- Por Nágela Gaia/Redação da Central do Timão
Apelidado de “Sangue Azul”, “Sangre” ou ainda “Espanhol”, Idário faleceu na manhã de 18 de setembro de 2009
Há 12 anos, perto do horário do almoço, a Fiel foi surpreendida pela morte. Idário Sanches Peinado, ou simplesmente Idário, o Deus da Raça, aos 82 anos, estava internado em um hospital na cidade de Santos para tratar problemas respiratórios, onde acabou falecendo nas últimas horas daquela manhã.
Lateral-direito que defendeu as cores do clube entre 1949 e 1959, participou de 469 partidas pelo Corinthians. Considerado pela torcida como um verdadeiro “Deus da raça”, o jogador ajudou o clube a conquistar um dos títulos mais importantes de sua história: o Paulista de 1954 em cima do Palmeiras, eternizado como o título do IV Centenário.
Na galeria de títulos de Idário ainda constam os Estaduais de 1951 e 1952, além dos Torneios Rio-São Paulo de 1950, 1953 e 1954. Nos dez anos em que defendeu o Corinthians, marcou poucos gols: seis.
Mas, para o corinthiano, falar de Idário é falar de amor. Amor puro, desinteressado (sempre dizia que, se pudesse, pagaria para jogar no Corinthians), vindo do antigo Terrão e jogando do jeito que a fiel gosta, “o Deus da raça” era a valentia e a raça da fiel dentro de campo.
Idário subiu dos aspirantes com outros grandes jogadores de sua época (Luizinho e Roberto Belangero, entre outros). Não era um jogador habilidoso. Mas para a Fiel, sempre foi um jogador que não perdia os confrontos com os grandes ponta esquerdas da época (Pepe do Santos, por exemplo).
“Pega ele, Idário!”, a Fiel gritava e lá ia o camisa 4 pegar. Pegava a bola ou o jogador, mas pegava. Para os adversários, ele era um jogador violento, mas para a Fiel, era um herói, um Deus da Raça que por muitas vezes escondeu ferimentos nas pernas (devido ao seu estilo de jogo) para entrar em campo e defender com a mesma vontade de sempre, o seu Corinthians.
Ao lado de Goiano e de Roberto Belangero, formou a lendária linha média campeã paulista do IV Centenário, em 1954 e de tantos outros títulos no início da década de 1950.
Da forma que amava o Corinthians, Idário era amado pela Fiel Torcida. Em seus últimos anos de vida, um grupo de torcedores descobriu que ele e a esposa passavam por dificuldades e se mobilizaram para ajudá-los. O Dr. Osmar de Oliveira, grande amigo, tratava o problema no joelho de Idário, e os torcedores conseguiram que o Corinthians passasse a pagar seus medicamentos. Veja no link https://larissabeppler.wordpress.com/2008/06/15/um-idolo-precisando-da-nacao/
Dedicou tanto amor ao Corinthians, que se emocionava e chorava nas entrevistas quando falava do clube. Em 2008, pouco antes de sua morte, a equipe do “Loucos por ti” entrevistou Idário e a Combofilmes produziu, com essa entrevista, um dos filmes que mais emocionam o torcedor.
Que a alma, o espírito e o coração de Idário estejam sempre em campo com cada jogador do Corinthians que ele amou pela vida inteira.