Nos últimos dias, tem sido rotineiro se deparar com um fluxo de críticas em torno da efetivação de Fernando Lázaro como técnico do Corinthians, e até mesmo pelo fato de Vitor Pereira estar perto de acertar com o Flamengo. Às vezes, as coisas no futebol são mais simples do que parecem. Principalmente para quem está perto e acompanha o dia a dia do clube.
Apesar de não concordar totalmente com a efetivação de Fernando Lázaro, entendo os motivos que levaram a diretoria a optar pela “receita caseira”, e sei que os corinthianos vão seguir torcendo pelo clube, porque a vida é assim. Vão os jogadores, os técnicos, os dirigentes e o Corinthians fica.
A expectativa da torcida para o pós-Vitor Pereira era muito alta em torno de um profissional de renome, mas a decisão da diretoria, pelo que acompanhei, nada teve a ver com dinheiro. A opção por Lázaro é simplesmente para dar continuidade a um trabalho que é considerado bom, e que o nome escolhido teria condição de levar adiante, além do apoio do atual elenco.
O filho de Zé Maria vive no clube há bastante tempo, demonstrou competência nas poucas oportunidades que teve e acompanhou a implementação dos últimos trabalhos realizados, em especial o de Vítor Pereira, além de conhecer muito bem o grupo e de participar de todo o planejamento para próxima temporada. Lázaro não começará um trabalho do zero nem será atirado ao fogo, como foram Osmar Loss ou Zé Augusto em outros momentos.
Vale lembrar que Fernando Lázaro também acompanhou de perto trabalhos bem-sucedidos, como os de Tite, Mano Menezes, Carille, e outros que não deram certo. Pode-se dizer que ele conhece a fórmula do sucesso e do fracasso dentro do clube.
O objetivo é dar sequência a um trabalho já iniciado e que, na concepção da atual diretoria, alcançou os primeiros objetivos em 2022. A ideia é manter a filosofia de trabalho e buscar três ou quatro reforços pontuais para seguir aprimorando o elenco e os resultados.
Trazer outro treinador, como o cogitado Vovojda, por exemplo, seria recomeçar com outra metodologia, apostar em um novo modelo de trabalho.
A Central do Timão acompanhou de perto o processo de escolha de um substituto para Vítor Pereira, e foi a primeira a noticiar a falta de interesse do clube em Bruno Lage. Soubemos, sim, que havia um olhar para Fernando Diniz como alguém que poderia dar sequência ao trabalho, mas não avançaram pois sabiam do compromisso dele com o Fluminense. Também sabíamos que o clube não extrapolaria o teto com outro técnico que não o próprio VP, nem tanto por questões financeiras, mas por julgarem que o trabalho precisa de sequência.
Mesmo com novas despesas para 2023, como as parcelas do acordo da Neo Química Arena para Caixa Econômica Federal, o clube segue ampliando suas receitas, e não seria especificamente o salário do treinador que afetaria o planejamento.
A súbita mudança de Vítor Pereira:
O presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, apostou na permanência de Vítor Pereira até o último dia, uma vez que dinheiro e planejamento não eram os problemas, e o impedimento do português para renovar com o Timão era exclusivamente sua família, algo repetido por ele para os dirigentes e para imprensa.
A transferência de Vítor Pereira para o Flamengo também teve a ver com a questão familiar. O treinador, que vive em Lisboa desde 2015, vê o Rio de Janeiro como uma possibilidade de unir o útil ao agradável: ter qualidade de vida, com a família por perto, e brigar por títulos.
O português visitou o Rio de Janeiro em algumas oportunidades enquanto defendia o Corinthians. Hospedado em hotel de luxo, na beira-mar de Copacabana, com algumas das principais vistas da cidade.
Quem conhece o Rio de Janeiro sabe que, com bons recursos financeiros, a qualidade de vida de Vítor e de sua família pode ser boa e segura. E ele viu no “sim” de sua família a possibilidade de tê-los por perto enquanto trabalha. Isso nada tem a ver com o que o Corinthians ofereceu ou deixou de oferecer. O Flamengo tem um ótimo elenco, briga por títulos, e propicia a ele e sua família o que ele sempre almejou nos últimos anos.
Vítor deve ir para o Flamengo com salário semelhante ao que recebia no Corinthians e premiações milionárias caso venha a conquistar títulos.
O treinador, que teve breve passagens por China e Emirados Árabes, sempre permaneceu mais tempo em mercados próximos a Portugal, países como Grécia, Alemanha e Turquia, agora poderia ter mais tempo com a família que a princípio aceitou a mudança para o Rio de Janeiro.
Nada disso justifica a forma que o treinador português agiu com o Corinthians e sua torcida, claro. Faltou transparência, já que soluções eram possíveis. Ele deixa o Timão com um trabalho na metade para pegar um pronto no clube rival. Vale ressaltar que o presidente do Corinthians, responsável pela vinda de VP ao Brasil, chamava-o de irmão, e várias vezes o treinador repetiu que nunca teve, nos clubes por onde passou, uma relação tão boa com dirigentes.
O cartola alvinegro se encaminha para o último ano de mandato, agora mais pressionado, sem títulos no futebol masculino durante sua gestão, e se vê “obrigado” a apostar em um auxiliar para dar continuidade ao trabalho iniciado por Vítor Pereira, que poderia render bons frutos ao Timão.
Resta torcer para Fernando Lázaro repetir o sucesso de Fábio Carille e triunfar no Corinthians. Pela sua história no clube e por ter preferido o Timão à Seleção, merece. E os corinthianos também.
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Sempre defendi esse pilantra em todos os grupos e até junto a diretores da nossa Organizada,as foi traíra e desejo tudo de mal como treinador dos mulambos e outra se houve resistência aqui no Corinthians com relação a seu método de ttbanhao, imagina lá que tem vários medalhões? Pra mim foi canalha, safado e mentiroso 🏁🦅