O futebol é um esporte capaz de aflorar muitos sentimentos em seus torcedores, emoção, expectativa, êxtase, alegria, tristeza, decepção. O futebol parece mesmo ter o poder de colocar para fora até os sentimentos que ficam no mais íntimo das pessoas, e isso, infelizmente acontece tanto no lado positivo, quanto no negativo. Cenas lamentáveis são recorrentes nas arquibancadas e até fora delas, racismo, violência moral e física atingem atletas, torcedores e muitas não são tratadas pelas autoridades com o rigor necessário para excluir tais comportamentos.
Agressões como as que vimos na última semana após o clássico entre Flamengo x Botafogo quando ” torcedores do Botafogo” espancaram um homem também torcedor do Botafogo, por acreditarem ser flamenguista, a jovem que foi expulsa e quase agredida por estar acompanhando o namorado no Pacaembu, no clássico do último sábado no Allianz Parque, a briga generalizada nas arquibancadas do Castelão após o clássico entre Fortaleza e Ceará.
A intolerância vem manchando com sangue esse esporte que tanto amamos. Outro fato que não é novo e causa vergonha, revolta, são os frequentes casos de racismo, hoje afetaram os brasileiros Dentinho e Taison que defendiam o Shakhtar Donetsk no duelo diante do Dínamo de Kiev da Ucrânia, torcedores do Dínamo fizeram ofensas racistas contra os jogadores, Taison chegou a bater boca com os agressores, chutou a bola para longe e terminou expulso da partida. Já no estádio do Mineirão durante o clássico Cruzeiro x Atlético MG um segurança sofreu ofensas racistas vindas da arquibancada.
Esse fato se repete mundo afora, e a lista de exemplos é tão grande, quanto revoltante. Apesar da gravidade das ações, pouco se vê das autoridades para combater atos tão repugnantes, as brigas e até mortes se acumulam no Brasil, mas parece haver uma lei paralela onde vandalismo, agressões e mortes passam impunes pelas autoridades. A torcida única, medida tomada pelo Ministério Público em São Paulo, mais prejudica a quem deseja ver o espetáculo do que quem está disposto a brigar, já que muitas dessas brigas acontecem longe dos estádios.
Quanto aos casos de racismo. faltam atitudes severas por parte das federações que organizam o futebol, por que as punições não são severas? Por que jogadores precisam seguir cumprindo seus contratos diante de tamanha agressão moral?
Até quando vamos ter de conviver com o lado mais obscuro do ser humano sendo mostrado e justificado pelo “amor” ao clube, ou para “defender” o clube do coração?
Não podemos mais achar normal, não podemos aceitar que um ingresso traga junto o direito de ferir pessoas, desrespeitar o próximo, ofender outro ser humano por qualquer que seja a justificativa. Por mais empatia, por mais respeito, por mais amor ao próximo, essa precisa ser a torcida de todas as torcidas, a luta de todos os clubes e a responsabilidade das autoridades.
Racismo e violência não é uma derrota apenas do futebol, mas de todos nós.
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Cozinheira de profissão, Educadora física em formação, com DNA Corinthiano.
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Não ao racismo, não à intolerância, não à tudo que manche o nosso querido futebol e que seja cruel e desumano ao outro.