crescente preocupação com os rumos do clube.

Diferentemente de momentos anteriores — quando o Corinthians lutava contra o rebaixamento e buscávamos um fim de ano em paz entre todos os corinthianos —, e diante do cenário crítico atual, o Gaviões da Fiel não irá se opor a nenhuma reunião que paute a proposta de impeachment do atual presidente. Essa decisão é motivada por fatores graves:

A repetição de erros de gestões anteriores, como problemas recorrentes na base e nomeações com viés político, mostra falta de aprendizado e compromisso com o clube;

• A gestão está em desmanche, com alto rodízio em cargos importantes e retorno de figuras antes opositoras, o que levanta dúvidas sobre os reais interesses por trás dessas movimentações;

• A falta de transparência e de respostas a questionamentos feitos em reuniões do Conselho e em outras instâncias é inaceitável.

Diante disso, exigimos que Augusto Melo venha a público, pelos canais oficiais do clube, para apresentar:

• Respostas claras aos pontos pendentes;

• Um plano de ação com prazos definidos;

• A divulgação do orçamento de 2025 e apresentação de relatórios trimestrais.

Também recomendamos a criação urgente de um comitê executivo da presidência, com corinthianos externos, sem vínculos políticos ou empregatícios com o clube, e com especialização nas áreas estratégicas da gestão esportiva e administrativa. Hoje, o poder no Pq. São Jorge está contaminado por disputas internas.

Aguardamos o posicionamento público do presidente nos próximos dias. Caso contrário, as próximas comunicações serão para convocar protestos no Parque São Jorge, até que todas as demandas da torcida sejam atendidas.

Pelo Corinthians, com muito amor, até o fim!

Gaviões da Fiel Torcida

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Notícias do Corinthians

Conselheiro do Corinthians protocola terceiro pedido de impeachment contra Augusto Melo

  • Por Vinícios Cotrim e Larissa Beppler | Redação da Central do Timão

O presidente Augusto Melo sofreu o terceiro pedido de impeachment de sua gestão no Corinthians. A solicitação foi protocolada na secretaria do Conselho Deliberativo pelo conselheiro Paulo Roberto Bastos Pedro, que também integra o Conselho de Orientação (CORI) e a chapa 82, “Movimento Corinthians Grande”. A informação foi divulgada inicialmente pela Gazeta Esportiva e confirmada pela Central do Timão, que teve acesso ao requerimento.

A solicitação de destituição do atual mandatário tem como fundamento o artigo 106, incisos C, D e E do estatuto do Corinthians, que dispõe sobre as causas para requerer o afastamento do presidente da diretoria e/ou seus vice-presidentes. Como justificativa, Paulo Pedro apresentou os pareceres do Conselho de Orientação e do Conselho Fiscal sobre o balanço de 2024, recentemente reprovado pelos órgãos fiscalizadores do clube, além de seu próprio voto no CORI, um documento de 25 páginas que detalha, com fundamentação jurídica em cada tópico, diversos descumprimentos e infrações estatutárias.

Os incisos do artigo 106 citados no pedido são: c) não aprovação das contas da gestão; d) infração, por ação ou omissão, de norma expressa estatutária; e e) prática de ato de gestão irregular ou temerária. O conselheiro apresentou uma série de argumentos para embasar a solicitação, com foco principalmente em violações ao estatuto do clube e à Lei Geral do Esporte, em vigor desde 2023 e aplicável a qualquer entidade esportiva.

Além deste pedido de destituição, tramitam no clube um pedido de afastamento recomendado pelo CORI, em razão de irregularidades técnicas nas demonstrações financeiras apresentadas em junho de 2024, e um processo de impeachment mais avançado, já admitido pelo Conselho, relacionado ao caso VaideBet. O inquérito policial que investiga o contrato de patrocínio com a casa de apostas deve ser concluído neste mês de maio, e a votação do impeachment pode ser retomada a qualquer momento.

