A data de 06 de fevereiro de 1955 marca profundamente a história do Corinthians e da cidade de São Paulo que fazia 400 anos. Naquele dia, no Pacaembu lotado, o Corinthians derrotava o rival Palmeiras, em um Derby que valia o título do Campeonato Paulista de 1954. A taça do IV Centenário era de enorme representatividade para os paulistanos. Todos os times a desejavam.
Nenhum Derby gerou um título tão importante para o corinthiano – orgulho e embaixadinhas de Edílson à parte. Já no primeiro encontro dos rivais pelo Paulistão, em outubro/54, uma partida eletrizante no Pacaembu. Com 25 minutos, os rivais alviverdes já tinham feito 2×0 no placar. Não contavam com Luizinho ainda mais iluminado naquele dia, empatando com dois gols e Baltazar, aos 28 do segundo tempo, decretando a virada por 3×2 e a vantagem de quatro pontos sobre os rivais na liderança
Quatro meses depois, em 6 de fevereiro de 1955, viria a final. O empate era o suficiente para o título do Timão. O Palmeiras precisava da vitória a qualquer custo e ainda torcer por uma combinação de resultados na rodada seguinte, quando o Corinthians pegaria o São Paulo.
O presidente do Palmeiras então, contratou um pai de santo, que os mandou jogar com uniforme azul. Não deu certo. O time de Osvaldo Brandão não tomou conhecimento dos, então, “celestes” e decidiu o jogo no Pacaembu. Logo aos 10 minutos, Luizinho abriu o placar de cabeça, do alto do seu 1,64 m, aproveitando um cruzamento de Cláudio. Os palmeirenses partiram para a pressão e empataram com Nei no início do segundo tempo. A partir daí, a defesa corintiana suportou o sufoco, sobretudo o goleiro Gylmar, então com apenas 23 anos, assegurando a importante taça com uma rodada de antecedência.
Esse título encerrou um dos períodos mais gloriosos da história do Corinthians, quando conquistou, entre outras dezenas de títulos sem tanta expressão, de 1951 a 1955, três títulos Paulistas, três do Rio-São Paulo e seu primeiro grande título internacional, a Pequena Taça do Mundo, vencida em 1953, na Venezuela, passando por cima do poderoso Barcelona.
A Taça do IV Centenário consagrou uma verdadeira geração de ídolos, liderada por Luizinho, Cláudio, Baltazar, Idário e Goiano, Gylmar e Roberto Belangero.
Foi a maior equipe da história do clube. Luizinho, Cláudio e Baltazar – três dos jogadores que possuem bustos na sede do clube, no Parque São Jorge. Na verdade, as estatísticas mostram que essa não apenas foi uma das maiores equipes da trajetória do Timão ou do Brasil, mas sim da história do futebol mundial.
Entre 1950 e 1955, o Corinthians disputou 289 jogos, com 192 vitórias (66,44%), 53 empates (18,34%) e 44 derrotas (15,22%), totalizando um aproveitamento de 75,60%. Ainda marcou 784 gols no período (2,713 por jogo) e sofreu 408 (1,412 por jogo), com um saldo de gol de 376 tentos (1,301 por jogo).
O título do IV Centenário sacramentou o domínio do Corinthians em um dos períodos mais disputados do futebol brasileiro e permaneceu como a mais importante do clube por, pelo menos mais 22 anos, quando em 1977, Basílio encerrava o jejum diante da Ponte Preta.
Neste sábado (06), a partir das 14h, o Departamento Cultural do Corinthians promoverá uma live em homenagem ao título que completa 66 anos.
A transmissão será feita pela #CorinthiansTVPlay. Clique aqui para acompanhar.
Estarão presentes na live: o jornalista e professor Celso Unzelte, Fernando Wanner, do Departamento Cultural do Corinthians. Também participarão de parentes de jogadores já falecidos, como Baltazar, Carbone e Gylmar, e ainda de um parente do ex-presidente Alfredo Ignácio Trindade (também falecido).
Além deles, Jackson Nascimento, ponta-esquerda do time, que marcou 10 gols no ataque dos 103 gols também tem presença garantida. Jackson é o mais velho ex-jogador do Corinthians vivo, com 96 anos (ele nasceu em 24 de agosto de 1924).
2019 @ Central do Timão - Todos os direitos reservados