A farsa do suposto atravessamento exitoso do Palmeiras para contratar Dudu, usada por muitos com o intuito de debochar do Corinthians, caiu por terra, diante dos novos detalhes revelados por Bruno Paiva
O ano era 2014 e eis que um atacante se destaca no cenário nacional, vestindo a camisa do Grêmio. Dudu, então emprestado pelo Dínamo de Kiev, chamou a atenção de alguns clubes, dentre eles o Corinthians.
O Timão disputaria a Copa Libertadores de 2015, sendo que o jogador falava abertamente no desejo de disputar tal competição e vestir a camisa alvinegra.
“Eu já tinha dado minha palavra ao Edu (Gaspar, gerente de futebol). Se ele acertasse com o Dínamo, eu iria jogar lá. Quero jogar no Corinthians. Essa é a minha vontade. Estou conversando com o Gil (zagueiro) há bastante tempo e ele sempre me disse da grandeza que o clube tem.” afirmou Dudu ao site Globoesporte, também em 2015.
O rival Palmeiras vinha de um Brasileiro difícil, onde quase foi rebaixado pela terceira vez, mas que passaria investir mais em reforços, contando com a ajuda da então nova parceira Crefisa.
Com negociações avançadas com o Corinthians, Dudu, que despertava interesse também de Flamengo e São Paulo, acabou sendo anunciado pelo Palmeiras.
À época, grande parte da mídia esportiva falava em “chapéu” do Palmeiras no Corinthians, sendo que tal versão é mantida até os dias atuais, mesmo com os dirigentes corinthianos tendo negado tal circunstância, a exemplo de Roberto de Andrade, em entrevista dada ao site Globoesporte.
“Ele (Dudu) ficou muito próximo do Corinthians. Foi o Mário que não quis. Não foi nem que não teve dinheiro. Falam de chapéu, mas o Palmeiras não deu chapéu em ninguém. O Mário não quis. E não tiro a razão. É a mesma coisa de chegar hoje, nos meus últimos dias de gestão, aparecer um negócio e eu ter que assinar comprometendo o futuro, com um valor incerto. Também ficaria na dúvida.”
Apresentado no Palmeiras, Dudu sempre que pôde tentou corroborar a tese de que ele foi levado ao rival por meio de um “chapéu”, tentando claramente agradar a torcida palmeirense, mas, em alguns momentos, como assim que foi contratado em janeiro de 2015, revelou detalhes sobre os seus reais planos para aquele ano.
“Eu tinha na minha cabeça que queria disputar a libertadores desse ano (2015), mas o Alexandre Mattos chegou para mim e disse que eu era novo e que iria disputar muitas libertadores ainda.”, disse ao site Lance, em 2015.
Ocorre que, como sempre garantiram dirigentes do Corinthians, o caso nunca foi de um “chapéu”, mas de uma desistência do então presidente Mário Gobbi. Na verdade, o Palmeiras só negociou com o Dudu após o Corinthians recusar o atleta, nos termos que estavam alinhando. Assim, em nenhum momento houve negociações com contrapropostas, influenciadas pelo rival, mas sim uma negativa do Corinthians em contratar o atleta por valores considerados altos. Somente após a negativa do Timão, o atleta passou a negociar, de fato, com o Palmeiras.
Em um recente Podcast da OTB Sports, Bruno paiva, responsável pela carreira do atleta, deu detalhes sobre a negociação, deixando claro a desistência de Mário Gobbi e a frustação do atleta e seu staff.
“Durante a disputa entre Corinthians e São Paulo pelo atacante, o Alexandre Mattos me ligou dizendo que estava acompanhando e que se tivesse confusão tinha interesse.”
“Aí, quando avançamos para definir com o Corinthians, que a coisa definiu, o Mario Gobbi, que estava na fase final da sua gestão e depois assumiria o Roberto de Andrade, se recusou a assinar (quando os contratos chegaram) dizendo que não tinha condição.”
“Quando ele desistiu, ficou uma situação constrangedora. Questionei ele de como não tinha conhecimento se o Brasil inteiro tinha. Só ele como presidente que não tinha. Ele informou no momento que não tinha interesse.”
“A alegação dele, inclusive, foi que se tivesse aquela condição financeira, renovaria com o Guerrero. Ele não tava conseguindo e não tinha por que ficar com o Dudu. Pô, ele sabia que a negociação estava transcorrendo há duas semanas.”
Mesmo com tais declarações, o próprio Bruno Paiva, na oportunidade, incoerentemente, ainda sustentou a versão de Chapéu.
“Houve (chapéu) porque o Corinthians vivia um momento muito confuso. O Alexandre também estava chegando no Palmeiras e demonstra interesse existindo uma conversa em andamento com o Corinthians. Ele tava no táxi, se não me enganado, ouvindo a notícia de São Paulo e Corinthians brigando por Dudu e me ligou dizendo que tinha interesse se não desse certo”
“Aquilo ficou na minha cabeça. Quando houve a situação com o Corinthians, eu imediatamente liguei para ele, marquei no outro dia, às oito horas da manhã, no meu escritório e acertamos tudo em 20 minutos. O Dudu quando sentou [com o Alexandre] e ouviu o projeto não teve nenhuma dúvida.”
Se por tal razão ou não, Dudu sempre demonstrou grande irritação em campo ao enfrentar o Corinthians.
Por Redação Central do Timão
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