Confira os principais argumentos utilizados pelo conselheiro para embasar o novo pedido de destituição de Augusto Melo:

– Ausência de documentos que a diretoria deveria apresentar, como balancetes mensais e o envio das demonstrações financeiras ao Cori;

– Aumento de 85% nos serviços contratados e em outras despesas do departamento de futebol;

– Crescimento de 23% na folha salarial do clube social, com a contratação de mais de 100 funcionários;

– Ausência de revisão orçamentária durante o ano de 2024, além da falta de relatórios das auditorias e consultorias contratadas;

– Acréscimo de R$ 200 milhões em despesas financeiras;

– Déficit equivalente a 19,45% da receita bruta de 2023, apenas 0,55% abaixo do limite legal estabelecido pelo Profut para que a gestão seja considerada temerária (essa margem tende a ser superada com a execução de juros e correções referentes à dívida de R$ 44,1 milhões com a PixBet, decorrente da rescisão unilateral do contrato por parte do Corinthians);

– Apresentação, de forma indevida, da receita obtida com as doações de torcedores, por meio da campanha de arrecadação para o pagamento da Neo Química Arena, como parte das receitas do clube, quando, segundo o conselheiro, não deveriam ser contabilizadas dessa forma, o que inevitavelmente ampliará o déficit operacional;

– Queda de receita (R$ 106,5 milhões, em 2023, para R$ 70,6 milhões, em 2024) e problemas no Fiel Torcedor;

– Contratação de duas empresas de segurança (Workserv Segurança Privada LTDA e Kiara Segurança Privada LTDA) sem cotação de orçamento prévio, sem autorização da Polícia Federal para atuar e sem registro legal;

– Ausência de medidas, inclusive por parte da Comissão de Ética, diante da despesa provável de R$ 40 milhões já imposta pela Fifa em primeira audiência no caso Matías Rojas, decorrente do descumprimento de uma cláusula aceita pela atual gestão;

– Gestão em desacordo com o Profut, com a apresentação de um déficit de R$ 181,8 milhões, apesar do resultado positivo em 2023 e de um orçamento aprovado em abril de 2024 que projetava um superávit de R$ 17,6 milhões.

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CORI exige documentação e adverte diretoria sobre contratos com empresas suspeitas

  • Por Larissa Beppler | Redação da Central do Timão

Na noite da última quinta-feira, 3, o Conselho de Orientação (CORI) do Corinthians se reuniu no Parque São Jorge para analisar alguns assuntos internos do clube, como a possível troca de empresa que administra o programa Fiel Torcedor e implantação da biometria facial na Neo Química Arena. A reunião extraordinária contou com a participação de membros das Comissões de Justiça e Marketing, responsáveis pela investigação interna sobre as denúncias de desvios de ingressos. Marcelo Munhoes, ex-diretor de TI, também foi ouvido pelos conselheiros.

O presidente Augusto Melo era esperado pelo órgão, mas, novamente, não compareceu. Em seu lugar, o superintendente de marketing Vinicius Manfredi de Azevedo e Lúcio Blanco, administrador da Neo Química Arena, foram designados para prestar esclarecimentos sobre o Fiel Torcedor.

Nota da Redação: Após a publicação desta matéria, a assessoria de Augusto Melo entrou em contato com a Central do Timão, informando que nem a diretoria nem o presidente do clube foram convidados para a reunião do CORI. No entanto, fontes ouvidas pela reportagem contestam essa afirmação e alegam que o presidente foi devidamente informado sobre a reunião por e-mail, tendo, inclusive, designado os funcionários ouvidos pelos conselheiros no encontro.

Afirmam, ainda, que Augusto estava na sala ao lado durante a reunião, tratando da nomeação do novo diretor de Marketing, enquanto sua equipe financeira se reunia com o Conselho Fiscal e a auditoria externa para ajustar as contas que deveriam ter sido apresentadas ao órgão no último dia 31 de março.

Uma das pautas da reunião seria a análise prévia das contas da gestão. No entanto, a diretoria do clube ainda não enviou o balanço financeiro ao CORI, entregando apenas um draft (rascunho) — uma espécie de documento preliminar, emitido antes da versão oficial, para que todos os campos sejam conferidos e eventuais erros, apontados. A justificativa da diretoria para o atraso é que a auditoria das contas ainda não foi concluída.

Marcelo Munhoes, ex-diretor de TI, prestou esclarecimentos ao órgão sobre as denúncias divulgadas pela imprensa a respeito de uma suposta preferência da diretoria por negociar com empresas rejeitadas pelo compliance do clube para administrar o programa Fiel Torcedor e realizar a implantação da biometria facial na Neo Química Arena. As Comissões de Justiça e Marketing do Conselho Deliberativo também foram ouvidas e apresentaram suas considerações após a realização de uma investigação interna.

