Com gol do menino estreante na prorrogação, o Timão venceu o Guarani de Neto, Evair, Ricardo Rocha e Marco Antônio Boiadeiro
No dia 31 de julho de 1988, o Corinthians enfrentou o Guarani no Brinco de Ouro, em Campinas. O jogo marcava a final do Campeonato Paulista daquele ano. O Corinthians tinha um sério problema. Ao negociar o artilheiro Edmar com o Pescara, da Itália, o coringa Wilson Mano vinha ocupando a posição de centroavante da equipe, mas não agradava o técnico Jair Pereira.
Para o jogo decisivo, o treinador resolveu apostar no garoto da categoria de base, Viola. Os comentaristas e a torcida indagavam: será que o jovem atacante irá aguentar a pressão? O garoto nem salário tinha, só ganhava ajuda de custo.
O Guarani, que jogava em casa, arriscava mais e fazia o goleiro Ronaldo Giovanelli e a zaga do Corinthians terem uma grande atuação, salvarem a pátria alvinegra e irem garantindo o empate. O placar sem gol foi se arrastando durante toda a partida e o que ninguém imaginava aconteceu. Fim dos 90 minutos e o jogo continuou 0 a 0. Prorrogação.
E logo aos cinco minutos, Marcelo arrancou para o ataque e tocou a bola para Wilson Mano. O volante tentou chutar em gol, pegou mal na bola e acabou fazendo um cruzamento. Viola, que sentia cãibras, deu um carrinho e fez o gol que o tornaria o herói daquele título e que o ajudaria a se tornar um dos ídolos da Fiel.
O Guarani havia feito uma grande campanha, tinha o artilheiro da competição, Evair, com 19 gols, jogava bonito e era o favorito ao título. Aquele time tinha também Marco Antônio Boaideiro, Vagner Bacharel, Ricardo Rocha, Paulo Isidoro, Evair e Neto. O Bugre fez Ronaldo Giovanelli brilhar naquele dia.
Em vídeo para o programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, neste domingo (21), Ricardo Rocha, grande zagueiro daquele time do Guarani, relembrou o título perdido, lamentou as chances não concretizadas e declarou que o merecimento, no futebol, vem pelas chances que se aproveita.
“Falar um pouco desse jogo, Guarani x Corinthians, no Brinco de Ouro, uma decisão de campeonato. O Corinthians, como o Guarani, também tinha um grande time, se você olhar hoje, o Ronaldo goleiro, o Wilson Mano, o Marcelo, o Viola, muita gente boa, Jair Pereira como treinador. Do nosso lado também, a mesma coisa, Paulo Isidório, Bacharel, Neto, Evair, João Paulo, então o Guarani também era um time forte. E nesse jogo houve chances para os dois lados. Tivemos chances claras de gol, o Corinthians tinha uma equipe que marcava muito bem.”
“O gol do Corinthians, se você olhar, o Wilson Mano chuta em gol, ele erra o chute, naquela bola que você chuta no gol, mas ela passa toda a extensão do campo e encontra o Viola bem colocado no segundo pau, por trás do zagueiro e do lateral, fazendo o gol e… merecido? Não sei, no futebol o merecimento vem pelas chances que você aproveita. Nós tivemos chances e não aproveitamos. O Corinthians teve aquela chance, e o Viola, um garoto na época, fez o gol e deu o título ao Corinthians.“
O garoto Viola, então com 19 anos, entrou nessa partida com tamanha certeza de que faria o gol do título, que jogou com duas camisas. Na comemoração do gol, correu até a torcida, tirou a camisa que estava por cima e atirou-a para a torcida.
Veja o gol de Viola que deu o 20º título Paulista ao Corinthians em 1988:
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Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão
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