Em meados da década de 80, um menino se encantou ao ver um time de garotos com idades semelhantes envergando um manto listrado em preto e branco com o escudo mais belo que ele já viu. Ah, ele já não tinha dúvidas que ali nascia uma paixão, ele não tinha dúvidas que era aquele manto que queria vestir por toda vida.
Em 1988 esse mesmo menino, aos 11 anos e aproveitando a final do campeonato paulista, resolveu fazer sua própria camisa. Pediu à mãe, costureira, que fosse a uma loja e comprasse, mesmo que barato, um tecido na cor branca e tintas preta e vermelha. Com muito esforço e uma certa bronca após tanta insistência, a mãe atende ao desejo do filho.
A ansiedade aumentava à medida que o menino via o pano tornando-se manto na máquina de costura. Após a conclusão, mãos à obra para a segunda parte. Cada detalhe era importante, do escudo ao patrocinador. As tintas e o pincel na mão daquela criança em uma simbiose perfeita. E ali nascia sua primeira camisa do Corinthians e com ela o desejo de não parar de usá-la, a tal “segunda pele”.
Quatro longos anos se passaram… O sonho daquele menino era, enfim, possuir um manto oficial do seu time de coração, o mesmo que seus heróis vestiam ao ir para as batalhas. Ele sabia que ao usá-la se sentiria como se fosse um deles.
Com certa tristeza o menino desabafou com um amigo, flamenguista, que gostaria muito de ganhá-la como presente de aniversário, mas como a situação financeira estava complicada, dificilmente seus pais lhe dariam. Até que em 1992, véspera de seu aniversário de 15 anos, o amigo lhe convida para ir buscar uma amiga que o aguardava.
Convite aceito e ao chegarem ao local, uma loja de materiais esportivos, nada da amiga. Ele pede ao vendedor uma camisa do Corinthians. O moleque a recebe de suas mãos e encantado a pega, a sente e a veste. Seu amigo então lhe fala: “Essa é a amiga que estava lhe esperando. É sua. Parabéns! Muitos anos de vida! Não tenham dúvida que esse foi o melhor presente de aniversário que aquele menino ganhou.
Ela foi sua grande amiga durante muito tempo. Onde estava um, estava o outro. Mas o tempo é implacável e, por vezes cruel. O tempo passou desde aquele dia. Seu amigo e sua amiga, infelizmente, não estão mais aqui.
E aquele menino que sonhava em ter uma única camisa oficial do Timão, hoje possui uma pequena coleção (inclusive com o manto de 2017 dado de presente pelo próprio S.C.Corinthians Paulista). A saudade, boas lembranças, e gratidão eterna a alguém que fez a diferença e tornou seu dia inesquecível… Julio Cézar, meu amigo flamenguista, que saudade de você.
Nesse atual momento de crise em que uma grande parte das pessoas precisam de nossa ajuda, nosso carinho, nossa doação, vamos cultivar o amor, vamos nos doar, façamos o bem, tornando inesquecível o dia de alguém. Que sejamos lembrados com carinho. Afinal, essas lembranças marcam nossa existência.
Um grande abraço a todos. Vai, Corinthians!!!
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Essa foi a camisa que eu aprendi a torcer pelo timão, a mais clássica. 😍😍😍👏🏾👏🏾👏🏾