Diante do exposto, por decisão unânime do colegiado, o Conselho de Orientação encaminhou um ofício à diretoria do clube, solicitando a apresentação do RFP (Request for Proposal, sigla em inglês para ‘solicitação de proposta’, um processo de concorrência) referente às empresas interessadas em negociar com o Corinthians, e recomendou que nenhum contrato ou distrato com as empresas mencionadas na reunião seja assinado antes da análise do CORI, a fim de evitar possíveis prejuízos financeiros ao clube, devido às altas multas previstas nesses contratos.

No ofício, o CORI também destaca a urgência legal para a implantação do sistema de reconhecimento facial, recomendando que a diretoria envie uma resposta detalhada com a “máxima brevidade” e se colocando à disposição para tratar do assunto em reunião de caráter urgente.

O CORI se reunirá novamente no próximo dia 14 para analisar as contas do exercício de 2024. O órgão já rejeitou o balanço fornecido pela diretoria referente ao primeiro semestre do ano passado, recomendando o afastamento de Augusto Melo por gestão temerária. O processo segue na Comissão de Ética e Disciplina, paralelamente ao pedido de impeachment do mandatário, relacionado ao caso VaideBet.

*Matéria atualizada em 04/04/2025, às 14h25.

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Notícias do Corinthians

Presidente do Corinthians descarta SAF no clube após declaração de Ronaldo Fenômeno

  • Por Jailson Menezes / Redação da Central do Timão

Nos últimos anos, diversos clubes brasileiros têm adotado a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), enquanto outros defendem a implementação do fair play financeiro (controle de gastos para clubes). Segundo Augusto Melo, o clube descarta qualquer possibilidade de transformar o Corinthians em SAF, respondendo às declarações de Ronaldo Fenômeno, que alegou que compraria o Timão ao Charla Podcast.

“SAF no Corinthians é impossível. O Corinthians é muito gigante. O que realmente precisa é de uma administração profissional”, afirmou o dirigente ao blog do Rodrigo Mattos, do UOL.

Outros dirigentes de clubes do Brasil são a favor do fair play financeiro, e o mandatário do Corinthians se mostrou totalmente a favor da implementação no país, pois acredita que o clube já está plenamente adaptado às regras do fair play.

“Acho perfeito, sou favorável. O Corinthians, dentro de sua condição de receita, sempre estará no fair play. Para a gente, é muito tranquilo porque sempre cumprimos nosso estatuto”, contou.

“Estamos adaptados a isso. O Corinthians, nesta gestão, não gasta o que não tem. Gasta dentro das suas condições, dentro das suas receitas. Muito tranquilo para a gente.”

Vale lembrar que, em julho de 2024, Augusto havia se pronunciado sobre o assunto, após a OTB Sports afirmar que teria interesse em intermediar a aquisição do clube do Parque São Jorge.

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EY pediu por e-mail que Corinthians dividisse resultados de investigação com o Conselho do clube

  • Por Larissa Beppler e Daniel Keppler / Redação da Central do Timão

No final de janeiro, a Central do Timão publicou uma matéria sobre declarações de Augusto Melo, presidente do Corinthians, a respeito da investigação de sete contratos assinados por gestões anteriores. O trabalho foi realizado pela consultoria EY no primeiro semestre de 2024, enquanto esteve vinculada ao clube.

Embora o mandatário afirmasse que a empresa nunca informou ao clube os resultados obtidos nesses projetos, trocas de e-mails e fontes ligadas ao Corinthians sustentavam o contrário: a diretoria corinthiana já tem conhecimento desses resultados há meses. Essa versão, agora, é reforçada por novos documentos e conversas entre clube e empresa, aos quais a Central do Timão teve acesso.

Cobrança por escrito

Um dos documentos é um e-mail enviado em 1º de julho de 2024 por um sócio da EY a Augusto Melo, com cópia para membros da diretoria corinthiana: Marcelo Mariano (diretor administrativo), Vinicius Cascone (secretário-geral), Leonardo Pantaleão (diretor jurídico) e Luiz Ricardo Alves, conhecido como Seedorf (então diretor financeiro adjunto).

Na mensagem, a EY informa à diretoria do Corinthians que estava sendo cobrada por Romeu Tuma Júnior sobre os serviços prestados ao clube. O presidente do Conselho Deliberativo (CD) alegava não conseguir obter essas informações diretamente da gestão alvinegra, o que levou a empresa a reagir no e-mail enviado a Augusto Melo:

“Temos o compromisso de esclarecer que a responsabilidade de prestar tais esclarecimentos ao Conselho Deliberativo incumbe primordialmente à Administração do SCCP, podendo contar com o suporte da EY, quando necessário. Neste contexto, instamos que a Presidência e/ou a Diretoria do SCCP conceda uma resposta ao eminente Presidente do Conselho Deliberativo, com a máxima celeridade, mantendo a EY devidamente informada sobre o desenvolvimento da situação.”

