Lico Martins lembra de uma história engraçada (e medonha) em pleno clássico
Vitória por 3 x 0 sobre os santistas com sal grosso e farofa para espantar os rivais. Essa é uma das histórias que o ex-vice-presidente Lico Martins conta em entrevista à Central do Timão, na qual ele relembra os tempos em que esteve na administração do clube, principalmente no ano em que o Corinthians ganhou seu primeiro título Brasileiro.
Essa história teria acontecido em 1989, em meio a um clássico alvinegro pelo Campeonato Paulista, e envolve diferentes personagens: o próprio Lico, na época vice do então presidente Vicente Matheus, o massagista Ciro e o preparador de goleiros Aguinaldo Moreira, ex-goleiro do Santos, que carregou Pelé no ombro na comemoração do milésimo gol do camisa 10 em 1969.
Na véspera da partida, que seria em um domingo, Aguinaldo teria falado sobre um “sentimento religioso” que existia na Baixada:
“Aí eu estava lá conversando e o Aguinaldo veio falar assim: ‘Seu Lico, o sr. sabe que lá no Santos é muito forte esse sentimento religioso. Eles têm pavor de macumbas, essas coisas… O caras têm pavor, se borram de medo disso, tá certo?'”, explica o ex-vice.
Então, os corinthianos resolveram armar a “maldição”:
“Ali na [Avenida] Angélica, quase na [Avenida] São João, tinha uma casa que ficava 24 horas aberta, era do Caboclo Treme Terra. Ele me fez ir lá às 11 horas da noite. Compramos farinha, farofa, vela vermelha, sal grosso, todos os equipamentos da macumba”.
Depois, eles contaram com a ajuda do massagista Ciro:
“Ele tinha duas maletas. Uma estava toda preparada, com álcool, com as ataduras. A outra nós esvaziamos, enchemos com as coisas da macumba. Aí fomos para o jogo”, explicou Lico.
Já no estádio, com uma partida preliminar antes do clássico, eles aproveitaram o momento para “amaldiçoar” o banco de reservas do Santos. E, conforme diz o ex-vice, parece que o ritual surtiu efeito:
“Quando acabou a preliminar, o Ciro veio com a maleta preparada. Ele foi no banco que era do Santos e jogou no chão aquela farofa, aqueles tocos de vela que nós acendemos e queimamos, e aquele sal grosso, tudo ali no chão. Ele voltou para o vestiário correndo e eu fiquei no banco do Corinthians. Rapaz… Quando o time do Santos entrou em campo, que eles tinham de ir para o banco… Os caras olhavam para o banco e se benziam, se benziam… eu queria rir (risos), não conseguia. E os caras desesperados…”
Os santistas teriam sentido o peso da macumba, se recusaram a sentar no banco e acabaram derrotados no clássico:
“Moral da história: ninguém sentou no banco, ficaram em pé o jogo inteiro fora do banco. O treinador, ninguém sentou no banco. Perderam de 3 x 0 (risos)”, diz Lico, que relembra esse causo até hoje, sempre com muito humor.
Mas o corinthiano deixa em aberto a veracidade da história:
“Até hoje quando encontro o Basilio e o Aguinaldo eu lembro disso aí, nós damos risada que não paramos de rir até agora! Mas você vê que coisa, é uma curiosidade isso, acho que isso nunca aconteceu, ou se aconteceu eu não sei. Mas é uma curiosidade, torcedor não fica sabendo disso. Ele gosta, e hoje ele está feliz de ouvir eu falar isso, porque foi no banco dos outros (mais risos).”
Veja na íntegra “As histórias corinthianas com Lico”:
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