Nos últimos tempos, um novo termo tomou conta do futebol: ‘cruzeirar’. A expressão surgiu do Cruzeiro Esporte Clube, equipe da elite do futebol brasileiro que viu a tranquilidade ruir por conta de abusos e de excessos na administração financeira. O final da história está ainda no começo, e um caminho de dívidas e resultados esportivos negativos se desenha na frente do time.
Ainda em 2019, a Rede Globo lançou uma matéria no Fantástico sobre irregularidades na condução das finanças do clube. Com os avanços das investigações, o público pôde ver uma série de escândalos na administração da equipe. Membros da diretoria teriam gasto mais de dois mil reais em uma casa de entretenimento adulto em Portugal; tudo com o cartão corporativo do Cruzeiro.
Além disso, a equipe teria feito contratos muito mais caros do que conseguiria pagar, inflando sua folha salarial e dando a falsa ideia de um clube organizado e vencedor de títulos. Quando a bolha estourou e os problemas vieram à tona, o resultado negativo não demorou a acontecer: o clube caiu para a Série B do Campeonato Brasileiro.
Trajetória do Cruzeiro à parte, chegamos na definição: o que de fato é ‘cruzeirar’? Sem verbete no dicionário, podemos categorizar o novo termo como uma condução irresponsável e suspeita dos recursos financeiros de um clube de futebol. Logo, gastar mais do que se pode arrecadar e lotar a folha salarial sem nenhuma condição de arcar com os custos faz parte do ‘cruzeirar’.
Além do mais, o termo não faz jus apenas à administração desastrosa, mas sim à postura dos dirigentes. Manter a soberba e tentar fingir que está tudo bem, mesmo com as contas do clube clamando por salvação, faz parte de ‘cruzeirar’. Contratar jogadores por 30 milhões de reais enquanto acumula déficits ano após ano também entrou no escopo da palavra ‘cruzeirar’.
Trazendo para o dia a dia do torcedor, ‘cruzeirar’ seria comprar um carro 0 de R$ 80 mil reais, mesmo com todas as contas atrasadas, como parcelas do financiamento da própria casa e carnês em lojas de móveis. Para além disso, fazer festas caras para os amigos e não admitir problema algum, sempre mostrando que está tudo bem.
A conduta aqui explicada poderia ter ‘estourado’ em vários clubes brasileiros. Daria para utilizar um ‘Corinthianizar’? Ou quem sabe ‘São Paulinar?’. Porém, acabou caindo nas mãos do Cruzeiro mesmo, e daqui para frente ouviremos muito ‘cruzeirar’ ainda, prepare-se.
Leia mais:
+ Volta do futebol? Veja os problemas que atrapalham o retorno do Paulistão
+ Futuro de Romarinho decidido; confira o destino
Por: Gabriel Gonçalves / Redação Central do Timão
2019 @ Central do Timão - Todos os direitos reservados