A EY segue reforçando que, em maio, firmou um compromisso com o Corinthians para investigar sete contratos assinados por gestões anteriores à de Augusto Melo. O trabalho incluiu análise documental, testes de transações e background check de fornecedores, pessoas relacionadas e ex-dirigentes do clube.

No e-mail, o sócio da EY confirma que, em 6 de maio de 2024, a empresa se reuniu com Rozallah Santoro, Yun Ki Lee e Fernando Perino, então membros dos departamentos financeiro e jurídico do clube, para apresentar os resultados da investigação. Embora a mensagem não detalhe esses resultados, uma apuração da Gazeta Esportiva, publicada na última terça-feira, 18, e confirmada pela Central do Timão, revelou que não foram encontradas irregularidades entre os fornecedores e dirigentes envolvidos nos contratos analisados.

Ainda segundo a apuração, ao tomar conhecimento dos resultados da análise, a diretoria do Corinthians optou por não pagar pelos serviços prestados pela EY, que deveriam ser quitados em duas parcelas: R$ 97.959,18 em 10 de junho e R$ 144.139,94 em 10 de julho. Como resultado, a EY não emitiu o parecer final, deixando o clube apenas com as informações compartilhadas na reunião de maio.

Cobranças continuaram

Este e-mail jamais foi respondido pela diretoria, que até hoje afirma não ter conhecimento sobre o conteúdo da análise dos contratos feita pela EY. Em razão disso, a diretoria se recusa a prestar esclarecimentos aos órgãos fiscalizadores do Corinthians. Mesmo assim, outras tentativas de obter o material foram realizadas, incluindo uma série de ligações feitas por Romeu Tuma Júnior, membros da EY e pessoas ligadas ao clube.

Diante da negativa da atual diretoria em fornecer o teor dos resultados da investigação, o presidente do CD passou a buscar o material em outras fontes. A justificativa era subsidiar a Comissão de Justiça com os documentos, já que o órgão estava, à época, examinando os contratos assinados entre o clube e a consultoria.

Um dos nomes abordados foi um dos sócios da EY, que confirmou ao dirigente o conteúdo do e-mail citado nesta matéria: a diretoria teve acesso aos resultados da investigação dos contratos. Ele também informou que o parecer por escrito só poderia ser entregue após o pagamento pelos serviços, o que nunca ocorreu. Tuma ainda alertou que, caso a situação continuasse sem resposta, convocaria a EY para explicar o caso no Conselho Deliberativo.

Outra pessoa procurada foi um membro da atual diretoria, com quem Tuma expressou preocupação pelo fato de a EY resistir em compartilhar os resultados da investigação com o Conselho Deliberativo do clube, alertando sobre as possíveis implicações caso essa situação persistisse.

Ainda assim, os órgãos fiscalizadores do clube continuam sem acesso às informações recebidas pela diretoria do Corinthians. Da mesma forma, a EY segue sem receber pelo serviço prestado.

Cobranças também foram internas

Conforme mencionado anteriormente, a diretoria estaria omitindo de forma sistemática as informações sobre os serviços prestados pela EY dos órgãos de fiscalização do clube. Um dos conselheiros que, nos últimos meses, tem insistido nas cobranças é Paulo Roberto Bastos Pedro, também membro do Conselho de Orientação (CORI) do Corinthians.

A primeira cobrança ocorreu em 12 de agosto de 2024, quando Paulo Pedro questionou diretamente Augusto Melo sobre vários temas, incluindo a consultoria, durante uma reunião do CD: “Peço, também, esclarecimentos sobre o fato de até o presente momento não ter sido apresentado o relatório da empresa EY, o relatório que seria doa a quem doer.”

O presidente corinthiano respondeu, afirmando que, caso recebesse o pedido por escrito, forneceria os esclarecimentos. O conselheiro, então, entregou as questões por escrito, mas não obteve resposta. Dois meses depois, voltou a interpelar o mandatário alvinegro, lamentando a “falta de transparência” da diretoria.

