Para 16 equipes, lei daria maior liberdade de negociação com as emissoras e o futebol abriria espaço para outros investidores
Dezesseis clubes brasileiros lançaram, nesta quinta-feira (16), um manifesto a favor da Medida Provisória 984. O documento tem como principal item a transferência do direito de arena ao clube mandante da partida, sem a necessidade de acordo com a equipe adversária.
Segundo o manifesto, a nova medida evita os “apagões” de transmissões que ocorreram na última edição do Campeonato Brasileiro. Em 2019, a divisão de direitos entre SporTV e Esporte Interativo deixou uma série de partidas do torneio sem exibição.
Outro argumento é que, com o direito de arena concedido ao clube mandante, há uma motivação para que os clubes se unam, em alinhamento ao que acontece nas principais ligas de futebol do mundo.
“Com a MP, quanto mais os clubes estiverem unidos, mais vão ganhar”, afirma o texto.
O documento ressalta ainda que deverá haver um aumento na concorrência pelos direitos de transmissão e, com isso, o futebol abriria espaço para outros investidores.
O texto foi assinado por Athletico Paranaense, Atlético Goianiense, Atlético Mineiro, Bahia, Ceará, Corinthians, Coritiba, Flamengo, Fortaleza, Goiás, Internacional, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, Sport e Vasco.
Dos 20 clubes da atual Série A do Campeonato Brasileiro, apenas Botafogo, Fluminense, Grêmio e São Paulo não assinaram.
Por fim, os clubes pedem a transformação, imediata, da Medida Provisória 984 em lei.
“Por que os Clubes apoiam a MP 984 e a criação da Lei de Democratização das Transmissões de Futebol
1. Porque o torcedor é diretamente beneficiado. A MP acaba com os “apagões”, isto é, os jogos sem nenhuma transmissão, que ocorriam quando um canal tem o direito de um time e outro canal tinha o direito do outro. A situação anterior impedia, por exemplo, que mais da metade dos jogos do Campeonato Brasileiro fossem exibidos na TV fechada. Com mais partidas sendo exibidas, teremos um futebol mais democrático, mais acessível e mais barato.
2. Porque ela empodera os clubes a negociar seus direitos e incentiva a união entre as equipes. Esse formato prevalece nos principais mercados de futebol do mundo. O Brasil está pronto para esse passo libertador, que certamente será o ponto de partida para outros aprimoramentos. Com a MP, quanto mais os clubes estiverem unidos, mais vão ganhar.
3. Porque a concorrência vai aumentar. O modelo que vigorava no Brasil gerou concentração do futebol nas mãos de poucos investidores. Consequentemente, não alcançou todo o seu potencial e ainda gerou distorções no seu modelo de distribuição. A MP viabiliza a entrada de novos investidores no mercado, sem afastar os atuais, aumentando a disputa. E isso é bom para os clubes e melhor ainda para o torcedor.
4. Porque devemos seguir o exemplo de quem fez e deu certo. A legislação anterior tinha mais de 50 anos e não refletia uma forma moderna de negociação dos direitos esportivos. A ampliação de investimentos gera aumento de receitas para os clubes, viabilizando a manutenção dos nossos craques por mais tempo no país, além do investimento em estrelas internacionais.
EM RESUMO
Os torcedores ganham com o fim dos apagões de jogos, com mais craques em campo e com um melhor espetáculo no Brasil. Os clubes ganham com mais liberdade e receitas. E o país ganha com os clubes mais sólidos financeiramente, maior geração de empregos e crescimento de impostos pagos aos governos.
Por todas estas razões, APOIAMOS a MP 984/2020 e pedimos a sua CONVERSÃO imediata em Lei!”
Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão
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