Fim de mais uma temporada modesta do Corinthians. A segunda consecutiva em que o clube do Parque São Jorge é mero coadjuvante nas competições mais importantes. Foi mais tranquilo que em 2018, quando o clube correu riscos de rebaixamento. E só.
O mais fanático dirá:
“- Pô, Cesar, pega leve. O Corinthians foi tricampeão paulista depois de 80 anos.”
E eu responderei:
“- Comemorei muito. Até chorei de emoção, mas o fato é que o Campeonato Paulista só vale pela rivalidade. Nada mais que isso. Ele não define se o ano do clube é bom ou ruim.”
Em 2019, o Corinthians fez 78 jogos, com 30 vitórias, 27 empates e 21 derrotas. Fez 87 gols, sofreu 70.
Campeão Paulista, Eliminado nas Oitavas de Final da Copa do Brasil com duas derrotas para o Flamengo, eliminado na Semifinal da Sul-Americana pelo Independiente Del Valle do Equador e classificado para a Pré-Libertadores através de um 8º lugar no Campeonato Brasileiro com aproveitamento de 49,1%.
Apenas para efeitos de comparação, em 2018, o Corinthians fez 77 jogos, com 31 vitórias, 18 empates e 28 derrotas. Fez 87 gols, sofreu 68.
Campeão Paulista, Vice-Campeão da Copa do Brasil, eliminado nas Oitavas de Final da Libertadores pelo Colo-Colo e 13º lugar no Campeonato Brasileiro com um aproveitamento de 38,6%, apenas dois pontos a frente do 17º colocado.
Voltando a 2019, em momento algum do ano, o Corinthians teve um time. Sempre faltou alguma coisa. Ora um zagueiro mais qualificado, ora um meia-armador, ora um volante de infiltração. Vários jogadores foram testados nestas posições e nenhum agradou. Faltou qualidade nas posições citadas. O Corinthians preferiu a contratação em forma de “baciada” que a contratação certeira.
Exemplo: O Corinthians contratou Júnior Urso, Ramiro, Richard, Sornoza e Régis para o meio. Urso teve bons momentos no primeiro semestre. E mais nada. No 2º semestre se destacou mais pelas palavras que pelo futebol. Ramiro foi uma decepção completa. Sornoza era o homem da bola parada. Não fez nenhum gol de falta. Régis é a contratação inexplicável. Richard custou 8 milhões e foi emprestado ao Vasco. Tomara que não volte. Cinco jogadores, cinco salários e a não resolução do problema do time. Isso sem computar as contratações esquisitas, tipo Mosquito e André Luís, além de um time Sub-23 e quase 30 jogadores emprestados, a maioria de qualidade mais que duvidosa, que geram um ônus mensal de 4 milhões.
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Mais simples contratar um ou dois jogadores mais caros para chegar e vestir a camisa, que encher o time de jogadores comuns. Essa receita muito utilizada em 2011 e 2012 não dá mais certo, principalmente porque os nossos “olheiros” de 2019 são inferiores aos “olheiros” de 2010-2012.
Para contratar jogadores “comuns”, alguns de 8 milhões, outros de 10 milhões, é muito mais simples e mais barato utilizar a vencedora base corinthiana, que já nos deu tantas alegrias.
A equação parece bem óbvia. Dois ou três bons, mais Cássio, Fagner e Gil e pratas da casa. Dois ou três bons elevam à condição do time. De qualquer time.
O Corinthians não pode mais gastar com apostas nem com experientes que não solucionarão o problema, como, por exemplo, o Rhodolfo, do Flamengo, ventilado na semana passada.
É preciso um pouco mais de responsabilidade com o dinheiro e, principalmente, com o futuro do clube.
O Corinthians pode muito mais. Muito mais mesmo, mas a mudança precisa ser drástica. E que comece na gestão do clube. Dinheiro dos outros deve ser tratado com seriedade e responsabilidade. E o dinheiro do Corinthians é da Instituição Corinthians, não da gestão que administra o clube, que fique bem claro, porque, às vezes, parece que Corinthians e Renovação & Transparência têm a mesma razão social.
Para finalizar, espero que Tiago Nunes tenha total liberdade para trabalhar, mas que os gastos em contratações sejam limitados a quem realmente possa vir para acrescentar. O Corinthians não precisa de “mais do mesmo”. Foi o que tivemos em 2019. Um quase repeteco de 2018 em que toda a responsabilidade ficou nas costas do Fábio Carille.
A omissão da diretoria foi latente.
Em suma, Campeão Paulista e mero coadjuvante no Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. A Sul-Americana foi jogada no lixo com todo o respeito ao time do Del Valle.
A fiel merecia mais consideração.
César Marques – Advogado especializado em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho Twitter/@cesaramferreira
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Mano, pra mim que curti 23 anos sem ganhar nada, esse tri campeonato valeu muito. Se conseguir um tetra vai ser ótimo.
Chorei de emoção, Sr. José, mas precisamos de um pouco mais. Hoje, não podemos nos contentar apenas com o campeonato paulista. O futebol pede mais e o Corinthians tem como oferecer um segundo semestre mais exitoso para a sua torcida.
Abraços.
Comemoraremos muito se vier o tetra, Dom Miguel, mas o Paulista não enche mais a barriga de um clube do tamanho do Corinthians . O Clube precisa buscar voos maiores que geram receitas maiores, patrocínios maiores e, por consequência, possibilidade de times melhores.
Penso o mesmo vou saborear muito o TETRA are mais que uma libertadores.
Que texto sensacional…
Valeu, Marcelino. Tamo junto.
Ser TRI paulista é e sempre será maravilhoso! Mas não dá pra aceitar essa participação do Corinthians depois do paulistão. É inadmissível a postura do time, da comissão técnica, diretoria e do presidente. Eles precisam entender que é o Corinthians, a paixão, a cachaça dos Corinthianos.
Precisa jogar sério o ano inteiro. O Paulista tem a sua importância, queremos ganhar, mas o clube necessita de mais esforço nas demais competições. A postura foi lamentável em alguns jogos. Eu diria indigna até…
Parabéns Dr°!Régis & Richard poderiam ser dupla sertaneja,pq jogar bola ta osso
Mais fracos que a sopa da cadeia.
Richard custou 8 milhas. Não pode ser só incompetência, né?
Junior urso, Ramiro, Richard e Sornosa não me pareciam na época da contratação APOSTAS, não me lembro de críticas a elas, mas depois que o leite azedou todos sentem o sabor.
Quanto ao resto de seu comentário tá razoável kkkkk ou melhor medíocre como diria o ex diretor de marketing kkkkkk
Obrigado, Sr. Miguel.
O contraditório sempre é importante, mas com respeito.
Abraços.