“São 63 dias e eu até agora não fui respondido. A transparência, presidente Augusto, ela não é uma dádiva ou uma qualidade de um gestor. A transparência, ela é uma obrigação e é tudo o que nós não estamos vendo aqui. (…) O senhor está tratando com a paixão de 35 milhões de torcedores e o senhor age sem transparência, sem diligência, sem nada?”

Após um bate-boca entre Paulo Pedro e Augusto Melo, o assunto novamente ficou sem resposta, mas voltou à tona nos bastidores do Parque São Jorge quando o vínculo do Corinthians com a EY foi citado como um dos problemas da prestação de contas do primeiro semestre de 2024 enviada pela diretoria ao CORI. A situação foi fortemente criticada, levando o órgão a recomendar o impeachment do presidente.

No relatório, aprovado por unanimidade pelo Conselho de Orientação, o colegiado criticou a “dificuldade de entendimento” dos contratos assinados entre clube e empresa, além do alto custo dos serviços (podendo ultrapassar os R$ 13 milhões) e o fato de não ter recebido da diretoria alvinegra qualquer documento relativo à rescisão contratual entre o clube e a EY, tampouco os demonstrativos dos resultados obtidos com os serviços prestados pela consultoria e pagos pelo Corinthians.

Implicações políticas à gestão

Alguns conselheiros ouvidos pela Central do Timão reforçaram o entendimento expresso pelo CORI no relatório mencionado acima, de que as omissões de informação por parte da diretoria configuram prática de gestão irregular ou temerária, e afirmam que o fato de Augusto Melo saber dos resultados da investigação feita pela EY e se negar a compartilhá-los com os órgãos fiscalizadores constitui uma infração grave ao estatuto social do Corinthians.

Um conselheiro citou os artigos que, em seu entendimento, estão sendo descumpridos pelo presidente alvinegro neste tema: o artigo 106, nas letras “b”, “d” e “e”, combinado com o artigo 112, que trata das atribuições do cargo.

“Art. 106 — São motivos para requerer a destituição dos administradores (Presidente da Diretoria ou de seus Vice-Presidentes):

b) ter ele acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians;

d) ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária.

e) prática de ato de gestão irregular ou temerária.”

Vale lembrar que a recomendação do CORI para o afastamento de Augusto Melo, devido à sonegação de informações na prestação de contas do primeiro semestre de 2024, resultou em um processo ético-disciplinar na Comissão de Ética e Disciplina (CED) e pode levar ao impeachment do presidente.

Fontes também informaram à Central do Timão que a cobrança pelos resultados da EY continua, pois outros conselheiros e órgãos fiscalizadores do clube seguem exigindo essas informações. Caso a diretoria corinthiana persista em resistir ao envio das informações ao CORI, a EY poderá ser convocada para explicar a situação aos conselheiros.

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Sem consenso, novo impeachment de Augusto Melo vira impasse entre CORI e Comissão de Ética

  • Por Larissa Beppler | Redação da Central do Timão

Em novembro de 2024, o Conselho de Orientação do Corinthians (CORI) aprovou, por unanimidade, a recomendação de abertura de um processo de destituição do presidente Augusto Melo por gestão temerária. Essa iniciativa é independente do processo de impeachment já em andamento, relacionado ao contrato com a VaideBet. Nas últimas semanas, o caso tramitou entre a Comissão de Ética e Disciplina e o CORI, com novas deliberações e divergências sobre o tema.

No documento enviado à Comissão de Ética e Disciplina no ano passado, o CORI apontou a ausência de balanços auditados e outros documentos que a diretoria tinha a obrigação de apresentar. Após analisar as contas do segundo trimestre de 2024, o colegiado rejeitou o balancete devido à falta de documentação e inconsistências nas informações. A decisão foi tomada por 13 votos. Clique AQUI para ler.

Segundo apuração da Central do Timão, após receber o relatório, o presidente da Comissão de Ética e Disciplina Roberson de Medeiros devolveu o documento ao CORI com alguns questionamentos. Ele queria saber, por exemplo, se a diretoria foi formalmente notificada sobre a entrega dos documentos e se recebeu as devidas orientações antes da recomendação de destituição.

A resposta do CORI veio na última reunião do órgão, realizada poucas horas antes da votação do primeiro pedido de impeachment de Augusto Melo no Conselho Deliberativo, em 20 de janeiro. O órgão deliberou pelo reenvio do pedido ao comitê disciplinar, argumentando que não cabe ao presidente da Comissão de Ética fazer esses questionamentos, mas apenas instaurar o processo.

