Diretoria do Clube não denunciou caso à DRADE e sugeriu que os jogadores o fizessem em particular; Sindicato dos Atletas de São Paulo levou o caso à Polícia Civil
Na noite do último domingo (13) a delegação do Corinthians foi surpreendida por membros de uma torcida organizada, enfurecidos, no desembarque no aeroporto de Guarulhos. Cenas de dedos em riste, berros, intimidação, ameaças morais e à integridade dos jogadores. Os atletas não foram atingidos fisicamente pois alguns correram para o ônibus e outros, como Cássio e Jô, foram fortemente protegidos por seguranças.
O Sport Club Corinthians Paulista não prestou queixa. Uma nota oficial no site do clube na manhã de segunda (14) repudiava o ocorrido. Segundo longa matéria nesta terça-feira (15), de autoria dos jornalistas Ana Canhedo, Leonardo Lourenço, Marcelo Braga e Victor Pozella, do GloboEsporte.com, dá conta de que a diretoria do Clube sugeriu aos jogadores que quisessem, procurarem a Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (a Drade) para Boletins de Ocorrência particulares. Ainda segundo o GE, nenhum boletim foi registrado.
Ontem, segunda-feira, o presidente do Sindicato dos Atletas de São Paulo, Rinaldo Martorelli, cobrou fortemente a diretoria do Corinthians e disse à Gazeta Esportiva, que “quem tem que zelar pela segurança do trabalhador é o empregador, ou seja, o Corinthians”. A entidade pediu à DRADE investigação e análise das imagens para apurar as responsabilidades. Além disso, solicitou e a Polícia Civil já montou uma estrutura para monitorar a situação e evitar novas agressões aos atletas.
A reportagem do GE conversou com pessoas ligadas aos atletas e da comissão técnica. Todos relataram pânico e insegurança. Uma delas, em anonimato, assustada com a agressividade dos membros da organizada, disse “só vai parar quando morrer alguém”.
Nas redes sociais não tem sido diferente. Janara Sackl, a esposa do goleiro Cássio, conhecida por ser corinthiana de infância e ter boa relação com a Fiel torcida, excluiu suas redes sociais na mesma noite das agressões do aeroporto, por conta de ameaças recebidas.
Na noite de ontem, terça (15) foi a vez da esposa de Fagner trazer a público uma mensagem dirigida ao seu filho, Henrique, de apenas 10 anos de idade, onde o autor ameaça invadir a casa do jogador após pênalti cometido por ele contra o Palmeiras, na última quinta (10). Em seguida o lateral também se pronunciou usando as redes sociais.
Foto: Reprodução Instagram
Cláudia, a esposa do atacante Jô, também se manifestou e, na legenda de uma foto com esposas de outros jogadores, escreveu uma longa reflexão sobre amor e respeito. A esposa do jogador também trancou suas contas nas redes sociais.
“Clamo por dias melhores. Para todos, inclusive os que atacam”, finalizou Cláudia.
O Corinthians está utilizando um avião fretado para ir jogar em outras cidades pelo Brasileirão. A segurança da delegação está sendo repensada e deve ser modificada.
O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, convocou coletiva para esta terça-feira (15), a partir das 14:30h. Não adiantou o assunto, mas espera-se que ele quebre o silêncio a respeito do ocorrido. Relatos de jornalistas presentes no aeroporto na hora do desembarque, dão conta de que o mandatário estava com a delegação, mas saiu por outro portão por um carro particular.
Pelas imagens transmitidas ao vivo pelo Programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, e nos vídeos que correm as redes sociais, membros da diretoria de futebol do Clube, como Vilson Menezes e Dr. Jorge Kalil, que saíram junto com os jogadores, foram poupados das intimidações.
A reportagem do GE ainda garante que nenhum jogador pretende deixar o Clube.
Por Nágela Gaia/Redação da Central do Timão
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