Final do Campeonato Paulista 2020. Palmeiras 0x1 Corinthians com o rival jogando pelo empate. 35 minutos do segundo tempo. O sufoco é gigantesco, a pressão terrível do adversário que joga para conquistar o título que não lhe vem há 12 longos anos e para atrapalhar o inédito tetra do Timão. É preciso alguém ali para impedir as ações do adversário, aquele jogador que imponha respeito, que ajude o miolo de zaga a respirar. Tal qual Dunga na Copa do mundo de 2010, que via a eliminação batendo à sua porta e não tinha alguém de confiança, Tiago Nunes olha para o banco e vê o jovem Richard como única opção.Nessa hipotética ocasião a figura de um Ralf fará muita falta.
Jogador acostumado a decisões, cascudo, que nunca temeu adversário ou nomes, que joga uma final como se tivesse disputando um racha, que marca um Neymar como se marca um Zé Ninguém. Mas isso ainda não é o pior… Como se não bastasse o atleta tinha contrato com o clube até o final deste ano. Porém, após sua dispensa, já existem informações que o mesmo poderá ser emprestado com o Corinthians bancando seu salário ou parte dele. No final do contrato sairá gratuitamente. Prejuízo técnico e financeiro à vista.
Ralf é apenas um exemplo de como boa parte de nossos jogadores saem em situações semelhantes. Outros vão embora sem ao menos terem a oportunidade de mostrarem a que vieram, caso do “craque” Luidy. A arrecadação com vendas de jogadores é baixíssima, muito por conta dessa situação de empréstimos (se posso pegar emprestado por que compraria?) e principalmente devido à falta de qualidade técnica de muitos do atual elenco (quem vai arriscar perder dinheiro em jogadores duvidosos tecnicamente?)
Mas temos uma salvação! Chama-se BASE. Mas, é bom lembrar que a maioria desses jogadores da nossa base com 17, 18, 19 anos já possuem empresário que foi quem os indicou ao Corinthians e que em uma futura negociação vai abocanhar mais da metade da fatia, ficando o clube que os projetou com as migalhas.
Os que chegarem aos 20 anos e não forem aproveitados, na mesma situação dos demais, ou serão emprestados até findar o contrato e com salários pagos pelo clube ou sairão de graça. Situação complicada, não?O que faremos? Vamos torcer, oras! E sem reclamação. Trouxeram o que deu, pedindo dinheiro emprestado ao parceiro que um dia terá que devolver, sabe-se lá como, mas terá. Ou acham que alguém dará alguma coisa de graça?
Não adianta culpar Damãe, Datia ou Davó. Se o Corinthians me fizer uma proposta até eu apareço por lá (Será que se eu recusasse a oferta, a diretoria faria uma nota oficial com um “Valeu, Marcelino”?).
E por falar em Davó… Eu tô fechado com você, irmão, mesmo sabendo que entrará em 2 ou 3 jogos contra times do interior faltando 10 minutos para acabar, não fará os milagres, digo, gols que esperam que você faça e no segundo semestre veremos você ser emprestado para um Oeste da vida visando as disputas da Série B do Brasileiro. Não é difícil prever já que é um roteiro bem conhecido por toda a Fiel torcida.
E assim começamos nosso 2020. Oremos.
Nos vemos novamente em breve. Grande abraço a todos e… Vai, Corinthians!
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Marcelino Rocha, 42 anos, casado com uma loira linda e pai de uma princesa.
Cearense de Fortaleza morando em Brasília-DF há 32 anos, um verdadeiro “cearango”. Representante da Fiel torcida na segunda edição do game show Fanáticos do Esporte interativo em 2017. Escreve na Central do Timão desde sua existência. Apenas mais um louco entre esses 30 milhões.
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