20 de junho de 1999, o século XX estava no fim, mas a rivalidade entre Corinthians e Palmeiras vivia momentos quentes. As equipes haviam se enfrentado pelas quartas-de-final da Libertadores, com a vitória dos alviverdes. Agora, outra decisão, a do Campeonato Paulista.
No dia 13 de junho, na disputa da primeira partida da final, o Corinthians venceu por 3×0 o time misto do rival, que preparava para a decisão da Libertadores. No dia 16, o alviverde venceu o Deportivo Cali e ficou com o título. Além disso, os palmeirenses entraram em campo com os cabelos pintados de verde, em uma clara provocação ao Timão.
Desde o início, o confronto já estava tenso, perante a ‘brincadeira’ dos palmeirenses. Aos 34 minutos do primeiro tempo, Marcelinho abriu o placar para o lado preto e branco. Porém, nos cinco minutos seguintes, Evair marcou dois e virou o jogo. O resultado ainda dava o título para o Corinthians.
Por mais que o Palmeiras tentasse, não conseguiu aumentar o placar. Já aos 28 minutos do segundo tempo, Edílson marcou o gol corinthiano e empatou a partida. A partir daí, o alviverde teria que golear o Corinthians para sair com o título, deixando a taça ‘na mão’ dos alvinegros.
Dois minutos depois do gol, o autor do tento, Edílson, ‘o Capetinha’, pega a bola quase na lateral do meio de campo e ‘peteca’ algumas embaixadinhas. Toda a tensão daquele 1999 cheio de rivalidade encontrara o estopim. O resultado: uma briga generalizada no gramado do Morumbi.
Chutes para um lato, tapa na cabeça para outro e goleiro caindo no vestiário; a confusão marcou época. Perante tamanha violência, o árbitro Paulo César de Oliveira resolve encerrar o jogo com 75 minutos de disputa.
O Corinthians conquistava pela 23ª vez o título do Campeonato Paulista, torneio estadual que era o último daquele século.
Edilson planejou as embaixadinhas
Segundo Vampeta, meia corinthiano na época, Edílson planejou as embaixadinhas ainda no vestiário.
“Aquela confusão, aquelas embaixadinhas, foi tudo planejado. Eu me lembro que, durante um treino em Atibaia, o Edílson falou: ‘nós temos que devolver a gozação para os caras’. O Dinei falou ‘pô, então vamos imitar a Tiazinha, a Feiticeira’, porque era assim que o Paulo Nunes costumava fazer“, declarou Vampeta à Jovem Pan, que ainda explicou a ideia de Edílson.
“Daí o Edílson disse ‘isso aí não. Só me avisem quando estiver para acabar o jogo, que eu vou cruzar o campo fazendo embaixadinha, independentemente do placar’. E ele fez, o jogo estava 2×2, gritaram do banco que faltavam 15 minutos para acabar, e o Edílson fez as embaixadinhas. Aí o pau quebrou“, finalizou Vampeta.
Em participação no ‘Desimpedidos’, canal do YouTube, Edílson relembrou o fato, ainda em 2019.
“Eu fazia aquilo nos treinamentos. Eu sempre gostei de ficar petecando a bola, fazer embaixadinha. O Palmeiras tinha sido campeão da Libertadores na quarta-feira e a gente tinha ganhado o primeiro jogo de 3×0. O Palmeiras tinha que ganhar da gente de quatro, o que era muito difícil. Quando eles ganharam o jogo da Libertadores, ficaram dizendo que o Paulista não valia de nada, ‘Paulistinha’. Eles tem essa mania de ‘Paulistinha’”, disse o ex-jogador.
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