Primeiro herói popular do futebol brasileiro, Manuel Nunes nunca deixou o Corinthians, por quem jogava sem ganhar nada, apesar de ter propostas vantajosas de outros clubes
Em 1911 o Corinthians seguia em sua luta na várzea. Pobre, sem sede ou campo para treinar ou jogar, reunia dinheiro entre os jogadores e torcedores e alugava o Campo do Lenheiro para mandar suas partidas. Foi nesse cenário que César trouxe Manuel Nunes, o Neco, seu irmão mais novo para o Corinthians.
César era um dos 13 rapazes que ajudaram a fundar o Clube, foi o primeiro meia-direita, que depois “caiu” pro meio e é considerado o primeiro “Paredão” alvinegro. Neco era um menino e a partir dali, viveu o Corinthians em toda a sua intensidade. O defendeu como poucos, com valentia. Presente em todas as primeiras conquistas da equipe, sagrou-se campeão em 1914 e 1916, tricampeão em 1922-1923-1924 e novamente em 1928-1929-1930.
Foi jogador valente, técnico e temperamental, especialmente contra o Palestra. Neco não ganhava salários no Corinthians e emprestou dinheiro para comprar a segunda bola da equipe.
“Neco foi mais do que os fanáticos corinthianos acham: símbolo e primeiro ídolo do Corinthians, destacando-se nas primeiras décadas do século 20; um dos grandes atletas da seleção brasileira de 1919 e dos selecionados paulista e brasileiro”, diz Antonio Roque Citadini, em seu livro “Neco – O primeiro ídolo”.
Para os velhos corintianos, um dos maiores, talvez o maior, da história do clube do Parque São Jorge e por isso Manoel Nunes, o Neco, mereceu ser eternizado, ainda em vida, com seu busto nos jardins do Parque São Jorge.
Nascido no dia 7 de março de 1895, Neco, que marcou 228 gols com a camisa corintiana, faleceu no dia 31 de maio de 1977, em São Paulo (SP), sua cidade natal. Era craque e polêmico (indisciplinado algumas vezes), tinha facilidade para atuar como centroavante, meia-esquerda e ponta-esquerda. Dizem que ele era uma fusão de Tevez com Edmundo, devido à sua vontade de vencer, a sua técnica impressionante e o seu temperamento explosivo.
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Apesar de cobiçado por todas as outras equipes e receber propostas para ganhar altos salários, jamais deixou o Sport Club Corinthians Paulista, clube no qual jogou por 17 anos (de 1913 a 1930).
Pelo Timão, Neco fez 296 jogos e 228 gols. Foi campeão paulista em 1914, 16, 22, 23, 24, 28, 29 e 30 como jogador e em 1937 como técnico. Junto com Amílcar Barbuy, foi o primeiro atleta do Corinthians convocado para a Seleção Brasileira, e com ela conquistou duas Copas Américas: 1919 e 1922 e marcou nove gols.
Além de ser jogador, Neco foi também treinador do Corinthians em algumas passagens (1927 e 1937/38) e conquistou o título de 1937.
Nos tempos de crises, em 1915, enquanto o Corinthians não disputava torneios oficiais, num período que o clube quase fechou as portas, esteve emprestado ao Mackenzie e fez um “assalto” ao patrimônio do clube na calada da noite, guardando tudo em um lugar seguro, bem longe dos cobradores da penhora. Devolveu tudo depois, quando já não havia mais perigo do patrimônio ser confiscado.
Pouco antes de morrer confessou:
“Eu pagava 2.000 réis por mês para jogar no Corinthians. Quando não tinha, pegava com minha mãe. O Corinthians era pobre, como a sua gente, mas já era uma alegria. Depois dos jogos, a gente saía abraçado com os torcedores, íamos jantar na casa de um ou de outro, sempre de bonde.”
Neco faleceu em São Paulo, no dia 31 de maio de 1977, aos 82 anos.
Neste domingo, o Corinthians prestou homenagem a Neco por suas redes sociais.
Por Nágela Gaia / Redação Central do Timão
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Só faltou um busto para del debbio, Amílcar, tuffy esses também mereciam está homenagem. Aí o Corinthians vai e faz um busto pro Ronaldo goleiro. Pqp vergonha alheia !!! Só essa diretoria que contrata jogadores de MERDA para fazer busto para jogador “mais ou menos”!!!