Presidente do Timão refuta comparações com o time mineiro, contesta afirmações de que situação financeira do Timão seja catastrófica e afirma que o clube fechará 2020 com superávit
Em entrevista à colunista Marília Ruiz, do portal UOL, o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, falou sobre as finanças do clube, negou que a atual gestão financeira seja catastrófica, e rechaçou comparações com a situação financeira do Cruzeiro.
“Não são comparáveis. Aconteceram coisas absurdas no Cruzeiro, coisas que estão sendo investigadas. Aqui o problema é que gastou mais e arrecadou menos. Faltou dinheiro. Os títulos não dão um tempo de paz, ao contrário, aumentaram a pressão por jogador. E time brasileiro que não vende jogador, fica no vermelho. No ano passado não vendemos ninguém”, disse.
Andrés fez ressalvas quanto às dívidas com a União e com parceiros do estádio, e disse que os valores apresentados por alguns veículos da imprensa estariam inflacionados.
“O Corinthians tem problemas financeiros pendentes, renegocia suas dívidas com o Governo Federal e com parceiros. Todo mundo sabe. Mas não existe isso de o Corinthians ser o maior devedor da União”, afirmou o dirigente.
Vale destacar que, segundo a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, o Timão deve R$ 737,7 mi à união, mas o clube contesta R$ 597 mi dessa dívida na justiça e já foram suspensos por decisão do Tribunal Federal da 3ª. Região.
O presidente Alvinegro admite gastos com compra de jogadores no ano passado, e ressalta que o problema foi não ter tido vendas.
“O problema do Corinthians foi ter gasto demais com jogador e não vender na mesma proporção. Esse ano, com pandemia e tudo, vamos ter superávit por causa da venda do Pedrinho (negociado com o Benfica por 20 milhões de euros)”, continuou.
“O problema foi contratar e não vender. O problema foi que presidentes anteriores haviam antecipado cotas e patrocínios. O problema do Corinthians é mesmo fluxo de caixa. O próximo presidente vai ter uma vida menos complicada porque não estou antecipando nenhuma cota neste ano”, concluiu.
Andrés também negou que o clube esteja devendo salários.
“O clube está com as férias atrasadas e vai quitar isso assim que entrar o dinheiro da negociação do Pedrinho.“
Questionado se existe chance de repetir o que foi feito com Ronaldo, um clube, na época sem dinheiro trazer um ídolo para fazer dinheiro, Andrés afirmou que atualmente não é possível, pois a situação, devido à pandemia, só tende a piorar.
“Nenhuma chance, porque só existe um Ronaldo. Outros clubes tentaram e não conseguiram. Nós tentamos como a Adriano e não conseguimos. Agora nós estamos lutando para sobreviver. A TV, que é nossa principal arrecadação, cortou 70% dos pagamentos. Muitos clubes já estão em situação caótica, nós estamos em situação muito difícil, e em 30 dias tudo estará caótico.”
Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão
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