O goleiro Felipe chegou ao Corinthians em 2007 após se destacar pelo Bragantino, que, naquele ano, chegou às semifinais do Campeonato Paulista. Logo virou titular, mas, apesar das boas atuações no Campeonato Brasileiro, não conseguiu evitar o rebaixamento. Em 2008, seguiu como destaque do time na campanha do vice da Copa do Brasil e do título da Série B.
Campeão Paulista, da Copa do Brasil e da Série B com o Corinthians, Felipe deixou o Corinthians em 2010 após um atrito com a diretoria, em especial com o presidente Andrés Sanchez. Uma década depois, o goleiro que hoje atua no Botafogo da Paraíba, em entrevista a Espn Brasil, fala sobre a saída conturbada do time que o projetou para o cenário nacional.
Em 2009 teve seu melhor ano no Corinthians com os títulos Paulista e da Copa do Brasil, mas a situação no clube começou a ficar insustentável a partir de 2010, durante a parada para a Copa do Mundo. Felipe foi acusado de forçar uma saída para o Genoa, da Itália, e depois de discussões públicas com Andrés Sanchez acabou deixando a equipe rumo ao Braga, de Portugal. O carinho pelo Corinthians não mudou, mas hoje o goleiro de 36 anos acredita que muita coisa poderia ter sido feita diferente.
“Igual em 2007 dificilmente vai ter. O elenco não era nível do Corinthians, mas depois o Corinthians ganhou tudo. Corinthians é oito ou oitenta. Torcida pressiona. Quando você joga no Corinthians, você consegue jogar em qualquer lugar. Se não tiver personalidade forte e suportar pressão, não irá jogar”, disse o goleiro.
“Eu me orgulho de ter jogado para as duas maiores torcidas do país e ter conquistado títulos. Não são muitos que conquistaram isso. O que me marcou negativamente foi a saída do Corinthians, a briga com Andrés, poderia ter sido diferente. Você brigar com presidente do clube… Hoje, com a cabeça melhor, você pensa que poderia ter sido diferente. Tive uma discussão em rede nacional com o presidente”, recorda Felipe.
“Apareceu uma proposta em 2010, antes da Copa, a diretoria aceitou naquele momento. Seria proposta de empréstimo e era o Genoa, da Itália. O professor Mano (Menezes) foi o único a falar que não era decisão boa. A Itália não foi bem naquela Copa, a lei mudou, de cinco estrangeiros caiu para três, aí não quiseram gastar uma vaga com goleiro. Quando voltei, fiquei com a imagem que havia forçado, passei a treinar separado por uns quatro meses e houve o problema com o Andrés”, acrescentou.
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Mais maduro, Felipe acha que poderia ter levado sua carreira para um rumo diferente, mas também ressaltou o orgulho que tem do que fez nos gramados.
“Conquistei título com Ronaldo Fenômeno e joguei um pouco com o Roberto Carlos. Foi ótima experiência. Você pensava: ‘o cara deu a Copa de 2002 para a gente’. Treinava finalizações, pênaltis, você via as cicatrizes no joelho dele, foi fantástico trabalhar com esses caras, ver o que fazem. São acima da média. Trabalhei com Ronaldinho Gaúcho, no Flamengo. Poderei contar que joguei com esses jogadores”, concluiu.
Felipe atuou com a camisa alvinegra em 193 partidas, de 2007 a 2010. Mesmo com o rebaixamento, foi indicado ao Prêmio Craque do Brasileirão em três categorias: craque da torcida, melhor goleiro e revelação do campeonato.
Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão
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