Compreenda cada um dos débitos tributários do Corinthians e fique atento à situação financeira do clube
Na última quinta-feira (28), o Corinthians publicou oficialmente o balanço financeiro da temporada 2019. O documento confirmou o déficit de R$ 177 milhões já anunciado anteriormente por pessoas ligadas ao clube. Para te ajudar a entender melhor a situação do Timão, nós continuamos a nossa série sobre finanças. Agora é a vez das dívidas tributárias.
Ao longo do tempo, o clube acumulou dívidas de impostos. Por meio de acordos e programas de incentivo, o Corinthians conseguiu parcelar esses tributos. São quatro parcelamentos registrados no balanço financeiro:
O Profut é um programa do governo federal criado para parcelar dívidas tributárias dos clubes junto à União. O Corinthians aderiu ao parcelamento em 2015, dividindo R$ 181,7 milhões em 240 parcelas iguais. Sob os valores incluem-se juros de acordo com a taxa SELIC relacionada ao mês anterior e 1% em cima do período do pagamento.
Veja AQUI a matéria completa para entender melhor o Profut.
O Corinthians também registra em seu balanço financeiro o parcelamento de dívidas previdenciárias junto à Receita Federal do Brasil. Os valores referem-se a tributos do INSS sobre a folha de pagamento do período de abril de 2018 a março de 2019. O montante inicial era cerca de R$ 7 milhões, divididos em 60 x e corrigidos mensalmente pela taxa SELIC.
O Parcelamento Administrativo de Débitos Tributários (PAT), da Prefeitura de São Paulo, é outra dívida tributária do clube. A iniciativa segue a lei nº 14.256, que, segundo a legislação “promove a regularização de créditos do Município, decorrentes de débitos tributários não inscritos na Dívida Ativa, constituídos ou não”.
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O Corinthians aderiu ao PAT em 31 de julho de 2018, para o parcelamento do ISS (Imposto Sobre Serviços) relacionado ao ano de 2018. À época, o montante inicial era de R$ 399 mil, parcelados em 60 x e corrigidos mensalmente pela taxa SELIC.
Já o parcelamento Federal junto à Receita Federal do Brasil refere-se a dividendos do PIS sobre folha de pagamento de abril de 2017. Àquela altura, o montante registrado era de R$ 427 milhões divididos em 60 x, também com a correção mensal da taxa SELIC.
Enquadram-se como ‘passivos circulantes’ as dívidas com limite de pagamento, geralmente, em até um ano. Assim, referem-se aos débitos de curto prazo. Em 2019, o Corinthians registrou os seguintes valores para cada tributo parcelado:
Parcelamento Profut – R$ 8,3 milhões
Parcelamento de Impostos Previdenciários – R$ 2,2 milhões
Parcelamento da Prefeitura (PAT) – R$ 309 mil
Parcelamento de Impostos Federais – R$ 97 mil
Total – R$ 11 milhões
O ‘passivo não circulante’ refere-se ao total da dívida a ser pago a longo prazo, geralmente, para além de um ano. Em 2019, o Corinthians registrou os seguintes valores para cada tributo parcelado:
Parcelamento Profut – R$ 203,2 milhões
Parcelamento de Impostos Previdenciários – R$ 7,6 milhões
Parcelamento da Prefeitura (PAT) – R$ 855 mil
Parcelamento de Impostos Federais – R$ 163 mil
Total – R$ 211,9 milhões
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Por mais que seja uma associação sem fins lucrativos, o Corinthians exerce funções de uma empresa, como contratar e remunerar funcionários. Assim, o clube precisa recolher impostos. De acordo com o balanço de 2019, eles registraram os seguintes valores:
Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) a recolher – R$ 88 milhões
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) a recolher – R$ 22 milhões
INSS a recolher – R$ 12,5 milhões
Salários a pagar a funcionários – R$ 7 milhões
Provisão de férias e encargos previdenciários – R$ 6,5 milhões
PIS a recolher – R$ 4,1 milhões
Férias a pagar – R$ 4 milhões
Luvas de atletas a pagar – R$ 106 mil
Outros impostos – R$ 2,3 milhões
Total – R$ 147,7 milhões
Portanto, esse é o quadro financeiro do Corinthians relativo aos débitos tributários. Veja outros episódios da série para entender as finanças do Timão:
Por: Gabriel Gonçalves / Redação da Central do Timão
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