Neste mês, o laboratório de biomecânica do Corinthians completa 10 anos de existência. O “Lab R9” como é chamado, é usado por todos os atletas do clube e jogadores que buscam reabilitação, e já atendeu mais de 230 atletas e fez 4 mil testes e analises.
O projeto foi iniciado dentro do CT Joaquim Grava em uma sala de 60 metros quadrados, hoje, após ampliação, ocupa 750 metros quadrados.
“Mudou muito, principalmente nos equipamentos: tem câmeras, aparelhos, plataformas, mas o mais importante de tudo foi a metodologia que a gente foi evoluindo”, explicou um dos idealizadores do projeto, o fisioterapeuta Luciano Rosa, ao GE.
Criado com proposito de reabilitar jogadores em retorno de lesão, o laboratório foi responsável pelo trabalho de recuperação de Alexandre Pato e Renato Augusto, e um dos casos mais curiosos, do zagueiro ucraniano Dmytro Chygrynskyi, ex-Barcelona, que ficou em tratamento por quatro meses em 2013.
Além disso, também analisa e cria protocolos para qualificar os treinos de alta performance, corrigindo movimentos imprecisos e evitando novas lesões
“Aqui conseguimos analisar gestos ou déficits motores que ao olho nu você não enxerga. A ideia sempre foi melhorar a prevenção de lesões e otimizar a performance. Não só a parte física, mas também de treinamento, de jogo, a performance do movimento. Para um atleta que precisa desenvolver um gesto com mais velocidade, conseguimos avaliar porque ele não consegue. Criamos estratégias para que ele melhore esse gesto individual“, detalhou Luciano.
Atualmente no Arsenal, o fisioterapeuta Bruno Mazziotti que idealizou o projeto com Luciano Rosa, explica com orgulho, seu trabalho no processo de criação do Lab9. Suas metodologias de prevenção, reabilitação e treinamento de alto rendimento já renderam 25 publicações acadêmicas.
“Minha dissertação de mestrado era avaliando a precisão do chute e do passe, gestos técnicos mais utilizados, comparando a estabilidade do tornozelo do apoio. Os treinadores falam muito de melhor posicionamento corporal, de como dominar a bola, e isso está muito ligado à estabilidade. Quando o tornozelo está instável, ele pode afetar a precisão do passe e do chute. Melhorando a estabilidade e o apoio, conseguimos melhorar a precisão do passe e do chute. E fizemos isso com atletas até da base, não só aqueles que sofreram lesões, mas aqueles que apresentaram instabilidade“, exemplificou Bruno.
Marcado pelas consecutivas lesões durante a carreira, Ronaldo Fenômeno foi um dos incentivadores do projeto e foi homenageado pelo Clube, dando nome ao laboratório, em 2013.
“Era só Lab Corinthians. Oficialmente, o “R9” vem na reforma, em 2013. Alexandre Pato começa a trabalhar na sala pequena e termina na maior. Ronaldo sempre foi um cara ligado a isso, sempre cobrou muito de quem estava ao redor dele. Quando trago esse conceito (em 2011), dividindo isso com ele, ele adora a ideia e fala “vamos fazer acontecer”. Quando a coisa começa a tomar uma proporção maior, achei justo homenageá-lo. Foi um atleta que superou todas adversidades”, justificou Mazziotti.
O espaço, aos poucos, foi crescendo e hoje possuiu o Ceproo, Centro de Preparação e Reabilitação Osmar de Oliveira, espaço aberto para que atletas profissionais de outros clubes ou modalidades que passaram por cirurgias delicadas e buscam ajuda para reabilitação.
Leia mais:
+ Há nove anos, Danilo comandava o triunfo do Corinthians contra o Cruz Azul pela Libertadores
+ Ainda lesionado? Confira a situação de Gustavo Mosquito no Corinthians
+ Corinthians presta homenagem a Ayrton Senna no dia de seu aniversário
2019 @ Central do Timão - Todos os direitos reservados