- Por Kennedy Cardoso / Redação da Central do Timão
O departamento de futebol feminino do Corinthians contratou sete reforços para 2023, mas também perdeu nomes importantes. E entre as saídas está a atacante Adriana, destaque nas últimas cinco temporadas, que foi vendida ao Orlando Pride, dos Estados Unidos. Na última quarta-feira, o treinador Arthur Elias lamentou a perda técnica, mas disse que está feliz pela jogadora, que foi em busca de novos desafios na carreira.
“Não estamos falando de qualquer jogadora. Adriana era decisiva para nós, sempre foi. Para a Seleção, também. Estava há cinco anos conosco. Sempre brinquei com ela que a gente sairia juntos, que eu precisava dela e que ela precisava de mim. Ela saiu primeiro, mas fiquei muito contente por ela”, declarou Arthur, em entrevista coletiva.
“Trabalhamos para ver as jogadoras conquistando conosco, evoluindo, e tem hora que precisam de um desafio diferente. E ela foi em busca disso, com boas condições. Quero ver ela voar nos Estados Unidos e na Copa do Mundo, tenho certeza que ela está pronta para isso. Então eu ajudei nessa questão de dimensionar e ver os próximos passos que podemos dar com isso. Basicamente foi isso.”
“Claro que ninguém queria perder a Adriana, nem eu e nem ninguém aqui dentro. Mas precisamos entender o lado da atleta, o que é melhor, o momento e quanto ela entregou para o clube”, complementou.
Adriana foi vendida pelo Corinthians ao Orlando Pride por 100 mil dólares (algo em torno de R$ 513 mil), negociação recorde na história do futebol feminino brasileiro, levando em consideração valores que foram divulgados pelos clubes ou pela imprensa. Arthur Elias destacou a importância de uma transferência deste nível para a modalidade se tornar autossustentável no Timão.
“Aconteceu de ter uma transação com valores significativos em relação à Adriana. Fiquei muito contente, porque é uma jogadora que esteve conosco durante cinco anos, nos ajudou demais. A relação que eu tenho com ela é fantástica, profissional e pessoal. É uma atleta que vai representar muito bem nosso país onde estiver”, disse Arthur.
“Na Seleção, hoje ela tem um espaço grande lá dentro. Ela merece isso, assim como o futebol feminino, que a gente tenha esses valores. Quanto mais receita entra, as atletas serão melhor remuneradas e os clubes vão entender a força que o futebol de mulheres tem. Só que isso não é fácil, é um processo.”
Para efeito de comparação, a maior contratação da história do futebol feminino mundial pertence ao Barcelona, da Espanha. Em setembro de 2022, o clube catalão anunciou a meio-campista Keira Walsh por 350 mil libras (cerca de R$ 2,2 milhões na cotação atual). Sendo assim, na conversão para a moeda brasileira, a venda de Adriana pode chegar a pouco mais de R$ 615 mil, aproximadamente 28% do valor que o time blaugrana pagou para ter a inglesa.
“Eu participo dessas questões, porque é importante eu, a Cris (Gambaré, diretora) e o presidente (Duilio), conseguirmos conversar. Foi algo novo, valores que nunca vimos. Precisávamos dar valor. Não adiantava querer cobrar a maior transação da história do futebol feminino, na Europa, em moeda cinco vezes mais valiosa do que a nossa. Acho que ficou de um tamanho interessante para que a gente olhe para frente e valorize, cada vez mais, as nossas jogadoras”, concluiu o treinador do Corinthians.
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