Quem tem que fazer questionamento se falta documento, se não falta, se houve a devida recomendação de entrega do documento, se houve a devida orientação à diretoria, não é o presidente da Comissão de Ética. O presidente da Comissão de Ética tem que ser isento“, explicou um dos membros trienais do CORI ouvidos pela reportagem. 

Além das questões políticas, a divergência dentro do clube também envolve alguns aspectos regimentais. Nesse sentido, está sendo discutida uma proposta de reforma estatutária no Conselho Deliberativo, com o objetivo de esclarecer os chamados “casos omissos” e aprimorar pontos específicos do estatuto. De acordo com o documento vigente, o presidente da Comissão de Ética não tem autoridade para questionar, por conta própria, a recomendação do CORI. Sua função é instaurar o processo, o que já foi feito, nomear um relator e, somente após, permitir que o colegiado faça as solicitações necessárias.

A Central do Timão também entrou em contato com o presidente da Comissão de Ética para comentar o caso. Ele confirmou ter enviado as solicitações ao Conselho de Orientação e afirmou que ainda não recebeu retorno do órgão. Até o momento, Augusto Melo não foi chamado para apresentar sua defesa em relação a este segundo pedido de destituição.

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Augusto Melo formaliza pedido de destituição de presidente do Conselho do Corinthians

  • Por Jailson Menezes e Larissa Beppler / Redação da Central do Timão

O presidente do Corinthians Augusto Melo formalizou um requerimento para destituir Romeu Tuma Júnior da presidência do Conselho Deliberativo (CD) do clube, alegando falhas na condução dos trabalhos e na postura do dirigente à frente do órgão.

Segundo o Meu Timão, o pedido já foi protocolado e será analisado pela Comissão de Ética e Disciplina. A iniciativa faz parte da estratégia de defesa do presidente do Corinthians, que enfrenta um processo de impeachment em tramitação no Conselho Deliberativo. O representante legal de Augusto Melo já havia adiantado, na última semana, que a defesa estudava pedir o afastamento de Tuma da presidência do órgão fiscalizador, “especificamente com relação ao processo do presidente”.

Ele foi ditador em todos os sentidos. A confusão é porque ele advogou por ele mesmo, comentou e julgou. Virou tumulto, é um ditador. Ele não tem mais moral, condição emocional e competência para o Conselho. Tem que ter uma destituição”, disse o mandatário após a última reunião do CD.

O presidente do Corinthians alega que Romeu Tuma Jr. tem interesses pessoais na votação de seu impeachment, não age com imparcialidade e faz pré-julgamentos na condução do processo. No último domingo, Augusto Melo acusou o presidente do Conselho Deliberativo de querer dar um golpe no clube para lançar um candidato próprio.

Em entrevista ao Meu Timão, Tuma negou as acusações, reafirmou que sua função é apenas conduzir o processo e destacou que, mesmo que Augusto seja afastado cautelarmente pelo Conselho, quem assume é o vice-presidente de sua chapa, Osmar Stábile, e que o impeachment só poderá ocorrer após a aprovação da assembleia geral de sócios do clube.

A admissibilidade do impeachment de Augusto Melo foi aprovada por 126 votos a favor e 114 contra. No entanto, a sessão foi suspensa devido ao horário e ainda não há previsão para a votação final. Também não está definido se o impeachment será novamente votado no Parque São Jorge, em outra dependência do Corinthians ou em um local externo, devido à preocupação com a segurança dos conselheiros. Um inquérito foi aberto para investigar as ameaças e agressões ocorridas na última reunião.

Em nota, Romeu Tuma Júnior respondeu às declarações de Augusto Melo:

Como tenho repetidamente afirmado, meu compromisso é unicamente com o Corinthians. Enquanto desempenhar a função de Presidente do Conselho seguirei sendo imparcial, defendendo única e exclusivamente os interesses do clube, seguindo rigorosamente seu estatuto. As críticas ou até mesmo acusações infundadas são esperadas e até naturais de quem se sente contrariado, já estou acostumado. Todas elas serão tratadas no momento oportuno e no foro adequado”, afirmou o presidente do Conselho Deliberativo.

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Presidente do Corinthians detalha venda de joia da base e explica decisão: “Não tínhamos o que fazer”

  • Por Victor Franqueira / Redação da Central do Timão

A Fiel Torcida foi pega de surpresa com a notícia de que o lateral-esquerdo Denner, filho do Terrão e um dos grandes destaques do Timãozinho na Copinha, iria ser vendido ao Chelsea, da Inglaterra. Sendo assim, na manhã desta quarta-feira, 29, o presidente do Corinthians, Augusto Melo, em entrevista ao Meu Timão, deu mais detalhes sobre a polêmica negociação.

