- Por Nágela Gaia/Redação da Central do Timão
Em 21 de abril de 1949, Servílio, um dos maiores jogadores que o Corinthians já teve em sua história, marcava seu 200º gol do ídolo com a camisa Alvinegra, na vitória de virada por 3×2 do Timão sobre o Noroeste, de Bauru.
No Estádio Alfredão, o técnico Joreca escalou o ídolo alvinegro como titular, em um onze inicial que tinha: Bino, Moacir, Belacosa, Belfare; Hélio, Newton, Noronha, Servílio, Colombo; Ruy e Baltazar. Entraram ainda Touguinha e Luizinho.
Apesar da escalação recheada de ídolos, o Noroeste saiu na frente, e só no segundo tempo o Corinthians reagiu, empatou a partida e, aos 38 minutos, Servílio dava números finais ao confronto, fazendo 3×2. Este era o último gol dos 200 que Servílio marcou, o que o coloca, ainda hoje, na sexta posição no ranking dos jogadores que mais marcaram com a camisa do Corinthians.
Em 1938, o Corinthians vivia um momento mágico após o título paulista de 1937 em cima de seu grande rival, Palestra Itália. No início do ano, em uma excursão à Bahia, os dirigentes corinthianos se encantaram com o futebol de Servílio de Jesus, que estava de volta ao Galícia após breve passagem pelo Bahia.
Alguns meses depois, os cartolas concluíram a negociação e trouxeram o atleta para o Parque São Jorge. O meio campista se adaptou rapidamente com o manto Alvinegro e escreveu uma linda história no Timão, fazendo famosa dupla com o centroavante Teleco, estrela da equipe.
Por sua forma vistosa de jogar, Servílio recebeu o apelido de “Bailarino” pelos torcedores e pela crônica esportiva. E logo o fez ser chamado para a Seleção Brasileira e Paulista.
Em boa parte de sua trajetória no Parque São Jorge, jogou como meio campista, mas após a aposentadoria de Teleco, assumiu a função de centroavante.
Foi o primeiro jogador a envergar o número “9” na camisa Alvinegra, em uma partida amistosa contra o River Plate, da Argentina, no estádio do Pacaembu, em 1946. Até aquela data, os números na camisa não existiam.
Ao todo, Servílio atuou durante 11 anos no Corinthians, entre 1938 e 1949. Foram 364 jogos com 241 vitórias, 51 empates, 71 derrotas e 200 gols marcados. Foi artilheiro do Campeonato Paulista em três oportunidades (1945 com 17 gols, 1946 com 19 gols e 1947 com 19 gols), e levantou três taças estaduais nos anos de 1938, 1939 e 1941.