Velório e sepultamento acontecerão em Monte Azul Paulista e será restrito aos familiares por conta da pandemia do novo coronavírus
Oswaldo Fumeiro Alvarez, conhecido popularmente por Vadão, faleceu na manhã desta segunda-feira (25), em decorrência de complicações relacionadas a um câncer no fígado, o qual acabou evoluindo para outros órgãos. O corpo de Vadão irá para Monte Azul Paulista, interior paulista, nesta tarde, onde será sepultado somente com a presença de familiares.
Diagnosticado com a doença em dezembro, quando estava fazendo exames de rotina, desde então, vinha realizando tratamento, mas foi internado no hospital Albert Einstein no último dia 12 por ter tido grande comprometimento do fígado e não resistiu ao tratamento de radioterapia.
O Corinthians emitiu, em seu site, uma nota de pesar pelo falecimento do ex-treinador.
“O Sport Club Corinthians Paulista lamenta o falecimento do técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, que comandou o Alvinegro durante parte da temporada de 2000. Desejamos muita força aos familiares e amigos do treinador, neste momento de luto e dor.”
Vadão tinha 63 anos, deixa sua esposa Ana Alvarez e dois filhos, Adriano e Carolina Alvares, que era assessora de imprensa do pai. O ex-técnico nasceu em 21 de agosto de 1956, na cidade de Monte Azul Paulista. Ele começou sua carreira como meia-esquerda nas categorias de base do Guarani e rodou por clubes como Noroeste, Catanduvense e Botafogo-SP. Se formou em Educação Física e acabou aceitando o convite para ser preparador físico da Portuguesa.
Iniciou seu trabalho como técnico no Mogi Mirim de 1991. Com o péssimo resultado no Paulistão de 1991, o presidente Wilson Fernandes de Barros radicalizou: reuniu um grupo apenas com jovens jogadores. Alguns das categorias de base do próprio Mogi Mirim, outros contratados de clubes de menor expressão.
Para comandar a garotada, o escolhido foi Vadão que era preparador físico da equipe. Ele foi convencido pela diretoria a assumir o comando técnico do Mogi Mirim.
Chamou a atenção o esquema tático utilizado por Vadão: o 3-5-2. Com o grupo que tinha em mãos, implantou um sistema de jogo com muita velocidade e que nenhum atleta guardava posição. Os três zagueiros, os alas em linha com os meias e os dois atacantes ainda chocavam muitos. A inspiração era o Carrossel Holandês, que imortalizou o Futebol Total da Holanda na Copa de 1974. A equipe, capitaneada por Rivaldo, Válber e Leto, porém, dava espetáculo a cada partida.
Seu último trabalho foi na Seleção brasileira feminina. Deixou o comando em meados do ano passado após a Copa do Mundo na França. Em suas duas passagens, Vadão conquistou duas Copas Américas (2014 e 2018), a medalha de ouro nos jogos Pan-Americanos de 2015, dois Torneios Internacionais, além de um quarto lugar nos Jogos Olímpicos do Brasil em 2016.
Exatos 45 dias após a traumática segunda eliminação para o Palmeiras nos pênaltis na Libertadores, que ocasionou a demissão do técnico Oswaldo de Oliveira, o Corinthians retomava sua rotina de jogos. O local escolhido: Paris, na França.
Foi lá, distante da Fiel, a estréia de Vadão como técnico do Corinthians. Convidado pelos franceses para a festa de apresentação do atacante Anelka pelo PSG, o Timão, totalmente desfigurado com a saída de vários jogadores campeões do Mundo, empatou com o Paris Saint-Germain, por 2X2, no Parque dos Príncipes, na capital francesa.
O time entrou em campo sem alguns craques da temporada anterior – como Dida e Edu já negociados, além de Fábio Luciano e Vampeta, que estavam na Seleção Brasileira. Edílson também já não era mais do grupo, esperando por uma proposta para deixar o clube após brigar com a torcida. Para compensar o previsível desentrosamento, Vadão esperava que o Corinthians explorasse o futebol solidário e competitivo.
Em campo se o atacante Diowara marcou duas vezes, o bom e velho Luizão também repetiu o feito e garantiu o empate corintiano em Paris. O que ninguém esperava era que o segundo semestre fosse tão penoso para o Corinthians, remontando a equipe em meio ao campeonato, e encerrando o ano com uma marca negativa, o maior jejum de vitórias da história do clube.
No comando do Timão, Vadão atuou em 21 partidas. Com apenas quatro vitórias, seis empates e 11 derrotas. Seu último trabalho foi na seleção brasileira feminina. Deixou o comando em meados do ano passado após a Copa do Mundo na França. Em suas duas passagens, Vadão conquistou duas Copas Américas (2014 e 2018), a medalha de ouro nos jogos Pan-Americanos de 2015, dois Torneios Internacionais, além de um quarto lugar nos Jogos Olímpicos do Brasil em 2016.
Veja os gols de PSG 2 x 2 Corinthians, partida que marcou a estreia de Vadão como técnico do Timão.
Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão
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