Nesta quinta-feira (12), o Corinthians foi notificado extrajudicialmente pela Caixa Econômica Federal, pela falta de pagamento das parcelas da Arena Corinthians junto ao banco.
O Corinthians pegou um empréstimo com o BNDES, através da Caixa, de 400 milhões e há algumas garantias de pagamento que envolvem a Construtora Odebrecht, e partes do Parque São Jorge. Vamos tentar esclarecer algumas dúvidas que torcedores têm a respeito dessas notícias tão desencontradas:
Calote proposital
O não pagamento das parcelas cobradas pela CEF foi proposital e Andrés já havia alertado os conselheiros do Corinthians, em fevereiro de 2019. O “calote”, segundo ele, seria uma forma de pressionar o banco a renegociar os valores de parcelas e juros, que ele considera abusivo;
Notificação não é execução
A notificação da Caixa, ontem, foi extrajudicial, ou seja, não há nenhum risco, por hora, do Corinthians ter sua dívida ser executada, e consequentemente o clube perder algum pedaço do Parque São Jorge, como está no contrato com a CEF.
Por que parte do Parque? A especulação imobiliária no Tatuapé está em alta, e aquela região é muito valorizada. Há uma projeção de que o terreno total do Parque São Jorge esteja avaliado em 4 a 7 bilhões de reais. Dá para desmembrar, basta a Caixa aceitar, mas, na prática, é uma equação difícil. O Parque São Jorge em si, paga a dívida. E ainda sobra. Essa parte do Parque São Jorge foi avaliada em 400 milhões, que é o valor do contrato. A notificação serve como prova de uma tentativa da Caixa em negociar. Entretanto, o Corinthians, em tese, não cumpriu os itens contidos na notificação, que servirá de base para o ingresso na justiça;
Prazo para resposta do Clube
Não há uma previsão exata na notificação para que o Corinthians responda sobre a cobrança. Em casos como esse, geralmente há um prazo de 20 dias, mas não é certo;
Pagamento de parcelas congelado
Com a judicialização do acordo, o Corinthians, pode sim, congelar o pagamento das parcelas que estão em contrato até que o caso seja resolvido. Aí está o segundo motivo para o Andrés deixar de pagar as parcelas;
Arrecadação da Arena
Uma das questões mais intrigantes desses imbróglios no financiamento da Arena Corinthians é para onde vai o dinheiro da arrecadação dos jogos. Toda a renda do estádio vai para o Fundo que administra o estádio, gerido pelo próprio Corinthians em parceria com a Odebrecht e a Caixa. Quando não há pagamento de parcela, o dinheiro fica retido no fundo e não pode ser usado pelo Clube para outra finalidade, senão, manutenção da própria Arena;
Prejuízo da imagem
É sempre muito ruim levar a fama de mau pagador, principalmente quando é um grande clube. O Corinthians busca patrocínios, Naming Rights e parceiros de negócios para transformar a Arena em um negócio rentável. Esse tipo de notícia só afugenta um possível investidor.
Créditos: Informações jurídicas Dr. Cesar Ferreira, advogado
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