Crescimento impactante no número de casos de violência doméstica motivou a promotora de Justiça Gabriela Manssur a criar um instrumento de orientação e informação à mulheres que estão confinadas com seus agressores
Mais uma vez a campanha “Respeita as minas” é utilizada pelo Corinthians. A campanha que ultrapassou os muros do Parque São Jorge e ganhou o mundo em defesa da mulher, retorna dessa vez, em socorro às mulheres vítimas de violência doméstica.
Conforme denunciou o Ministério Público de São Paulo, durante o mês de março houve um crescimento de 30% na quantidade de casos de agressão à mulher.
Segundo o MP, no primeiro mês de confinamento foram decretadas 2.500 medidas protetivas com caráter de urgência, contra 1.934 em fevereiro. Também subiu o número de prisões em flagrante por violência doméstica, de 268 contra 177 no mês anterior, segundo dados do portal G1.
O Corinthians se une ao projeto “Justiceiras”, idealizado pela Promotora de Justiça Gabriela Manssur. O projeto já atendeu 150 vítimas desde 24 de março e tem como objetivo eliminar a dificuldade no deslocamento para buscar ajuda e contribuir com as informações necessárias para que a mulher possa denunciar o agressor.
A promotora Gabriela Manssur, que já esteve no ano passado na Arena Corinthians participando de um debate sobre violência doméstica, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, explica a importância do projeto.
“É um trabalho para informá-las e orientá-las. Afinal, as vítimas de violência estão em quarentena, dentro de casa, vigiadas pelo agressor e precisam de respostas para as perguntas mais básicas: ‘O que fazer?’, ‘Quem devo procurar?’, ‘A quais locais devo me dirigir?’, ‘Consigo resolver tudo sem sair de casa?’”, afirma a Promotora.
Segundo Gabriela, o isolamento social, a presença das famílias dentro de casa e as dificuldades financeiras são fatores que favorecem o aumento dos casos. O MPSP relatou que apenas entre os dias 17 e 25 de março foram 985 denúncias feitas, contra 829 ocorridas nas duas primeiras semanas do mesmo mês.
“Nós já temos em várias cidades boletim de ocorrência online, e eu já fiz um fluxograma de orientação para as voluntárias de como abri-lo, em caso de necessidade. Para solicitar ajuda, a vítima entrará em contato pelo WhatsApp e preencherá um formulário com suas necessidade e o apoio que procura. Em seguida, ela será encaminhada para uma voluntária especializada”, explica.
Segundo Gabriela, a crise do coronavírus não afetou as medidas protetivas de urgência, que podem ser solicitadas pela vítima à delegacia de polícia ou por meio do Ministério Público. Por lei, um juiz deve analisar o pedido em até 48h.
• Acionar pelo WhatsApp o Projeto Justiceiras (11) 99639-1212
• Boletim de ocorrência online
• A Defensoria Pública de São Paulo mantém atendimento à distância em casos de violência doméstica pelos números: (11) 94220-9995 e 0800-7734340
• Também é possível entrar em contato com o Ministério Público de São Paulo pelo número: (11) 3119-9000
• É possível ser atendida pessoalmente em Delegacias de Polícia e Delegacias de Defesa da Mulher
• A Casa da Mulher Brasileira oferece atendimentos presenciais e funciona 24 horas por dia. R. Viêira Ravasco, 26, Cambuci, São Paulo. Telefone: (11) 3275-8000
• Existe também o serviço Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher. Este é um serviço do governo federal que auxilia e orienta mulheres vítimas de violência. As ligações podem ser feitas gratuitamente.
Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão
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