O Corinthians está em busca de um substituto para Sylvinho, desligado na madrugada da última quinta-feira (03) após derrota para o Santos, na Neo Química Arena. Com opções escassas no mercado nacional e nomes como Renato Gaúcho e Cuca descartados pela diretoria, a tendência é que o clube volte a olhar para fora do Brasil e acerte com um técnico estrangeiro.
Sendo assim, o Timão pode ter um treinador não-brasileiro após 17 anos. O último foi o argentino Daniel Passarella, que durou apenas pouco mais de um mês no clube. Considerado um dos maiores zagueiros da história de seu país, sendo o único jogador a ter conquistado duas Copas do Mundo com a seleção da Argentina, em 1978 e 1986, o ex-defensor iniciou sua carreira à beira do campo em 1989, com o River Plate.
Antes de ser o substituto de Tite após a primeira passagem do atual técnico da Seleção Brasileira pelo Parque São Jorge, Passarella comandou, além do clube de Buenos Aires, a seleção de seu país, entre 1994 e 1998, além da Seleção Uruguaia, entre 1999 e 2001, e do Monterrey, do México, entre 2002 e 2004.
O ex-zagueiro chegou assumiu um elenco do Timão que contava com dois compatriotas: Carlos Tévez e Sebástian Domínguez, conhecido como Sebá. Naquela época, o clube alvinegro contava com a parceria da empresa Media Sports Investment, a MSI, de Kia Joorabchian.
De início, com bom material humano em mãos, Passarella conseguiu bons resultados, sendo vice-campeão do Paulistão. Porém, viu as coisas desandarem quando barrou o goleiro Fábio Costa nas quartas de final da Copa do Brasil, contra o Figueirense, e colocou Roger, um dos destaques da equipe, apenas quando o placar já estava em 2×0 para o adversário. Nos pênaltis, o meio-campista errou de propósito (como ele mesmo já admitiu), e viu o Corinthians ser desclassificado da competição nacional.
Com ambiente desfavorável no clube, o argentino deixou o Timão após goleada sofrida para o São Paulo por 5×1, no Pacaembu, em 8 de maio de 2005. No total, foram apenas 15 jogos sob o comando da equipe alvinegra, com sete vitórias, quatro empates e quatro derrotas.
No ano seguinte, o ex-defensor reassumiu o River Plate, de seu país natal, e foi o responsável por comandar os Millonarios na classificação sobre o Corinthians nas oitavas de final da Libertadores de 2006. Ele permaneceu no Monumental de Núñez como treinador até 2007, e não exerce a função desde então.
Em 2009, Passarella foi eleito presidente do River Plate. Dois anos depois, com o ex-zagueiro como mandatário, o clube de Buenos Aires caiu para a Série B do país. Seu mandato se encerrou em 2013, e desde então não trabalha em qualquer profissão. Hoje, está com 68 anos, e raramente não sai de casa, tendo sido visto publicamente pela última vez em dezembro de 2020.
Por conta de seu tempo à frente do River, o argentino é condenado em processo que corre na Justiça da Argentina desde 2016 por acusação de fraude em tráficos de ingressos. Quando foi convocado para depor, Passarella não apareceu, e outros dirigentes do clube da capital argentina o atribuíram a responsabilidade pelo esquema.
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