Consórcio Patrimônio SP tem planos grandes para administrar o estádio
Nesta segunda-feira o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) assinou o contrato de concessão do estádio municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, entre a Prefeitura e o Consórcio Patrimônio SP (entre as empresas Progen e Savona) pelo período de 35 anos, em reunião no Salão Nobre do estádio, que contou com os presidentes dos quatro grandes clubes de São Paulo.
Casa corinthiana e palco de jogos memoráveis, da final do IV Centenário em 1954 (disputada em 1955) até o duelo contra o Boca Juniors em 2012, o novo Pacaembu, projetado pelo Consórcio, deve perder o Tobogã – inaugurado nos anos 1970 – e ganhar grandes reformas envolvendo áreas comerciais e restaurantes. É o que diz Eduardo Barella, CEO do consórcio, em entrevista à “Folha de S.Paulo”:
“Com a demolição do Tobogã e a construção de uma nova edificação, vamos atrair para o complexo inúmeras outras receitas. Aluguel de espaço, estacionamento, venda de alimentos e bebidas. Futebol deixará de ser a principal receita, vai corresponder a 15% da nossa receita”, afirmou Barella.
“Estamos prevendo quinze jogos de futebol profissional por ano”, disse Barella para a “Veja”.
“Em compensação, faremos 300 eventos anuais nos demais espaços, como casamentos, apresentações musicais, festas infantis e lançamentos de marcas”, disse.
Uma área destinada aos shows, apresentações artísticas e outros eventos deve ser construída no lugar do Tobogã, além de reformas envolvendo quadras de tênis, piscina, ginásio, vias de acesso ao estádio e estacionamento.
O edifício a ser erguido no lugar do Tobogã deve possuir cinco andares e quatro subsolos, além de uma concha acústica em um dos andares. Em termos futebolísticos, a mudança significa uma diminuição da capacidade do estádio para 26 a 28 mil lugares.
Em comparação, o público da final da Libertadores de 2012 foi de 37.959 torcedores. O maior público de sua história permanece sendo o de um Corinthians 3 x 3 São Paulo, em 1942. 72.018 torcedores compareceram à partida. Barella vê a concessão como uma oportunidade para retomar o uso original do estádio, construído entre 1938 e 1940:
“Nossa ideia é reviver a originalidade do projeto da década de 30. Essa edificação vai permitir esse uso mais múltiplo, seja ele de eventos, convenções e o próprio futebol. Nós vamos entrar numa etapa que é a de aprovação dos nossos projetos e o recebimento dos alvarás, de demolição, de construção… Quando tivermos os alvarás em mãos, nós devemos iniciar as obras. A gente estima que as obras sejam iniciadas entre seis e 12 meses e que elas durem 28 meses. A gente chegou a fazer alguns exercícios da possibilidade de manter o estádio aberto, mas, pela questão logística da obra, não será possível”, completou Barella.
A reinauguração do estádio, que recebeu seis partidas da Copa do Mundo de 1950, deve ocorrer somente em 2022.
Por Anthonio Delbon
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