No Corinthians há pouco mais de três meses, António Oliveira, treinador da equipe, já se sente totalmente adaptado ao clube. O comandante corinthiano concedeu entrevista à ESPN e afirmou que sabia o desafio que encontraria no clube do Parque São Jorge, pois iria precisar encaixar suas características em um elenco que não ajudou a montar.
“A partir do momento que aceitei o convite, percebi o desafio que era. Se estivesse tudo bem, não estaria aqui. Qualquer treinador do mundo gostaria de estar nesta posição. É um clube grande, apaixonante, com uma torcida fantástica, que me faz todos os dias acordar com uma vontade enorme de servir esse clube. São os desafios que nos fazem crescer. Passados três meses e poucos, percebemos que há um crescimento. No contexto do futebol brasileiro, não há tempo para pedir tempo”, iniciou o técnico.
“Dentro dessas circunstâncias, existem formas de trabalharmos sobre o que é o nosso jogar. É olhar aquilo e a forma que queremos implementar, mas também olhar para as características dos jogadores que nós temos à disposição. Uma coisa é chegar no início e ver as características dos jogadores que melhor se encaixam no que nós queremos e outra coisa é chegar já com o elenco feito”, continuou.
“Acredito muito na repetição como base do nosso treinamento. Tenho tido o privilégio de ter os jogadores comigo e eles estão comprometidos com a causa, com uma vontade de aprender, competir. No Brasileirão, as equipes que mais ganham não são as que mais jogam, são as que mais competem. Temos de jogar, mas sem abdicar de competir”, finalizou.
António Oliveira ainda revelou seus planos para o Corinthians. O treinador português acredita que poderá atingir seus objetivos no clube assim que conseguir achar uma equipe “equilibrada”.
“Falo sempre em equilíbrios. É determinante para o resultado final. Jogar bem é estar equilibrado. São as equipes que conseguem estar mais tempo no campo defensivo do adversário e conseguem bloquear as transições. Quanto mais tempo estamos com a bola, menos o adversário consegue nos ferir. Cada vez que tiramos o espaço do adversário, vamos retirando confiança”, disse o treinador.
“(Jogar bem) É uma equipe que cria, que finaliza, mas que não deixa o adversário em nenhum momento nos ferir. Por isso minha definição para uma equipe que joga bem é ser uma equipe equilibrada”.
“Temos de atacar, temos de propor, mas não podemos desequilibrar. Somos uma equipe que procura a relação nos triângulos ofensivos, dentro da relação lateral, meia e ponta, sempre mantendo equilíbrio, olhar e perceber espaços, mas também as variáveis que o jogo nos dá. É um conjunto de situações. É um jogo mais organizado, com regras. Claro que tem regras ofensivas e defensivas, mas, principalmente, dou luzes em termos ofensivos, mas não vou barrar a criatividade”, continuou.
“Tem sido um dos grandes desafios perceber que sem movimento não conseguimos desmobilizar a estrutura do adversário. Isso tem a ver com os jogadores de frente que hoje se reuniram no Corinthians. Temos de cada vez mais criar relações entre eles. Tem sido desafio perceber que alguns são jogadores mais de atacar espaços, outros preferem a bola no pé”, finalizou.
Pelo Corinthians, António Oliveira já soma 25 jogos, sendo 13 vitórias, sete empates e apenas cinco derrotas. Além disso, são 32 gols marcados, contra 14 sofridos, somando um saldo de gols de 18 gols. O técnico ainda disputa a liderança do grupo na Copa Sul-Americana na próxima terça-feira, 28, contra o Racing-URU e está classificado para as oitavas de final da Copa do Brasil. No Campeonato Brasileiro a situação é um pouco mais delicada: O Timão tenta se distanciar da zona de rebaixamento após um mau início na competição.
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