Após passagem pelo Timão, atleta rodou por mais de 15 clubes, foi artilheiro no Kwait e jogou em time do exército da Tailândia
Lembra dele? O atacante Rodrigo Vergílio, conhecido como Careca, fez a maior parte da carreira fora do Brasil, mas sua história poderia ter sido diferente.
Em entrevista à ESPN, o atacante que se destacou no Matonense aos 16 anos, conta como teve sua carreira prejudicada por empresários e fala de sua passagem no Corinthians.
Em 2001, Careca chegou a treinar entre os profissionais com então treinador Vanderlei Luxemburgo, mas não teve oportunidades.
“O time tinha Vampeta, Marcelinho Carioca, Rogério, Fábio Luciano, Kléber, Gil… Naquela época o Corinthians era muito bom e quase nenhum garoto teve oportunidade de jogar”, disse.
O atacante também afirmou, que teve problemas extracampo que o impediram de atuar pelo Clube do Parque São Jorge.
“Logo no primeiro ano, o Corinthians queria me comprar e me chamaram para entrar em contato com meus agentes. Eles queriam uma reunião para poder finalizar, mas eles queriam dividir em algumas parcelas. O presidente da Matonense disse que não queria assim e arrumou a maior arrumou uma confusão com os caras lá dentro da sala do diretor”, lembrou.
“Ele falou: ‘Se vocês não comprarem o Careca, eu vou vendê-lo para o Palmeiras, só estou esperando ele sair daqui para levar’. Só que os caras esqueceram que eu tinha mais um ano de contrato. Aí, o diretor do Corinthians falou: ‘Nós não vamos comprá-lo e ele vai ficar aqui mais um ano só jogando na base e não vai jogar mais no profissional’. Os caras acabaram me prejudicando”.
Em 2002, Careca atuou pelo Timaozinho na Copa São Paulo de Futebol Junior, e o time que sequer passou da primeira fase do torneio. O elenco contava com jogadores conhecidos da fiel, como Betão, Rosinei, Coelho e Luciano Bebê.
Também chegou a despertar interesse do técnico Carlos Alberto Parreira, mas teve a carreira atrapalhada mais uma vez por empresários.
“Eu tinha assinado procuração com três empresários. Cara, foi a maior confusão porque ninguém sabia quem era o meu empresário! Cada hora aparecia um cara no Corinthians dizendo que me representava. Era um menino novo que havia acabado de chegar do interior e fiz várias lambanças”, lamentou.
“O Vampeta falou para mim: ‘O Parreira está doido para te colocar para jogar, só que tá tendo uma briga interna. Apareceu um monte de empresários aí e os caras não vão te botar jogar enquanto você não resolver essas situações’. Respondi: ‘Para falar a verdade, nem sei quem é mais o meu empresário de verdade, cara!”.
“Foi um negócio engraçado”. Os caras prometiam um negócio e eu já assinava” admitiu
Após o imbróglio, o atacante, agora aposentado, ainda seguiu vinculado ao Alvinegro por mais dois anos. Depois acabou sendo emprestado para clubes do interior até seu contrato encerrar em 2004, sem ter oportunidades de atuar pelo Timão.
Por Ciro Hey / Redação Central do Timão
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