“Esse garoto existia uma multa e os empresários não aceitaram aumentar porque já tinha sondagem de venda. Não tínhamos o que fazer. Ou você aceita ou paga multa irrisória e ele leva embora. Existe a proposta que para nós é interessante. É 8 milhões de euros à vista, e geralmente diluem em quatro anos, e depois tem mais um valor de 500 mil euros para cada cinco jogos. Vai passar de 15 milhões de euros.”

Caso a negociação se concretize, o defensor só poderá deixar o clube do Parque São Jorge em fevereiro de 2026, quando irá completar a maioridade de 18 anos, conforme prevê a legislação da Fifa. O contrato do lateral com o Corinthians vai até março de 2027. Ele havia estendido o vínculo com o Time do Povo no ano passado, já na gestão de Augusto.

A diretoria alvinegra tentou renovar o vínculo contratual com a joia dos Filhos do Terrão, devido a fragilidade do acordo, no qual a multa rescisória dele era baixa demais para os padrões nacionais, e assim qualquer equipe brasileira com aporte financeiro adequado poderia tirar o jovem do Time do Povo. Entretanto, a gestão do Alvinegro não conseguiu avançar nas negociações com o empresário do jovem, Giuliano Bertolucci, que tem uma dívida de R$ 78 milhões a receber do Timão.

Apesar das críticas, o mandatário do Corinthians ressaltou que Denner ainda terá tempo para se desenvolver no elenco profissional. Por fim, Augusto frisou que considerou uma boa venda: “Para um garoto de 16 anos que ainda não pisou no profissional e temos dois anos para trabalhar no Corinthians, é uma venda maravilhosa”, completou.

O lateral-esquerdo foi o vice-artilheiro do Corinthians na Copa São Paulo de Futebol Júnior com três gols marcados, apenas atrás do meio-campista Luiz Gustavo Bahia, com quatro tentos anotados. Denner é um dos nomes das categorias de base do Corinthians bem visto pela comissão técnica de Ramón Díaz que, neste momento, conta com Matheus Bidu, Diego Palacios e Hugo.

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Augusto Melo comenta sobre possível processo de impeachment na presidência do Corinthians: “Tudo orquestrado”

  • Por Fabio Luigi / Redação da Central do Timão

Na tarde deste deste domingo, 19, o Corinthians manteve o 100% de aproveitamento no Campeonato Paulista ao vencer o Velo Clube por 2 x 1, na Neo Química Arena, pela segunda rodada da fase de grupos do estadual. Igor Coronado e Talles Magno marcaram os gols do Alvinegro.

Apesar da vitória, os bastidores políticos do Parque São Jorge seguem em ebulição e, muitas vezes, ofuscam o bom momento da equipe no campo. No final da tarde desta segunda-feira, 20, às 18h, o Conselho Deliberativo do Corinthians votará um possível impeachment do presidente Augusto Melo, eleito ao cargo no final de novembro de 2023. Caso seja aprovado, o primeiro vice-presidente Osmar Stabile assumirá o cargo provisoriamente até a convocação da Assembleia Geral dos Sócios.

O pedido de destituição do mandatário é baseado no Caso VaideBet, patrocinadora máster do Corinthians que rescindiu contrato com o clube, que era válido até dezembro de 2026 com R$ 370 milhões a serem pagos até lá, após suspeitas de lavagem de dinheiro relacionadas à intermediadora do acordo, a Rede Social Media & Design, de Alex Cassundé.

O caso ganhou novos desdobramentos após as entrevistas do CEO da casa de apostas, José André da Rocha Neto, e Toninho Duettos, sócio e ex-empresário do cantor Gustavo Lima, que é um dos sócios da VaideBet, em matéria veiculada pelo Fantástico, programa da Rede Globo, neste domingo, 19. Anteriormente, os dois já haviam sido entrevistados pela Gazeta Esportiva e UOL Esporte.

