O ex-técnico do Corinthians, Fábio Carille, hoje no Al-Ittihad, concedeu entrevista ao canal do jornalista Chico Garcia, no Youtube, nesta sexta-feira (25).
Carille, que está voltando ao Brasil na próxima semana junto com um grupo de 180 brasileiros, devido à pandemia do coronavírus Covid-19, não abriu mão de falar sobre sua relação com o Corinthians. Declarou que pode voltar ao clube, porém não descartou trabalhar em rivais. Lembrou o período em foi campeão desde 2017 e falou abertamente sobre os erros que acha que cometeu no Timão no ano passado e sobre jogadores que pediu e não vieram.
Questionado se faltaram, na equipe, jogadores que levassem a campo suas ideias de jogo, Carille afirmou que sim.
“É até um problema que está tendo hoje. Eu até vejo o Tiago (Nunes) dando declarações, buscando jogadores de profundidade. São jogadores que hoje não tem muito no mercado. É difícil. A situação financeira do clube não já é boa há um tempo. A diretoria tentou, insistiu. Independente da forma de jogar, se é mais atrás ou mais à frente, tem características que são importantes para qualquer forma de jogar, e faltava.”
“Era um time que gostava de buscar muito a bola no pé e isso são características. Não é problema, são virtudes, jogadores que sabem o que fazer com a bola. Mas faltava aquele que atacava espaço, que buscava incomodar. E não deu liga, houve vários jogos que não conseguíamos trocar três passes”, declarou Carille.
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Levantada a questão se os times ofensivos, montados por Jorge Jesus no Flamengo e Sampaoli no Santos, dobraram as exigências do torcedor e prejudicaram seu trabalho no Corinthians, o treinador negou. Após elogiar ambos os técnicos, Carille observou que os elencos de Flamengo e Santos eram capacitados e com todas as peças necessárias ao esquema de jogo proposto por seus treinadores.
“Eu digo que o Corinthians de 2019, se tivesse duas peças pontuais, iria potencializar o time todo. São peças que chegam e que vão potencializar o restante do grupo”.
Em resposta às críticas de ser um técnico retranqueiro, o técnico pontou:
“É a questão da memória curta. Em 2017 não era o time que ficava mais com a bola, porém é o time que mais trocou passes no Campeonato Brasileiro. Então, não dá para entender. Aí você pega 2018, que o Jô saiu e não conseguimos encaixar com o Kazim, acabamos fazendo um 4-2-4, vários gols ficando 30, 40, segundos, um minuto e 20 segundos com a bola, contra o Palmeiras. Se criou uma ideia de posse de bola e entrar com ela no campo adversário.”
“Aconteceu isso lá trás, de jogar mais à frente, de ter jogadores para isso. Em 2019 não aconteceu. E outra, o que foi implantado no Corinthians, principalmente por mim em 2017, foi só a continuidade daquilo que eu vi que deu resultado. De todos os anos que eu estou no Corinthians, só vi o time jogar para frente em um semestre, que foi o Brasileiro de 2015.”
Por Redação da Central do Timão
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