Em entrevista ao GloboEsporte.com, Loss detalhou seu novo cargo no clube, entenda
Em abril de 2018, após um longo período nas categorias de base, Osmar Loss assumiu o cargo de treinador do Corinthians. O profissional substituiu Fábio Carille que, à época, havia aceitado o convite para treinar o Al Wehda, da Arábia Saudita. Após 25 jogos, um aproveitamento inferior a 50% e muitas críticas, Loss deixa o cargo.
Osmar passou mais um tempo como auxiliar, antes de seguir, como treinador, para o Guarani em novembro de 2018. Além da equipe campineira, passou pelo Vitória da Bahia. Em 2020, retornou ao Corinthians. Dessa vez, em uma nova função, que o próprio Loss explica em entrevista ao GloboEsporte.com.
Na teoria, Osmar chega ao Timão para exercer um cargo de coordenador técnico. O objetivo é melhorar a integração entre base e profissional, algo já levantado pelo próprio treinador do time principal, Tiago Nunes. A função é um novo desafio para Loss, que pretendia atuar como técnico. Nesse sentido, cita:
“Vamos passar por um período claro de experiência, está claro para mim e para o Corinthians, são pelo menos três meses de atividade que eu espero para ver se eu vou me adaptar à essa função, me sentir confortável e feliz nela, e se o clube vai achar que eu estou dando a resposta necessária para aquela função. Não significa uma mudança de caminho, mas um estágio para poder evoluir no quesito trabalho e futebol.” Citou Osmar
Voltando a citar ‘estágio’, Osmar explica que:
” Não é uma mudança do que projeto para o futuro, mas uma oportunidade de desenvolver novas ferramentas enquanto profissional do futebol, essa questão mais de comunicação, gestão… Também vou aprender um pouquinho o tempo em que as coisas acontecem.”, disse o agora coordenador.
A principal função de Osmar Loss – algo novo até mesmo para o próprio clube – é implementar o caderno orientador metodológico. Segundo o profissional, esse seria um documento com uma série de orientações e práticas para a formação de atletas. Como Loss pontua, “é um documento que orienta. O que eu devo aplicar nessa faixa etária, como eu devo aplicar, em que dose eu devo aplicar.”
Desse modo, o objetivo é que o Corinthians tenha um guia para saber o que fazer em cada parte do desenvolvimento do atleta. Por exemplo, aos 11 anos é preciso investir em uma formação, já aos 15, as prioridades podem ser outras. Conhecendo exatamente as necessidades de cada faixa etária, o Timão pode preparar melhor os jogadores do futuro.
Nesse sentido, Loss cita que:
” Todo treinador busca fazer o seu melhor, mas antes não havia um link com a categoria seguinte. E isso não é só no Corinthians, mas na grande maioria dos clubes. Um jogador passava um ano com o treinador do sub-14 e quando ele chegava no sub-15, o treinador da categoria fazia o trabalho da melhor forma, mas muitas vezes não conseguia conectar essas duas temporadas. Com esse caderno, a ideia é fazer conexões com todas as categorias.”, disse ele.
Com inspiração no trabalho de outros clubes mundo afora, como o próprio Barcelona, o ‘caderno do Timão’ tem suas próprias características, como explica Loss:
“O grande desafio é que a gente faça isso se tornar aplicável, que ele faça parte do dia a dia. O caderno tem particularidades, e a gente se baseou em três grandes pilares. A cultura do Corinthians, e o que o torcedor gosta de ver nos seus atletas; a cultura do futebol brasileiro, que é tecnicista, de habilidade, qualidade de jogo; e o terceiro pilar são as demandas do futebol moderno. Não adiantar a gente ficar apegado ao passado se o futebol praticado hoje é diferente.”, citou em entrevista ao GE.
Lucas Piton acredita em melhora do Corinthians e revela sua rotina diária
Jornalista revela ranking do pay-per-view para 2020; veja a posição do Corinthians
Na continuação da entrevista, Osmar Loss cita as necessidades de melhoria dos processos das categorias de base do clube. A meta é tornar o Corinthians uma ‘fábrica de atletas’ mais eficiente e útil ao time principal, estabelecendo uma linha sucessória. Nesse sentido, Loss explica:
“A gente espera ser como uma fábrica de formação de atletas, cada um com sua particularidade, que possam dar retorno ao time profissional e rentabilidade ao clube em futuras negociações. A gente precisa saber quem é o próximo jogador dentro dessa fábrica que pode atender o futebol de forma imediata, mas também no médio e no longo prazo.”, explicou Loss.
Osmar ainda falou sobre a dificuldade de integrar tantas categorias diferentes. Por isso, então, sua contratação visa centralizar os processos em algumas pessoas. No caso, o próprio Loss, o gerente Vilson e Yamada, profissional da base do Timão. Ressaltou também a importância de utilizar o sub-23:
“Eu fui contratado efetivamente para fazer a coordenação do sub-10 ao sub-20, mas na última reunião que tivemos antes da parada também ficou definido que o sub-23 ficaria sob a minha supervisão de coordenação técnica. Tudo o que vai acontecer de ordem técnica nas categorias vai passar sob os meus cuidados e atenção para a transição com o profissional.”, complementou Osmar.
Por: Gabriel Gonçalves / Redação da Central do Timão
2019 @ Central do Timão - Todos os direitos reservados