- Por Kennedy Cardoso / Redação da Central do Timão
Pouco menos de cinco meses após comunicar a demissão de Leonardo Gaciba, a CBF anunciou, na última quinta-feira, 7, o novo chefe de sua Comissão de Arbitragem. Trata-se do ex-árbitro Wilson Seneme, de 51 anos, que ocupava a mesma função na Conmebol. Alício Pena Júnior estava exercendo o cargo na entidade brasileira de forma interina desde novembro.
Em entrevista ao “Globo Esporte”, Wilson Seneme explicou os motivos de ter trocado a Conmebol pela CBF. Ele disse que o lado pessoal de voltar a estar próximo da família pesou para a decisão, e declarou que pretende “resgatar a credibilidade da arbitragem brasileira”.
“(A mudança da Conmebol para a CBF) passou por um lado pessoal, eu fiquei seis anos no Paraguai longe da minha família. O trabalho que o presidente Alejandro (Domínguez) fez na Conmebol foi muito sólido. Conseguimos melhorar o ambiente. O presidente Ednaldo (Rodrigues, da CBF) me expôs os seus objetivos e eu gostei. Temos que resgatar a credibilidade da arbitragem brasileira“, disse.
Seneme também afirmou que fará mudanças na composição da Comissão de Arbitragem da CBF, apesar de não enxergar a pasta como “terra arrasada”.
“Vai haver mudanças (…) Não é uma terra arrasada. Óbvio que a gente acompanhou toda a dificuldade que foi no ano passado. Vamos tomar como lição, para ter uma base do que não fazer, para que os erros não se repitam. Não vamos prometer perfeição. Os outros segmentos do futebol também não são perfeitos.”
Além disso, o ex-árbitro de 51 anos comentou sobre a ideia de exibir os áudios e vídeos do árbitro de campo com o VAR em tempo real durante os jogos. Ele disse que este é um de seus objetivos e tentará implantar já neste Campeonato Brasileiro.
“Cada instituição tem sua política. Sim, a intenção é publicar o máximo possível de informação. A informação não pode ser privada, tem que ser pública. Como membro da Comissão de Arbitragem da Fifa, eu tinha essa luta lá, para que os áudios e os vídeos fossem exibidos durante o jogo, como acontece em outros esportes (…) A gente precisa de autorização da Fifa e da IFAB. Sem isso, não consegue (implantar neste Brasileirão). Mas a gente vai pedir. Tudo que for para dar transparência, a gente vai buscar“, disse.
“Eu sou a favor, totalmente a favor, o futebol não pode ser para algumas pessoas. é um esporte extremamente popular. Quem está na arquibancada ou vendo na televisão tem o direito de saber por que motivo tal decisão foi tomada. Se ela não concorda com a decisão, tem o direito de avaliar, mas precisa da informação. E muitos procedimentos dos árbitros se desenvolvem e melhoram por essa cobrança, essa abertura, essa exposição pública. Claro que precisa ter regras, critérios, controles, para tudo ter uma conotação profissional. Mas é o objetivo, sim.”
Por fim, Wilson Seneme explicou o que a Comissão de Arbitragem pode fazer para aumentar o tempo de bola rolando nos confrontos no Brasil.
“Uma coisa é consequência da outra. Se eu tenho um árbitro forte, seguro, o VAR passa a ser secundário. Se as decisões forem corretas, gera credibilidade no jogador. A gente conhece o jogador. Quando o árbitro apita bem, o jogador entende, o técnico foca no jogo e esquece a arbitragem. A partir disso, eu tenho certeza de que o árbitro não vai mais precisar esperar todo mundo dispersar (para continuar o jogo), não vai precisar dar cartão para um, se vai fazer a revisão, vai direto para a cabine”, concluiu.
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