Em entrevista à imprensa após a vitória do Alvinegro, o presidente Augusto Melo afirmou que um possível impeachment é orquestrado pela oposição do clube: “Tudo orquestrado, tudo orquestrado. Essa matéria veio ao nosso conhecimento na sexta, ligaram, eu não sei se já saiu, eu dei entrevista de exatamente tudo que aconteceu, muito tranquilo. No dia que foi assinado o contrato, tanto do lado do Corinthians quanto do lado da patrocinadora, foi passado pelo jurídico, foi passado pelo compliance, eu sou a última assinatura do Corinthians, eu sou a última assinatura de todo contrato. Não existe aditivo, é o mesmo contrato que foi feito, da negociação é feito contrato. A empresa assinou, ela sabia que tinha intermediário, ela sabia que era uma empresa intermediária, por que não falou isso na época, um ano depois? E quando chegou até nós essa empresa que trouxe, chegou o outro pessoal falando pelo que eu sei, e marcou a reunião, e foi dito.”

“Foi feito o compliance da empresa, foi feito o compliance da patrocinadora, da intermediária e da patrocinadora. Foi aprovado pelo nosso compliance, foi aprovado pelo nosso jurídico, porque eu não faço esse tipo de coisa. Eu só negocio, negocio com o proprietário e passei para o meu jurídico, jurídico compliance. Assim também aconteceu com a patrocinadora. Para ela assinar, passou pelo compliance dela, pelo jurídico dela. Por que que agora, depois de um ano? Ah, não é essa, é outra. Mas por que que não reclamou um ano atrás?” , disse.

Na sequência, Augusto afirmou que uma possível saída do cargo seria um golpe por parte dos opositores e ressaltou que tem o apoio da maioria dos associados do clube social e da toricda em geral: “Nós vamos lutar até o final pra ficar e pra manter o Corinthians nessa situação. Porque se essas pessoas que estão tentando dar um golpe, que elas não têm capacidade de vencer uma eleição lá dentro, então pra elas é mais fácil um grupinho ali de três pessoas que a gente sabe quem são, que já estão montando até a diretoria, pra eles é muito fácil eles se juntarem ali e vamos dar um golpe e tirar o presente pra gente sentar na cadeira e depois tentar num tampão. Pra eles é simples. Mas não vamos conseguir fazer isso, sabe por quê? Porque o Corinthians é muito grande, a gente tem todo o clube social, mais de 90% nos apoiando, nós temos mais de 90% da torcida no geral nos apoiando, porque ela sabe o projeto que a gente tá fazendo, ela sabe o tanto que estamos trabalhando pra tirar o Corinthians dessa situação, e essas pessoas simplesmente ainda querem dar um golpe” , continuou.

Por último, comentou que um possível impeachment no Corinthians geraria um “colapso total” no clube e afetaria o planejamento que, segundo o dirigente, nunca viu desde que passou a frequentar os bastidores do Parque São Jorge. Em seguida, se manifestou sobre as acusações feitas pelo ex-diretor de futebol estatutário Rubens Gomes, que deixou o cargo nos primeiros meses da gestão após divergências internas.

“Colapso total. Primeiro que esses caras que vão entrar não tem credibilidade pra fazer o que a gente tá fazendo aqui. Hoje existe um planejamento que eu nunca vi no Corinthians há 40 e poucos anos que eu tô aqui dentro. Colapso total, cara. Esses caras vão acabar com o planejamento que a gente vem fazendo, sofremos um ano todo. Hoje o Corinthians tá começando a entrar num trilho. E esses caras querem quebrar isso. Por que eles querem quebrar isso? Porque não são corintianos, porque querem o poder. Esses caras não são corintianos. Esses caras querem o poder. Simples. A gente não quer o poder. Eu sou corintiano raiz, sou corintiano e é minha vida. Eu quero trabalhar pro Corinthians. Só que, cara, já não dá mais. Já encheu, já, cara. A gente não tem, não consegue trabalhar, cara. Esses caras, ao invés de trabalharem pro Corinthians, eles ficam trabalhando contra o Corinthians.”

“Cara, ele (Rubão) não botou nome. A hora que ele botar nome, ele vai responder judicialmente e dentro do clube. Eu sou bandido? Se ele tá falando isso, ele tem que provar. Porque se ele não provar, a situação dele vai ser complicada também. Porque o que eu vou falar, vou falar dentro do clube. Que lá é órgão competente de expulsar um cara desse dentro do clube. Porque esse cara não é corintiano. O que ele vem fazendo com o Corinthians, ele não é corintiano. E não é a primeira vez que ele dá problema com o Corinthians. Só que infelizmente eu tinha um acordo que eu fui obrigado a cumprir, mas na primeira mandei embora. Porque não é competente” , finalizou Melo.

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