No último domingo, 17 de novembro, o Corinthians recebeu o Internacional pela trigésima-terceira rodada do Brasileirão. Além da notabilidade por marcar a briga por uma vaga à Libertadores (ou à pré-liberta), a partida trouxe um encontro já manjado, mas ainda bem controverso, Guerrero e Fiel.
O centroavante peruano de alta estatura e força notável chegou em 2012 para assumir a camisa nove do Timão. Pelo alvinegro do Parque São Jorge foram 54 gols. Dois deles não saem da história corinthiana por nada nesse mundo. Afinal, foram justamente na conquista do planeta. A saída em 2015, mesmo como artilheiro e um dos principais destaques do time, foi bem conturbada. Declarações aqui e ali, promessas e falta de concórdia. Por um salário maior, Guerrero pegou a ponte rio-sp e foi para o Flamengo. De lá pra cá, nunca mais foi o mesmo GUERRERO com letras maiúsculas. Bons jogos esporádicos, muita presença física em campo, participações importante pela sua seleção, polêmicas e acusações de doping. No mais, nada além. Toda vez que pisa na Arena Corinthians fica aquela sensação de “ídolo, pero no mucho”. Muitos nem o consideram assim, pois, a idolatria envolve postura, amor e paixão; itens que faltaram a Guerrero. Diria que nem por mal, ele foi profissional no significado total da palavra e não passional, como sempre esperamos. Para tantos, foi apenas um bom colaborador, que desempenhou bem seu trabalho enquanto recebeu salários generosos. Para os próximos do jogador foi uma escolha. Afinal, é normal sair para ganhar mais, né? No mundo corporativo é comum e até esperado. Ninguém fala disso em escritórios, lojas e escolas.
Porém, no futebol é diferente. A loucura de gols importantes e a entrega dentro de campo cria uma relação de proximidade maior do que qualquer outro negócio. O jogador não é um funcionário, mas um guerreiro – com o perdão do trocadilho -, um construtor de sonhos que se dedica cem por cento à instituição. Mas nem sempre é assim, nem dá pra ser. As relações trabalhistas são mais densas e complexas do que a paixão. A dor da incompreensão de não entender o por que, pensar que “estava tudo bem aqui” ou “era ídolo” cria uma ideia de mercenário no futebol. O resultado? Vaias, berros e negações. Mais do que em qualquer outro lugar. Dificilmente alguém vai na porta da Danone xingar o funcionário que saiu da Itambé. Não é assim quando o Figo vai do Barça pro real. Nem com o Ricardinho do Corinthians para o São Paulo.
E a prova disso, torcedor, foi você olhando para o título desse texto e pensando “o quê? Guerrero no Corinthians? Tá maluco, fiel?” Pois é, a paixão faz isso.
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