Um dos maiores presidentes do Sport Club Corinthians Paulista, cujo maior legado foi a construção do patrimônio e a área social do clube
Segundo conta o historiador Celso Unzelte, Alfredo Henrique Oscar Schürig, muito antes de se envolver com o Corinthians, teve a sorte de ganhar 20 contos de Réis na loteria, o equivalente, hoje, algo em torno de 100 milhões de Reais. Com aquele dinheiro, fez fortuna e excelente administrador que era, se tornou proprietário de uma fábrica de parafusos.
Curiosamente, Alfredo Schürig nunca foi um apaixonado pelo futebol, mas começou a participar da vida do Corinthians já na década de 10, envolvido pelo lado social que faz parte do DNA corinthiano. Fez parafusos e outros materiais de construção a preço de custo para tornar realidade o primeiro estádio do clube, o Estádio da Ponte Grande, que foi inaugurado em 1918.
Anos depois, em 1926, o Corinthians se muda para o local onde hoje é o Parque São Jorge. Era praticamente um terreno com um campo de futebol, um “arremedo” de clube – uma “fazendinha” -, comprado a prestações junto ao Clube Syrio. Em 1927, passando por grandes apuros financeiros, a diretoria não tinha dinheiro para pagar as prestações. Então apareceu aquele que foi o grande anjo da guarda da história centenária do Timão. Alfredo Schürig bancou 30 contos de réis, hoje algo em torno de 150 milhões de reais, para quitação do terreno.
Celso Unzelte conta que, as doações de Schürig , na época, incluindo o período que ele foi presidente do clube, passaram dos 200 contos de réis. Ao todo, as contibuições de Schürig passaram do equivalente a atuais 1 bilhão de Reais. Com esse dinheiro, foi construído o clube do Parque São Jorge, sendo no social e no patrimônio do Corinthians sua maior contribuição, nos três anos em que foi presidente – de 1930 a 1933.
No início de 1930, um dos momentos mais emblemáticos da história do já clube do Parque São Jorge. Tricampeão Paulista, disputa com Vasco, campeão Carioca, a chamada Taça APEA, e ganhou o troféu que lhe deu o status de “Campeão dos Campeões”, que dura até hoje, inclusive no hino do clube.
Com a saída dos principais craques do tri, o Corinthians sofreu um abalo e demorou para se reerguer. Foi sexto colocado em 1931, quinto em 1932, quarto em 1933 e só voltaria a ser campeão em 1937. E, com o time desmantelado, em 1933, após uma derrota dolorosa de 8 x 0 para o principal rival, o Palestra Itália, torcedores, incentivados por opositores políticos da diretoria, invadiram a sede do clube com tochas de fogo, e Alfredo Schürig, desgostoso e assustado, renunciou à presidência junto com toda a diretoria.
Não existem registros de grandes envolvimentos de Schürig com o futebol. Mas foi nas suas mãos que o Corinthians constituiu um grande patrimônio, transformou-se em um clube poliesportivo, passou a participar das regatas, e houve um grande crescimento no número de associados do clube.
Hoje, o Parque São Jorge compreende uma área construída de 158 mil metros quadrados, diversas quadras poliesportivas, dois ginásios, restaurante panorâmico, a sede social e administrativa e um dos maiores parques aquáticos do País e um valor incalculável.
Alfredo Schürig faleceu em 30 de janeiro de 1941, aos 57 anos. O estádio do Parque São Jorge, carinhosamente chamado de “Fazendinha”, leva seu nome. Nenhuma homenagem é tão justa como ter sido dado ao estádio, o nome de Alfredo Schürig.
Por Nágela Gaia/Redação da Central do Timão
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Que história fantástica
E tem gente que defende que vendam o Parque São Jorge pra quitar a dívida da Arena 🤦🏻♀️
Jamais ali está a maior essência da história do Corinthians.
Estou surpreso, não sabia que o pai de Dr.Alfredo Schurg Filho já foi presidente do meu time Corinthias. Eu trabalhei no escritório de Dr.Alfredo Filho, na década de 70